Resumo de Longe de "el cantante" eu não vivo (II) – Lembranças das noites quentes de verão por Roseanautora
Em Longe de "el cantante" eu não vivo (II), um capítulo marcante do aclamado romance de Romance Lembranças das noites quentes de verão, escrito por Roseanautora, os leitores são levados mais fundo em uma trama repleta de emoção, conflito e transformação. Este capítulo apresenta desenvolvimentos essenciais e reviravoltas que o tornam leitura obrigatória. Seja você um novo leitor ou um fã fiel, esta parte oferece momentos inesquecíveis que definem a essência de Lembranças das noites quentes de verão.
Quando cheguei perto, ela já havia sido socorrida.
- Mamãe! – Ela sorriu e me estendeu os braços.
Peguei-a no colo e a enchi de beijos, me certificando de que ela estava bem.
- Obrigada. – Agradeci ao homem, que levantou.
- Sabrina?
- Guilherme?
- Mãe, você conhece o Gui? – Melody perguntou.
Olhei para os dois, confusa.
- Medy é sua filha?
- De onde... Você a conhece?
- Eu sou voluntário na escola dela... Ensino futebol.
- Gui me ensinou a jogar bola.
- Não tão bem pelo visto... Você caiu. – Observei.
Ele riu:
- Eu ensinei também como cair, não é mesmo, Medy?
- Sim... – ela riu – Eu caí bem?
- Muito bem. – Ele disse.
Segui andando com Melody no colo. Ele seguiu ao meu lado.
- Está monitorando minha vida? – Perguntei.
- Não. É coincidência, acredite.
- Bem estranha.
- Conheci Medy antes de imaginar que você existia.
- Mamãe, você conhece Gui de onde?
- Ele... É meu aluno.
Paramos em frente à Yuna, que ficou a me observar.
- Yuna, este é Guilherme... Meu aluno da Escola Progresso.
- Olá. – Ela cumprimentou-o.
- Oi.
- Vamos continuar o jogo, garotinha? – Ele olhou para Melody.
Garotinha? Não!
Minhas pernas fraquejarem e sentei no banco, sentindo o sangue subir ao meu rosto. Cada ato daquele garoto me levava ao passado de forma cruel, fazendo-me lembrar de detalhes que até então estavam adormecidos dentro de mim. E por estarem tão escondidos, eles não doíam tanto.
Mas agora estavam aflorando... Na concha, na pronúncia da palavra “garotinha”...
Charles, onde você está? O que houve com você, “el cantante”? Chegou a me passar pela cabeça que ele pudesse ter morrido, pois nunca mais, em todos aqueles anos, eu vi sequer uma notícia sobre ele. O mais estranho é que ele era conhecido no Cálice Efervescente, tinha inclusive fãs de outros países. Embora seu nome na internet fosse pouco conhecido e tivesse quase nada de conteúdo, de uma hora para outro nada mais apareceu. Ele cantava bem. Eu apostei que não demoraria muito para ele ser encontrado e explodir nas mídias digitais. No entanto foi exatamente ao contrário: ele se apagou por completo. A luz dele simplesmente se apagou, assim como a minha, quando a dele parou de brilhar.
- Mamãe, eu posso ir? – Melody me olhou.
- Não... Precisamos ir embora. Já é tarde.
- Eu preciso daquele trabalho. Eu tenho uma filha para sustentar. Me deixe em paz, por favor. Não quero ter que deixar a escola por sua causa.
- Ok... Eu vou me afastar completamente. Vou deixar de ir até a escola de Medy, que é o que eu mais gosto de fazer... E vou fingir que você não existe. Até mais, “professora”.
Ele virou as costas e se foi. Sentei nervosamente no carro e Yuna perguntou:
- O que rola entre vocês?
- Nada, absolutamente nada.
- Não é o que seus olhos disseram.
- Como assim?
- Você ficou muito nervosa ao lado dele.
- Ele me irrita. E... Traz lembranças do passado.
- Ele é parecido com o pai de Medy?
- Não... Mas fala coisas que fazem voltar no tempo... Lembranças que estavam guardadas num lugar tão profundo dentro de mim que eu não conseguia mais achar. E quando tudo volta... Eu sinto a falta dele... – Senti uma lágrima escorrendo pela minha face e limpei, tentando disfarçar.
- Muito tempo passou. Você merece se feliz. Não pode se guardar a vida inteira por uma esperança. Sabe que há possibilidade de nunca mais encontrá-lo. Ele pode estar casado... E com outros filhos.
- Acha que eu não sei disto? O problema é meu coração aceitar que acabou.
- Mas não acabou – Melody interferiu – Porque eu pedi para o Papai Noel e então nós vamos passar o Natal com o meu pai.
- Medy, quantas vezes eu pedi que você não se meta nos assuntos dos adultos? – Gritei, perdendo a paciência.
Ela e Yuna se calaram. Eu parei o carro no acostamento e deitei a cabeça no volante, não me controlando mais:
- Eu preciso saber dele... Não aguento mais este sentimento dentro de mim... Que me destrói aos poucos, que faz eu não ter vida... Longe de “el cantante” eu não vivo... Eu sobrevivo. E... Eu só tenho certeza de que ele não foi um sonho porque olho para nossa filha e vejo os olhos dele. Mas eu não aguento mais. É como se eu não tivesse mais forças.
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