Lembranças Perdidas romance Capítulo 116

Thalia teve uma noite agitada, sonhando com pessoas do passado.

Então, assim que se sentou na mesa de trabalho, Mia perguntou com um olhar preocupado: "Você não dormiu bem ontem à noite? Por que está com tantas olheiras?".

Thalia assentiu, "Não consegui dormir".

Ela se levantou e se serviu de uma xícara de café. Mas quando estava voltando para a mesa, alguém bateu na porta do escritório.

"Quem são os responsáveis pela Sparkle Jewels Jewelry Company? Por favor, venham. O sr. Andrew quer falar com vocês sobre os detalhes do design."

Thalia logo pegou todos os documentos relevantes para a reunião.

Mia ficou um pouco nervosa. "Você já conheceu o sr. Andrew. É fácil lidar com ele? Ele tem um temperamento ruim? Vai ficar dando bronca?"

Thalia sorriu. "O sr. Andrew não tem nenhum problema. Ele só é um pouco... Hmm, você sabe."

Mia entendeu o recado na mesma hora.

Ela havia lido algumas informações sobre o sr. Andrew, então já percebera que era um libertino.

Puxando a gola da blusa, ela seguiu Thalia para a sala de recepção VIP no andar de cima.

"Oh, srta. Cloude, finalmente encontrei você de novo!"

Andrew estava deitado no sofá, parecendo fraco. Ele queria se levantar para dar um abraço caloroso em Thalia, mas seu corpo estava tão dolorido, que desistiu da ideia.

Thalia largou o documento e disse com um leve sorriso: "Sr. Andrew, posso perguntar o que estava fazendo?".

"Não mencione isso!" Andrew acenou com a mão, irritado. "O sr. Matthews é muito cruel. Ele contratou quatro acompanhantes para mim de uma vez. Droga! Eram quatro! Ele estava tentando me matar? Tinha ouvido falar que as pessoas daqui eram bastante reservadas. Mentira absurda! Nunca mais me atreverei a desprezar as pessoas daqui, mesmo parecendo fracas e gentis."

Os lábios de Thalia se contraíram na mesma hora. Não era muito adequado dizer aquilo para uma mulher em público.

No entanto, ela ficou um pouco desconfiada. No dia anterior, Sean dissera que as acompanhantes tinham sido contratadas pelo próprio Andrew, que agora havia dito que fora Adam quem o forçara a encontrá-las.

De qualquer forma, era algo que não tinha nada a ver com ela, então Thalia esqueceu o assunto. Ela abriu o documento e o entregou ao homem. "Sr. Andrew, por favor, dê uma olhada no primeiro esboço que fizemos. Podemos discuti-lo com você se tiver alguma opinião."

Mas Andrew empurrou o design para longe: "Estamos em um momento tão bom. Por que temos que falar sobre trabalho? Ei, me diga se há algo divertido e delicioso para fazer na cidade de Marino... Esqueça, apenas seja minha guia turística. Me leve a qualquer lugar famoso nestes dois dias".

A têmpora de Thalia doeu, mas ela respondeu, calma: "Sinto muito, sr. Andrew. Acabei de voltar do exterior e não conheço a cidade muito bem. Acho melhor pagar um guia turístico para você. Quer ajuda com isso?".

"Sim, é verdade, me lembrei disso agora. Você morava no país W e acabou de voltar para cá. Vamos conhecer tudo juntos, então."

Thalia ficou em um impasse.

Fitando a colega de trabalho e em seguida, Andrew, Mia apertou os dedos com força.

Depois reuniu coragem e interveio: "Sr. Andrew, eu cresci na cidade de Marino. Posso ser sua guia turística".

Andrew a encarou e acenou com a mão. "Gosto de ter mulheres bonitas como guias de turismo."

Mia ficou furiosa com o que ele disse.

Ele quis dizer que ela era feia?

Vendo a outra mulher envergonhada, Thalia disse: "Já que o sr. Andrew não quer falar sobre trabalho agora, vamos embora".

Depois disso, ela arrastou Mia puxando-a pelas mangas.

"Ei, espere!"

Andrew queria que Thalia ficasse para conversar com ele, então se levantou para alcançá-la, mas sem querer deu mau jeito na cintura.

Depois que saíram do escritório, Mia perguntou preocupada: "O sr. Andrew vai ficar com raiva de nós?".

"Não fizemos nada de errado. A raiva dele não tem nada a ver conosco." Thalia não se importava com aquilo. "Vamos voltar ao trabalho."

Mia ficou confusa naquele momento. "Thalia, você é muito próxima de Andrew?"

"Não, esta é a segunda vez que nos encontramos."

"Entendi."

Ainda um pouco desconfortável, Mia sentiu o celular vibrar de repente no bolso.

Ela atendeu o telefone e caminhou até um lugar tranquilo. "Olá, supervisor Chris, por que está me ligando?"

"Ei, por que você ainda me chama de supervisor Chris? Você foi transferida para a sede e foi convidada para a festa de aniversário do mestre Matthews. Em pouco tempo, sou eu quem precisarei de você."

"É muito gentil da sua parte, supervisor Chris."

"A propósito, quero te perguntar uma coisa. Como Thalia está se saindo na sede? Está tudo bem?"

Mia sabia que Chris nunca gostara de Thalia e sempre se aproveitara do trabalho dela.

Compreendendo o motivo da ligação, ela ficou em silêncio por um tempo, mas respondeu: "Ela está indo bem aqui. Ela parece ter um bom relacionamento com o assistente do sr. Matthews, o Sean, e o sr. Andrew parece a estar cortejando também..."

"O que você disse?"

A voz de Chris mudou dramaticamente. Ele já havia percebido que Thalia não era uma pessoa comum quando o sr. Matthews o interrogara no escritório.

E agora descobrira que ela também conhecia Sean.

Que tipo de pessoa seria ele? Tudo que sabia era que todos na cidade de Marino tentavam obter favores dele.

Se Thalia revelasse ao homem que havia sido tratada de forma injusta nas Sparkle Jewels, ele perderia o posto de supervisor lá.

Chris tinha trinta e poucos anos, e a maior conquista de sua vida fora ser supervisor do departamento de design de uma empresa subsidiária da Matthews Corporation. Era o suficiente para se gabar entre parentes e amigos. Mas agora... Ele estava começando a ter um mau pressentimento. Chris começou a se lembrar do que havia aprontado com Thalia: exceto por reivindicar as conquistas dela como dele, não havia mais nada.

Além disso, ela nunca demonstrara raiva com aquilo, por que ele deveria se preocupar. Não é?

Ao telefone, Mia continuou: "Me sinto um pouco ociosa na sede. Thalia sabe tudo sobre o trabalho e os líderes estão bastante satisfeitos com ela. Acho que eu não faria muita falta se não estivesse aqui..."

Chris estremeceu com as palavras da mulher. Será que Thalia estava com medo de que Mia roubasse o trabalho dela?

Não, ele precisava conversar com Thalia pessoalmente. Caso contrário, perderia o sono.

Poucos minutos depois do horário de expediente, Thalia arrumou as coisas dela para ir embora e, assim que saiu da torre da Matthews Corp., viu uma figura saindo correndo na esquina.

A cena a lembrou de seu pesadelo, como um fantasma feroz de sua dolorosa experiência do passado; ela se agachou e abraçou a cabeça.

Mas o desespero esperado não veio. Então ela levantou a cabeça e deu de cara com Chris parado na frente dela com um olhar surpreso.

Ela se levantou como se nada tivesse acontecido, colocou o cabelo bagunçado atrás da orelha e perguntou com um sorriso: "Por que você está aqui?".

Chris sorriu sem jeito e respondeu: "Tenho algo para conversar com você. Vamos até a cafeteria".

Thalia olhou para o relógio. "Tenho algo urgente para fazer. Vamos conversar aqui."

Vendo a frieza e a teimosia da mulher, a expressão facial do supervisor Chris desmoronou.

Ela era subordinada dele antes de ser oficialmente transferida para a sede. Alguém falava daquele jeito com o superior?

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