Resumo de Eu não posso, não devo – Uma virada em Lembranças das noites quentes de verão de Roseanautora
Eu não posso, não devo mergulha o leitor em uma jornada emocional dentro do universo de Lembranças das noites quentes de verão, escrito por Roseanautora. Com traços marcantes da literatura Romance, este capítulo oferece um equilíbrio entre sentimento, tensão e revelações. Ideal para quem busca profundidade narrativa e conexões humanas reais.
Faltava quinze minutos para às 22 horas quando eu e Melody chegamos à porta de entrada no Ginásio de Esportes.
Entreguei os ingressos à pessoa responsável, que disse:
- Sinto muito, senhora. A menina não pode entrar.
Fiquei olhando para a mulher, confusa. Como assim ela não podia entrar? Melody era filha de Charles.
- Ela... É minha filha. – Comecei a retirar nossos documentos da bolsa e tentei lhe entregar.
Ela se recusou a pegar:
- Não. A menina não entra.
- Sou a responsável por ela. Como lhe disse, é minha filha e autorizo a entrada dela.
- Só pode entrar a partir de dezoito anos.
- Mas ele canta a porra de uma música sobre a Garota Riquinha que a minha filha escuta o tempo todo.
- Mamãe, você falou palavrão. – Melody puxou minha mão, lembrando-me do “porra”.
- Péssimo exemplo, senhora. Agora, por favor, saia da fila que há mais pessoa para entrar. Estamos atrasados.
- Paguei o ingresso e vamos entrar. – Falei, tentando empurrá-la com meu corpo e entrar, sem permissão.
Não demorou muito e dois seguranças já estavam na minha frente:
- A senhora não pode entrar com a criança.
- É minha filha... – Tentei explicar.
- Não pode. E pronto. Se continuar, vamos chamar a Polícia.
- Ela é filho de Charles, porra! – Gritei.
Eles começaram a rir, junto dos próximos da fila.
- Sim, acredito. – Disse um dos seguranças, debochadamente.
- Chame a assessoria de imprensa dele. Quem é o empresário? Qual a gravadora? – Perguntei.
- A senhora sabe realmente quem é Charlie B.? – A mulher me perguntou, não olhando na minha direção enquanto pegava ingressos e autorizava entrada de várias pessoas.
- Ele é o meu papai. – Melody falou, os lábios abertos num sorriso tão lindo que chegou a amolecer as minhas pernas.
Felizmente não tripudiaram na minha filha, como fizeram comigo. Respirei fundo e peguei meu celular. Meus olhos arregalaram quando vi a gravadora dele: J.R. Recording.
- J.R. Recording? – Quase gritei.
- Sim, senhora. Agora, por favor, afaste-se. A senhora está atrapalhando a passagem.
- Quem é o empresário dele dentro da J.R Recording? Jordan Rockfeller?
Assim que ouvi a voz dele, senti meu coração bater tão forte que parecia explodir. Minha pele arrepiou-se. Era ele... Meu Charles, meu “el cantante”.
Ele iniciou pela minha música... A que compôs para marcar nosso encontro. Era impossível me conter e não me derramar em emoção. Abracei minha filha com força, dizendo:
- Não foi hoje... Mas será outro dia. Você sabe disso, não é mesmo?
- Eu sei. – Ela me apertou.
Ficamos ali, ouvindo as músicas dele, do lado de fora, como duas doidas: eu chorando e ela dormindo, logo em seguida.
Eu queria ficar mais... Até o final. A voz dele no microfone era maravilhosa. E eu podia vê-lo no palco se fechasse meus olhos. Cada grito da plateia me dava a certeza da simpatia e sucesso dele. Só não tinha certeza se todos viam o quanto ele era realmente talentoso ou idolatravam meu “el cantante” por seus olhos verdes estonteantes, o corpo perfeito e a boca que simplesmente exigia um beijo de língua.
O vento começou a soprar mais fresco. E eu não ficaria com minha filha ali, ao relento, passando da meia-noite. O vestido dela era fino e sem mangas e o corpinho estava arrepiado.
Peguei-a com dificuldade, deitando-a, como fazia quando ela era um bebê. E a levei para o carro, deitando-a no banco traseiro e pondo dois cintos envolta dela.
Fechei a porta e ouvi a voz dele pela última vez:
- Não me dei por vencida, “el cantante”. Eu vou voltar... E você sabe que vou. O que sinto por você é forte demais para deixá-lo ir...
Entrei no carro e dirigi de volta para casa. Nosso jantar se transformou numa loucura. E nada mais importava: ele nunca esteve tão próximo de nós. Era agora ou nunca. Hora de lhe revelar a verdade.
E não importava se ele lembrava ou não de mim. Se estava casado. Se a fama tinha lhe subido à cabeça. Ainda assim eu lhe contaria que tinha uma filha. Porque era direito de Melody conhecer o pai.
Chegamos em casa e pus Melody na cama. Deitei do jeito que estava na minha cama, ainda de sapatos de salto. Sequer a maquiagem fui capaz de desfazer. Minha cabeça dava mil voltas e cheguei a sentir náusea. Meu estômago doía.
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