Resumo de Guilherme e Sabrina (II) – Uma virada em Lembranças das noites quentes de verão de Roseanautora
Guilherme e Sabrina (II) mergulha o leitor em uma jornada emocional dentro do universo de Lembranças das noites quentes de verão, escrito por Roseanautora. Com traços marcantes da literatura Romance, este capítulo oferece um equilíbrio entre sentimento, tensão e revelações. Ideal para quem busca profundidade narrativa e conexões humanas reais.
Levantei o rosto na direção dele e fiquei a pensar se ele tinha barba ou fazia tão bem-feita que deixava seu rosto completamente liso.
Peguei o caderno dele e comecei a olhar as contas, todas corretas.
- Você é casada? – Ele perguntou.
- Não. – Me ouvi dizendo.
- Não percebi aliança no seu dedo.
- Eu posso ter alguém e não usar uma aliança. Aliás, é uma mera joia, não tem significado algum.
- O que sua filha queria?
- Isso é pessoal.
- Sabe que eu a ajudei agora pouco. Eles não parariam se eu não pedisse.
- A professora aqui sou eu.
- É a professora, mas não a autoridade.
- Estou aqui só para dar a minha aula.
- E eu para terminar esta porra de Ensino Médio.
Olhei na direção dele:
- Não pode falar palavrões.
- E desde quando porra é um palavrão?
Juro que ouvi a voz de Charles naquele momento. Senti um frio na espinha e meu corpo amolecer completamente.
- Você está bem? – Ele abaixou-se, aproximando-se ainda mais de mim.
- Sim... Estou... – Menti, balançando a cabeça.
Guilherme pegou o caderno e falou:
- Desculpa.
- Está... Desculpado.
Enquanto ele voltava para o lugar, percebi vários olhares na minha direção, curiosos.
Levantei e disse:
- Bem, eu vou compartilhar uma situação com vocês. Ontem eu dei um peixe para minha filha. Ela amou. E hoje... Quando eu estava saindo para vir para cá, vi um gato ao lado do aquário e nem sinal do peixe beta. Ou seja...
- O gato comeu o peixe, professora. – Um dos alunos falou.
- Sim... E agora não sei como contar para ela. Já tivemos uma perda recente... No caso, uma tartaruga.
- Sua casa é um Zoológico? – Rachel debochou e alguns riram.
- Quantos anos ela tem? – Guilherme perguntou.
- Cinco... Segundo a contagem ocidental.
- E na oriental?
- Faz seis em breve.
- No ano novo chinês. – Ele me surpreendeu novamente.
- Sim...
- Compra um peixe novo e ponha no aquário antes de ela chegar em casa. Peixes betas são todos iguais. Ela não vai perceber. – Guilherme sugeriu.
- É... Uma ótima ideia. Obrigada. – Sorri, visualizando uma alternativa.
- Enciumada? – Guilherme perguntou furioso.
- Porque você fica dando em cima da professora nova.
Do-Yoon encarou-me e disse:
- Vou levá-la para conversar com Sibila, Rachel. A enfermeira está num curso de primeiros socorros. Mas há tudo que precisa na sala, Sabrina. Se não conseguir fazer um curativo, me chame.
- Ok.
Guilherme seguiu até o último degrau e foi pelo corredor. Eu fui atrás dele, pois não lembrava onde era a Enfermaria.
Assim que ele parou em frente a sala com uma porta de vidro jateado, branco, eu a abri com a chave mestra. Havia duas macas perfeitamente cobertas com plástico resistente e uma mesa pequena, branca, com cadeira confortável, contendo blocos e cadernos. Um armário descrito como “Primeiros Socorros” foi o que abri. Peguei um antisséptico, gaze e um soro.
Ele estava sentado sobre a maca, os pés descansando na pequena escada.
- Deixe-me ver o ferimento. – Pedi.
Ele retirou a camiseta branca, toda manchada de sangue. Fui até a mesa e pus uma luva.
- Acho que você é muito azarado – observei – Quem se fere deste jeito com uma régua?
- Sou azarado porque Rachel me persegue. E talvez isso não acabe nunca.
- Já conversou com ela a respeito? – Perguntei, enquanto limpava o ferimento com a gaze e o soro.
- Estou numa fase que não quero mais falar com ela, porque definitivamente não resolve de nada.
O sangue continuava a sair, porém o corte era pequeno, embora um pouco profundo.
- Feche os olhos. Vou passar o antisséptico.
Ele obedeceu. Passei delicadamente o medicamento e ele comprimiu os lábios, certamente sentindo dor.
A pele dele era lisa e os lábios grossos. Me peguei umedecendo os meus próprios lábios quando ele abriu os olhos, me surpreendendo.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Lembranças das noites quentes de verão