Lembranças das noites quentes de verão romance Capítulo 72

Resumo de Nasce o amor (II): Lembranças das noites quentes de verão

Resumo de Nasce o amor (II) – Capítulo essencial de Lembranças das noites quentes de verão por Roseanautora

O capítulo Nasce o amor (II) é um dos momentos mais intensos da obra Lembranças das noites quentes de verão, escrita por Roseanautora. Com elementos marcantes do gênero Romance, esta parte da história revela conflitos profundos, revelações impactantes e mudanças decisivas nos personagens. Uma leitura imperdível para quem acompanha a trama.

Sorri observando os olhos verdes e grandes dela fixos nos meus:

- Amo você, minha melodia preferida. – Dei-lhe outro beijo.

Sai antes que desistisse de ficar longe da minha filha por um longo período de tempo. Aquele era o sacrifício do emprego: afastar-me dela.

Fui bem recebida pelas vendedoras da loja. As roupas, embora tivessem grande quantidade, eram todas emboladas em cabides e prateleiras, várias peças iguais, do mesmo tamanho, cor ou estampa, eram de péssima qualidade. Tentei me convencer de que precisava vender aquele produto, mesmo achando ruim.

Apesar de ter comprado poucas roupas novas para mim, ainda priorizava a que havia trazido no corpo quando fui embora da mansão Rockfeller. Era um pedaço do que eu fui: alguém que teve tudo e precisou abrir mão, em nome de um amor maior.

A primeira cliente que chegou, as colegas deixaram para eu atender. Era uma senhora aparentando entre cinquenta e sessenta anos, bem acima do peso.

- Posso ajudá-la? – Tentei, com um sorriso simpático, mas forçado. Difícil parecer íntima sendo que nem a conhecia.

- Eu procuro um vestido.

- Um vestido para usar em casa, ir à praia?

- Comemoração do meu aniversário de casamento.

- Espero encontrar algo aqui para este tipo de ocasião. – Falei, incerta se encontraria um vestido adequado, bem como algo que ficasse bem nela ali naquela loja, onde o tamanho máximo me parecia ser um M, ainda assim com forma pequena.

Comecei a mostrar alguns, certa de que nenhum deles era propício para um evento como o que ela queria.

Foi então que ela se agradou de um longo, em malha, vermelho, sem bojo. Quem usava um vestido de malha para uma comemoração tão importante? E só de olhar me parecia óbvio que não era para o tamanho dela.

Encaminhei-a ao provador e enquanto se vestia, aguardei, observando ao redor se encontrava algo mais adequado para ela, sem sucesso.

Quando ela abriu a cortina, vi seu corpo de frente e de trás, pelo espelho. O vestido ficou justo demais, mostrando cada dobra de pele. Sem um sutiã adequado, ficava ainda pior.

- Pode ser sincera, garota. O que acha? – Ela mirou-se novamente no espelho, querendo a minha opinião.

- Quer sinceridade? – Perguntei.

- Sim, por favor.

- Ficou horrível. O tamanho é pequeno demais para o seu corpo. Malha, definitivamente, não é adequado para um evento social. É tipo usar para lavar louça em casa. Marca absolutamente todas as gordurinhas do seu corpo. O ideal seria algo menos apertado e que valorizasse o seu busto, no caso um decote mais fechado, quem sabe em formato quadrado. Um cinto, no mesmo tom da peça, realçaria bem sua cintura, que é bonita.

Ela me olhava, sem dizer nada. Continuei:

- Não há nada nesta loja que possa usar num aniversário de casamento. Sugiro que vá a uma boutique plus size e pegue algo de marca, visto a importância do evento no qual é protagonista. Aqui vende-se roupas para o dia a dia... – me aproximei dela e disse, baixinho – Nem eu compro nesta loja. As roupas daqui, além de serem pequena demais, tem péssimos tecidos.

- Sempre comprei aqui... – ela me encarou – E nunca fui tão maltratada assim. Sabia que me aceito do jeito que sou e você, garota, deve respeitar as escolhas e gostos das pessoas, que são diversificados.

Assim perdi meu primeiro emprego, no mesmo dia que comecei. Cheguei em casa antes do meio-dia, carregando um peso nas costas e a tristeza por ter sido chamada de louca pela dona da loja.

No segundo emprego, observei os outros vendedores atenderem antes de me arriscar. Mas como dependia das vendas, por ser comissionada, não pude demorar muito a escolher meus primeiros clientes: um casal jovem.

- No que posso ajudá-los hoje? – Perguntei, com um belo sorriso no rosto, mesmo sem vontade, pois não tinha dormido a noite inteira com Melody chorando de cólicas.

- Vamos nos casar... E precisamos de um fogão.

Quem precisa de um fogão para casar?

- Procuram algum em especial?

- Não precisa ser de seis queimadores. Quatro é suficiente. – Disse a garota.

Levei-os até os fogões em exposição, em busca do de quatro queimadores.

- Quatro queimadores seria este? – Perguntei-lhes, contando os círculos sobre a parte metalizada.

- Sim... – ela começou a analisar os fogões – Gostei deste.

O terceiro emprego foi Yuna que conseguiu para mim. Era limpar a casa da mãe de uma colega dela, médica.

A casa era grande, mas nem próxima do que a que eu morei em Noriah Norte.

A dona estava no trabalho e fiquei sozinha, com a chave. Prendi meus cabelos, pus luvas e fiquei a olhar para aquilo tudo, sem ter noção de por onde começar. Tinha tantos móveis, utensílio e enfeites naquela casa que chegava a me deixar tonta.

Olhei a cama desfeita e respirei fundo. Eu não fazia nem a minha cama... Como faria a de outra pessoa? Me recusava.

Lavei a pouca louça que tinha na pia. Havia dois banheiros. Limpei as pias, mas em hipótese alguma colocaria minhas mãos naqueles vasos sanitários.

Já era meio-dia e eu praticamente nem tinha começado. E estava cansada. Melody havia me premiado com a melodia do seu choro praticamente a noite toda.

Sentei no sofá, respirando fundo:

- Deus, está ficando difícil. Me sinto uma inútil. Limpar uma casa é mais difícil que vender roupas sem ser sincera com as clientes ou fogões sem cálculos de preço final.

Olhei para o bar, próximo da porta de vidro. E sorri quando vi um Vueve Cliqcuot. Fui até lá e peguei a garrafa, sentindo uma certa nostalgia. Não lembrava a última vez que saboreei aquela que foi, por muitos anos, minha bebida preferida.

Pus na geladeira e peguei um balde de bebidas, enchendo de gelo, com uma taça de cristal. Tilintei a unha no cristal, ouvindo o som perfeito.

Enquanto esperava a Champagne gelar, fui terminar o dormitório. Abri o armário, por curiosidade, e eis que encontrei perfumes importados.

Sempre fui louca por perfumes, inclusive tendo na bolsa para borrifar por todos os lugares. Nunca me importei com preço, sempre com a qualidade e o aroma perfeito.

A dona da casa tinha um Chanel nº 5. Nunca foi meu perfume favorito, mas eu dava valor àquela preciosidade. Borrifei no ar, passando por baixo, sentindo o leve toque úmido na minha pele. Eu precisava urgentemente comprar um perfume... Eu merecia.

Borrifei todos pelo quarto, deixando o cheiro no ar, cada um trazendo uma lembrança olfativa diferente.

Voltei para o refrigerador, abri o Champagne e servi lentamente na taça, observando as bolhas se formando no líquido levemente dourado. Achei que nunca mais provaria aquilo novamente. Fechei os olhos e sorvi tudo de uma vez, sentindo a leve cócega no nariz, o gosto perfeito descendo pela minha garganta.

Peguei a garrafa e deitei-me sobre o sofá, servindo-me da segunda taça. Saboreava a terceira quando a porta se abriu e a dona da casa apareceu, me mandando embora do que tinha sido minha terceira experiência de emprego.

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