Lembranças das noites quentes de verão romance Capítulo 69

Senti meu coração bater mais forte ao receber o aparelho celular nas minhas mãos e ouvir a voz de Min-Ji do outro lado:

- Como está, querida?

- Eu... Estou sobrevivendo.

- Estou feliz em ouvi-la.

- Como está minha mãe?

- Ainda inconsolável.

- Eu... Sinto muito por ela. Sabia que sofreria... Tanto quanto eu.

- Ainda acho que seu pai vai mudar de ideia, especialmente quando ver a criança.

- Acontece que “eu” não vou mudar de ideia, Min. Quando ele me mandou escolher, disse que dependendo da minha decisão, estaria morta para ele. Então... Eu morri. Não sou mais uma Rockfeller.

- Deve estar sem dinheiro. Sua mãe quer ajudá-la.

Senti uma ponta de esperança dentro de mim:

- Como ela faria isso?

- Eu intermediaria tudo. Ela lhe mandaria dinheiro, eu posso entregar... Ela quer conhecer a criança quando nascer.

Fiquei um pouco confusa com tudo. Como assim ela queria conhecer o bebê? Eu não era mais uma Rockfeller, segundo meu pai, e embora soubesse que ela havia sofrido com a decisão dele, não fez nada para mudar aquela situação. Talvez se ela tivesse ido comigo, ele poderia ter mudado de ideia, pois não perderia uma e sim duas mulheres na sua vida.

- Eu... Vou pensar, Min.

- Vou dizer à senhora Calissa que você está bem, Sabrina. Está se dando bem com meus filhos?

Olhei para Do-Yoon, que sorria amavelmente e Yuna, ainda com o semblante fechado:

- Sim... Muito bem.

- Imaginei. Meus filhos são adoráveis.

- São mesmo – olhei-os novamente – Min, poderia por favor avisar Colin que cheguei bem? E que pedi para agradecer por tudo que ele fez por mim.

- Eu... Falarei com ele.

- Ele e minha irmã já estão juntos? – Perguntei, curiosa.

- Não. Sua irmã segue do mesmo jeito. Lembra quanto tempo faz que você partiu? – Ouvi a risada dela do outro lado da linha e imaginava seu semblante naquele momento.

- Se... Eles assumirem um compromisso... Você poderia me falar?

- Posso. Mas não sei no que isso mudaria sua vida.

- Acho que eu aceitaria melhor o que eles me fizeram. Porque se fosse por um sentimento incontrolável, como o amor, teria me sentido menos mal.

- Eu... Preciso desligar, querida. Boa noite.

- Boa noite, Min.

Entreguei o celular para Yuna, que me perguntou:

- Quando decidiu vir para Noriah Sul, qual foi seu objetivo?

- Criar minha filha... Eu só desejo isso.

- E como fará?

- Eu... Não sei. Mas aceito sugestões. Talvez você ache que eu não passo de uma menina mimada e cheia de manias... Mas eu não conheço outra vida além da que vivi, entende? Eu “quero” aprender... Eu “preciso” aprender a viver por mim mesma, sem depender de ninguém. Só não sei como fazer isso. – Enfatizei as palavras “quero e preciso”.

- Se você quer viver sozinha e não depender de ninguém, deve iniciar não aceitando o dinheiro da sua mãe.

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