Lembranças das noites quentes de verão romance Capítulo 87

Resumo de Sobre Guilherme Bailey: Lembranças das noites quentes de verão

Resumo de Sobre Guilherme Bailey – Capítulo essencial de Lembranças das noites quentes de verão por Roseanautora

O capítulo Sobre Guilherme Bailey é um dos momentos mais intensos da obra Lembranças das noites quentes de verão, escrita por Roseanautora. Com elementos marcantes do gênero Romance, esta parte da história revela conflitos profundos, revelações impactantes e mudanças decisivas nos personagens. Uma leitura imperdível para quem acompanha a trama.

Eu não tentei ser forte. Chorei, ali, na frente de Melody, pela primeira vez expondo minha maior fraqueza: a falta que o pai dela me fazia.

Yuna não fez nada. Nem tentou impedir meu choro. Ficou ao meu lado, esperando que eu me acalmasse.

Depois de alguns minutos, respirei fundo e preenchi meus pulmões com o ar, que parecia faltar. Peguei um lenço de papel no porta-luvas e limpei o rosto, depois assoando o nariz. Se fosse há anos atrás, jamais eu usaria o mesmo papel para ambas as coisas. Mas eu não era mais a mesma pessoa. Eu troquei fraldas e até hoje limpava minha filha depois que ela ia ao banheiro. Um mesmo papel para lágrimas e secreção nasal era das coisas menos piores que eu fazia.

Pus o papel no lixo e olhei para Melody, que estava sentada sem dizer nada, os olhinhos verdes arregalados, fixos nos meus:

- Me perdoe, Medy. Eu não deveria ter falado com você desta forma.

- Eu não devia ter me metido, mamãe. Não fique assim, vai ficar tudo bem.

- Por que você não é uma criança normal? Por que tem que ser tão linda e perfeita? Eu só posso ter errado nas contas... Porque minha Medy não parece ter cinco anos.

- Pode ter errado... – Yuna riu.

- Deus me livre! Se eu errasse as contas ela seria filha de Colin. E acredite, dentre as poucas certezas que eu tenho na vida, uma delas é que Medy é filha de Charles.

- E as outras certezas? Quais são?

- Que por mais que eu tente fingir que não... Eu tenho uma família. E me dói o fato de eles terem me enterrado viva. – Confessei pela primeira vez meus sentimentos com relação aos Rockfeller.

- Tem mais alguma?

- Que amigos de verdade não te abandonam nunca. E não falam o que você quer ouvir e sim o que “precisa ouvir”.

- E eles sempre estarão com você. Nas horas boas e ruins. – Ela tocou minha mão carinhosamente.

- Obrigada.

- Acho que está na hora de você viver, Sabrina. Muito tempo já se passou. Você se dedica em tempo integral ao trabalho e a sua filha.

- A mamãe precisa de um namorado. - Melody disse isso, aos cinco anos de idade, compreendendo exatamente o que se passava naquele momento.

A minha menina era inteligente e perspicaz. Tinha um vocabulário amplo e pronunciava corretamente as palavras. Às vezes ela me parecia uma mini adulta. Mas eu sabia que grande parte daquilo era porque Yuna e Do-Yoon também fizeram parte do crescimento dela. E ambos eram muito inteligentes e não infantilizavam muito as crianças, típico de sua cultura.

- Bem, vamos levar Yuna embora. – Olhei para trás e pisquei.

Melody piscou de volta. Eu adorava quando ela fazia aquilo, pois era uma das poucas coisas que ela não sabia. E acabava fechando os dois olhos juntos, com força, enrugando o nariz perfeitamente arrebitado.

Quando chegamos em casa, ela foi diretamente ao aquário e deitou-se de bruços sobre o sofá, com o rosto apoiado nas mãos enquanto observava o peixe nadando sozinho em sua água límpida.

- Vamos dar comida ao Solitário? – Sugeri.

- Pode ser. – Ela disse, sem levantar.

Peguei a comida que vinha num recipiente plástico e joguei um pouquinho na água. O peixe laranja subiu até a superfície para alimentar-se.

- Solitário parece estar feliz com a comida.

- Sim... Este peixe está feliz com a comida.

- Este peixe? – Questionei.

Melody estava quieta, somente a observar. Não parecia empolgada com seu peixe.

- Este não é o Solitário.

- Como assim? – Perguntei, perplexa.

- Não... Eu... Acho que não... – Fiquei incerta do que dizer.

- Mãe, eu não quero ter o Solitário III.

- Então... Não terá o Solitário III.

Porque juro que vou fechar as janelas todos os dias quando sair, impedindo o gato de roubar seu peixe do aquário novamente; prometi para mim mesma.

Era final de outubro e Guilherme Bailey simplesmente ignorava minha presença por completo na sala. Completava um mês que sequer respondia a chamada. Nem olhava na minha direção.

Ele cumpriu o que prometeu: não se aproximou mais de mim.

Claro que eu deveria estar feliz com isso, afinal, tinha me livrado do garoto. Mas então por que aquilo me deixava inquieta e insatisfeita?

Eu senti falta dele e de toda sua ironia. Senti até saudade das cantadas infantis e dos olhos que pareciam me devorar.

Tentei sair uma única vez à noite, sozinha. Yuna não gostava da vida noturna e isso servia não só para danceterias, mas também para bares.

Do-Yoon estava namorando com Lianna, finalmente. E ele pediu a mão dela para os pais no segundo encontro. Tentei impedir, mas era tarde. E no fim, deu certo. Lianna, embora não tivesse nenhuma ligação com a cultura oriental, estava disposta a conhecer. Os dois haviam combinado de passarem o final do ano na China, junto da família dele.

Yuna, por sua vez, não iria. Estava cansada e torcendo para o ano virar logo e o movimento diminuir no Hospital. Ela dizia que as crianças ficavam mais doentes nos últimos meses do ano.

- Guilherme, eu poderia ver seu caderno com os exercícios resolvidos? – Pedi, quando percebi que ele estava fora do lugar, conversando com Rachel.

Ele levantou com calma e pegou o caderno, pondo sobre a minha mesa. Corrigi as questões, que estavam todas corretas. Olhei na direção dele e falei:

- Parabéns. Você é bom na Matemática. Já pensou no que vai fazer quando acabar o ano? Falo com respeito à escolha da Faculdade.

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