Lembranças Perdidas romance Capítulo 135

Depois de ouvir o que Amelia havia falado sobre eles, Zane se apoiou no ombro da mãe e disse com voz chorosa:

"Mamãe, é tudo minha culpa estarem falando mal de você".

"Zaney, foi culpa da mamãe desta vez."

Thalia tocou a cabeça do filho e continuou: "Você me avisou que a mãe da Christy não era fácil de se conviver, e ainda assim eu te forcei a brincar com ela. Se eu não tivesse te obrigado, o acidente de hoje não teria acontecido. Zaney, brinque com quem você quiser daqui em diante. Não vou mais me intrometer nisso".

O menino ficou ainda mais chateado.

Ele só tinha se recusado a brincar com Christy porque ela era sobrinha daquela pessoa...

Aquele homem havia machucado sua mãe, então ele odiava tudo o que estava relacionado a ele...

Ele pensou, 'A mãe da Christy é muito violenta, mas aquela pessoa não é muito melhor do que ela. Não posso deixar minha mãe ser machucada por aquela família!'.

Thalia saiu do hospital com Zane nos braços, olhando para baixo, equanto chamava um táxi pelo celular. Nesse meio tempo, Zane olhava em volta com seus olhos fundos.

De repente, ele ficou atordoado ao mirar um carro na entrada do hospital.

Aquele veículo era muito familiar. Parecia o carro que o tio Flint dirigira ao levá-lo à Cloude's Corporation para comprar o colar.

'Será que aquele homem está aqui?'

Zane saltou do colo de Thalia e pulou em uma pedra não muito longe. Depois, olhou para cima e viu um homem usando um terno preto entrando no quarto de Christy no corredor do terceiro andar.

"O que aconteceu?"

Thalia viu o filho pulando para cima e para baixo, então franziu a testa e perguntou a ele.

Zane sorriu e coçou a cabeça. "Mamãe, fiquei pensando nisso até chegar aqui. Acho que tenho que me desculpar com Christy pessoalmente. Depois disso, nunca mais brincarei com ela. Mamãe, tem uma sala de espera aqui, sente-se ali e espere por mim. Volto logo!"

Thalia foi empurrada para uma sala de espera através de um corredor.

O pequenino correu para a área de internação, e Thalia riu, balançando a cabeça. A amizade entre crianças era tão simples. Mesmo após a briga entre os adultos, ele ainda queria se desculpar...

Zane se escondeu atrás da parede até ter certeza de que a mãe não o observava mais, então deu um suspiro de alívio.

Depois contornou o corredor e correu para a lateral do carro preto.

Uma luz fraca e elegante refletia na pintura sob o sol da primavera. Bastava uma leve olhada para perceber que aquele veículo era bastante caro.

Zane parecia zangado.

Adam fizera a mãe dele tão infeliz que ela quase morrera. Como ele ainda poderia ter coragem de dirigir um carro de luxo?

O menino esfregou as bochechas rechonchudas até ter uma ótima ideia.

No terceiro andar do hospital.

Christy estava com os joelhos machucados e não conseguia andar direito, mas, mesmo assim, pulou da cama feliz. "Tio! Você veio mesmo! Estou tão feliz! Tio, venha me abraçar!"

A frieza em Adam cedeu no minuto em que viu a sobrinha. Foi como se o gelo e a neve tivessem derretido.

Ele não gostava de crianças. Há muito tempo, ele sabia que era incompatível com elas.

Mas por que ele gostava de Christy, então?

Não era só porque ela era sobrinha dele...

Se ele não tivesse forçado o aborto em Thalia, o filho que ele teria com ela deveria ter quase a mesma idade da menina.

Agora, ele dava a Christy o amor que pertencia àquela criança sem qualquer reserva.

"Você a estraga muito." Amelia disse desaprovando: "Você tem tantas coisas para fazer na sua empresa e ainda assim tira um tempo para vê-la. Seu trabalho vai atrasar".

Adam colocou Christy no chão e respondeu com voz fraca: "Vocês não iam a uma excursão hoje? Por que algo assim aconteceu em primeiro lugar?".

Amelia ficou com raiva ao se lembrar do ocorrido. "Eu não sei como o jardim de infância admite as crianças, mas Christy foi empurrada do balanço por uma criança malcriada e rude. Felizmente, o balanço estava em um gramado. Caso contrário, Christy teria batido a cabeça no concreto e poderia ter se machucado muito!"

Adam ficou muito sério, e Amelia ficou um pouco assustada com a reação dele.

Seu irmão sempre fora muito diferente, desde pequeno, e por isso, ela não tinha coragem de enfrentá-lo na maioria das vezes, mesmo sendo três anos mais velha do que ele.

Até quando ela se casou e morou no exterior por oito anos, eles só se contatavam uma vez por ano. Se não fosse por Christy, ela provavelmente nunca ficaria tão perto dele.

"Esqueça. Não quero falar sobre isso. Decidi transferir Christy para outro jardim de infância."

"Não, eu não quero!" Christy começou a ter um acesso de raiva. "Tio, não dê ouvidos às bobagens da mamãe. Eu mereci cair do balanço hoje, e não foi culpa do Zaney! Tio, eu não quero ir para outro jardim de infância. Eu não quero..."

"Zaney?"

Adam franziu a testa, achando o nome um pouco familiar.

"Tio, você ainda se lembra da noite da festa de aniversário do vovô? O menino que convidei se chama Zaney. Ele é muito legal e eu gosto muito dele. Hoje, eu vi a mamãe dele, que é linda e gentil. Ela até afagou a minha cabeça e pediu ao Zaney para me levar para brincar no balanço..."

Christy dançou e pulou na cama até de repente ver algo, cobrir a boca e apontar para fora da janela.

"Tio, olhe! O Zaney está lá fora!"

Pela janela do quarto, dava para ver a entrada do hospital, onde o carro preto de luxo de Adam estava estacionado. Não havia mais nenhum veículo naquela área, talvez porque as outras pessoas tivessem ficado com medo de arranhar o carro de luxo e terem que arcar com o conserto. De qualquer forma, sem outros veículos em volta, a presença daquela criança era muito óbvia.

O menino contornou o carro, soprou a janela e escreveu algo lá.

Christy inclinou a cabeça e perguntou: "O que Zaney está fazendo ali?".

Adam ficou perto da janela observando Zane a mais ou menos cem metros de distância.

Ele também queria saber o que aquela criança estava fazendo, pois, desde a primeira vez que o vira, algo incomum acontecia.

Ele até contratara pessoas para investigar a história do menino, mas, exceto pelo nome dele, Zane Cloude, não havia mais nenhuma outra pista. Era tudo muito estranho.

"O que ele está fazendo?" Amelia fitou a cena e de repente ficou chocada. "O que ele tem nas mãos? E por que ele colocou tudo aquilo na frente das rodas do seu carro?"

"São pregos! Muitos pregos!" Christy bateu palmas, alegre. "Com o que Zaney está brincando agora? Eu também quero brincar!"

Adam fechou a cara.

Aquele menino travesso tinha colocado uma fileira de pregos na frente do carro. Ele queria furar os pneus?

Por que aquilo? Afinal, ele não tinha ofendido aquele garotinho, tinha?

"Adam, olhe, esta é a criança malcriada daquela família rude que te falei!" Amelia disse com raiva, "Christy aprenderá a ter esse comportamento ruim se brincar com ele novamente. Precisamos encontrar logo um novo jardim de infância para Christy!".

Adam respondeu com voz grave: "Amelia, deixa que eu resolvo este problema. Você não precisa se preocupar com isso".

Depois disso, ele se virou e desceu as escadas.

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