Deus! Me perdoe, pois eu matei mais um animalzinho da minha filha. Que tipo de pessoa eu sou? Horrível, a pior de mãe de todas.
Subi correndo as escadas e a vi no topo, com o animalzinho sem vida em suas mãos.
- Docinho, me perdoa!
- Você disse que o meu hamster era prioridade. – Ela lamentou.
- Culpada, culpada, mil vezes culpada. Me dê um castigo, por favor.
- Ok, você nunca mais vai cuidar dos meus animais de estimação.
Peguei o corpo do hamster das mãozinhas pequenas dela e propus:
- Vamos enterrá-lo?
- Gui vai ficar muito triste... Porque o hamster que ele me deu morreu.
- Talvez ele seja compreensivo com a mamãe.
- Assim como eu?
- Assim como você... – Assenti, pegando-a pela mão.
Enquanto eu cavava o buraco, ela preveniu:
- Cuida a Tuga, mamãe.
- Vou cuidar... Prometo.
Assim que o buraco foi cavado, pusemos o hamster dentro e cobrimos com terra. Assim que acabamos, ela disse, sentando-se no chão, sobre a grama:
- Mãe, você acha que estamos fazendo um cemitério de animais no nosso quintal?
- Não! Não diga isso! O hamster será o último animal que morreu nesta casa.
- Agora nós teremos que morar aqui para sempre. Porque eu não posso abandonar meus bichinhos que estão enterrados no quintal.
Sentei no chão, ao lado dela e trouxe para o meu colo:
- Eu acho que nós não vamos nos mudar daqui, docinho. Mas um dia você vai crescer... Será que vai querer continuar aqui, com a mamãe? Eu iria gostar. – Confessei.
- Sim, eu vou ficar aqui. Mas vamos ter que fazer outros quartos, porque eu vou ter cinco filhos.
- Cinco?
- Sim... E todos vão ter animais.
- E eu prometo...
- Não, mamãe... Você não vai cuidar deles. Eu que vou cuidar.
Comecei a rir e a enchi de beijos:
- Me perdoa mesmo?
- Eu perdoo... Porque você é a minha mamãe. – Ela me abraçou.
- Eu amo você.
- Também amo você... E a Tuga, e o hamster e o Solitário I, que foi embora da nossa casa.
- Acho que nós não podemos ter um animalzinho de estimação. A mamãe trabalha demais e você também para pouco tempo em casa.
- Tomara que o Gui me perdoe... Assim como o Do-Yoon me perdoou pela tartaruga.
- Gui vai perdoar você sim. – Apertei o nariz dela.
- Mamãe, você está namorando o Gui?
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