Lembranças das noites quentes de verão romance Capítulo 83

Entreguei Melody para Yuna, com a mochila pronta para a aula à tarde. Combinamos que eu as encontraria no parque, quando saísse da escola.

Subi e tomei um banho tranquila, já que não precisava ficar de olho em Melody. Troquei-me e fiz um chocolate quente para ir bebendo no caminho. Quando cheguei na sala, vi um gato sobre a mesa, ao lado do aquário. E nem sinal de Solitário.

- Seu malvado... Comeu um peixe inofensivo... Gatuno! Vou processá-lo.

Ele balançou o rabo e foi lentamente para a janela, saindo sem pressa, pouco se importando com minhas palavras.

Fui até o aquário vazio, sentando no sofá, desolada:

- Deve ser uma sina que eu tenho com animais. Isso não pode ser real. Medy vai se sentir triste. Morreram dois animais em menos de quarenta e oito horas.

Fechei o vidro da janela e saí, sentindo-me péssima. Vi o gato entrando na casa ao lado, sem ter certeza se era o lar dele ou estava indo terminar o desjejum com outro animalzinho indefeso.

Quando cheguei na Escola Progresso, encontrei Do-Yoon na sala dos professores.

- Vi Medy hoje cedo. Estava falando sem parar com Yuna. – Ele riu.

- Yuna quis passar a manhã com ela.

- Não tem ideia do quanto sentimos falta dela.

- Tenho ideia sim, Do-Yoon.

- Ela me contou sobre a tartaruga.

- Eu... Sinto muito. Fui tão esquecida.

- Medy entendeu.

- A questão é que eu comprei um peixe para ela, ontem. E um gato acaba de comê-lo, inteiro... Não deixou nada. O aquário está lá... Vazio.

- Nossa, parece um carma! Talvez deva mandar fazer uma limpeza na casa, com ervas. Ou jogar coisas velhas fora... Pois trazem azar.

- A coisa mais velha que tem na casa sou eu. Tudo foi comprado novo.

- Se você, com 23 anos se considera velha, o que sobra para mim.

- Bom dia. – Cumprimentou a mulher, que pelo olhar sobre Do-Yoon já imaginei ser Lianna.

- É ela? – Perguntei, baixinho.

- Sim. – Ele confirmou, corando imediatamente.

- É bonita. Como foi o jantar?

- Foi bom... Acho que vou falar com os pais dela amanhã.

- Como assim? – Arqueei a sobrancelha.

- Já nos encontramos. Vou pedir a mão dela.

- A mão dela? Isso...

Ouvimos o sinal tocando e todos os professores saindo da sala.

- Não pode fazer isso... Não deve pedir a mão. – Falei baixinho enquanto saía.

Olhei minha grade de horário e respirei fundo ao ver que era novamente o terceiro ano. Foi a turma que mais mexeu comigo. Nas demais, havia sido tranquilo.

Subi as escadarias e assim que entrei na sala, os jovens estavam todos sentados sobre as carteiras, conversando animadamente.

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