Lembranças Perdidas romance Capítulo 136

Zane colocou os pregos cuidadosamente na frente das rodas do carro e bateu palmas, feliz.

Ele pensou: 'Humph! Já que você ousou maltratar a minha mãe, vou estragar esses pneus!'.

Mas, de repente, sentiu um olhar penetrante sobre ele e ficou nervoso. Logo, mirou o terceiro andar, como se fosse culpado, e viu uma figura alta e magra saindo do quarto.

Mesmo de longe, ele podia sentir a frieza profunda e violenta.

Zane curvou o pescoço e fugiu.

Thalia estava sentada na sala de espera olhando as notícias no telefone celular, quando Zane apareceu correndo e pegou sua mão para sair daquele lugar. "Mamãe, vamos embora!"

"Aconteceu alguma coisa?"

"Quero muito fazer xixi! Vamos para casa agora! Eu preciso fazer xixi!"

Thalia colocou o telefone de volta no bolso e disse: "Vamos. Vou levá-lo ao banheiro do hospital".

"Não, mamãe, eu tenho misofobia. Quero fazer xixi no banheiro de casa!"

Zane saiu correndo do hospital com Thalia enquanto falava, como se houvesse um cão feroz correndo atrás deles.

Thalia o seguiu. "Você vai conseguir segurar o xixi?"

Zane assentiu com a cabeça desesperado e olhou para trás. Quando viu que Adam já havia alcançado a porta do primeiro andar, ficou com tanto medo que seu rosto empalideceu. Ele agarrou a mão da mãe e se escondeu no canto da parede com ela. "Mamãe, eu não aguento mais. Chame um táxi!"

Thalia viu o filho suando profusamente, então logo logo atendeu o pedido dele.

Zane soltou um profundo suspiro de alívio quando eles entraram no veículo, mas, depois de olhar pelo retrovisor, sentiu um arrepio na espinha.

O carro preto estava bem atrás deles.

O menino logo ficou morrendo de medo. Não por Adam ter descoberto a travessura dele, mas sim, porque ele não deveria deixar que a mãe dele se encontrasse com aquele homem.

Era muito provável que Thalia se lembrasse dos dolorosos fatos de cinco anos antes se o visse. Isso era inadmissível.

O menino estava muito nervoso naquele momento.

"Ei, por que tem um carro de luxo de edição limitada atrás do meu carro?"

O motorista olhou pelo retrovisor e murmurou em dúvida.

"Mamãe!" Zane mudou rápido de assunto. "Meu estômago está doendo muito. Me ajude e esfregue um pouco."

Thalia esfregou o estômago de Zane, mas ainda olhou para o espelho retrovisor por causa das palavras do motorista. Foi quando ficou estupefata.

Ela pensou: 'Não é... o carro de Adam?

'Por que ele está atrás do meu táxi?'

Com olhos aborrecidos, ela cerrou os punhos e pediu devagar: "Senhor, precisamos fazer um desvio antes de me levar para casa".

Perseguido por um carro de luxo, o motorista também estava bastante nervoso.

Mas ele pensou que talvez eles tivessem somente pegado a mesma estrada. Só daria para saber se era mesmo uma perseguição, se o carro atrás deles os seguisse após o desvio.

O táxi entrou em uma rua à direita, e Adam girou o volante e o seguiu.

Aquele tal de Zane era estranho. Cada ação e comportamento dele eram estranhos. Ele tinha que descobrir quem era aquela criança.

Por mais rápido que fosse o táxi à sua frente, era impossível que o motorista se livrasse dele. A distância entre os dois carros era de menos de um metro.

"Não me lembro de ter ofendido ninguém rico." O motorista parecia chateado e até suas pernas estavam um pouco trêmulas.

Zane olhou para Thalia e disse culpado, "Mamãe, deve ser... uma coincidência".

Thalia meneou a cabeça.

Adam os estava perseguindo. Como podia ser coincidência?

Ele devia tê-la visto, e por isso estava atrás dela. Mas ela não sabia o por quê daquilo.

Thalia ficou em silêncio por um longo tempo antes de dizer: "Senhor, acho que é um amigo meu. Por favor, pare o carro no acostamento".

"Mamãe, é seu amigo?" Zane ficou chocado. "Que tipo de amigo? Como é que eu não sei nada sobre ele?"

Thalia afagou a cabeça do filho e falou: "Fui promovida a secretária há alguns dias. Ele é meu chefe e parece estar com pressa. Deve haver algo muito importante para estar nos perseguindo. Espere por mim no carro. Vou sair e falar com ele".

Zane sentiu como se tivesse sido atingido por um raio e abriu a boca de espanto.

A mãe dele tinha sido promovida a secretária, e ele já sabia havia muito tempo que ela tinha sido transferida para a Matthews Corporation.

Por que nunca lhe ocorrera que a mãe trabalhava como secretária de Adam?

Em outras palavras, a mãe dele já havia encontrado aquele vilão, Adam, havia muito tempo.

Enquanto o filho estava atordoado, Thalia abriu a porta e saiu do veículo. O carro de luxo havia parado atrás do táxi.

Adam olhou para a pessoa que saiu do carro com espanto.

Ele se perguntou: 'Eu não estava seguindo aquele garoto travesso? Por que então é a Thalia que está saindo do carro?".

Ele franziu a testa, enquanto a observava chegar até a frente do carro.

Ela ia bater na janela, quando de repente viu algumas palavras escritas ali e seus lábios se contraíram.

'Cara mau!'

'B*stardo!'

'Homem infiel!'

Quem tinha se atrevido a escrever aquelas coisas no carro de Adam?

"Por quê você está aqui?"

Adam abriu a porta, saiu do carro e perguntou, calmo.

Thalia desviou o olhar, abaixou a cabeça e respondeu: "Sr. Matthews, é realmente você. Ainda estava me perguntando quem estava perseguindo o táxi".

Havia uma sombra sob os longos cílios dela. E lá estavam aqueles lábios vermelhos e carnudos sob o nariz proeminente.

Ela enfeitiçava Adam, parada na estrada movimentada.

Ele teve o impulso de puxá-la para os braços dele, mas não podia fazer aquilo.

Então respirou fundo e disse devagar: "Não sabia que você estava naquele carro. Eu estava apenas dirigindo por aí".

"É mesmo?" Thalia levantou a cabeça com um sorriso. "Sr. Matthews, o seu carro estava atrás do táxi há uns vinte minutos, até o seguiu quando entrou nessas últimas três ruas. Será que estava mesmo só dirigindo por aí?"

Ela claramente queria uma resposta dele.

E ele queria responder, mas todas as palavras ficaram presas em sua garganta.

Fora abrupto dizer que ela parecia uma velha amiga, então como ele se atreveria a dizer mais?

Se ela se lembrasse do que tinha acontecido havia cinco anos, com certeza iria embora de novo. E ele não se atrevia a esperar muito dela, só queria vê-la todos os dias. Isso era mais do que suficiente...

"Sr. Matthews, queria conversar com você no trabalho na segunda-feira. Mas já que nos encontramos agora, vou adiantar o assunto."

Adam de repente teve um mau pressentimento.

Thalia sorriu. "Quero voltar a ocupar o cargo de designer na Sparkle Jewels. Espero que você aprove."

Adam a fitou. "Por quê?"

"Sr. Matthews, tenho certeza que você sabe o por quê."

As costas de Adam de repente ficaram tensas. Ele moveu os lábios, mas não conseguiu pronunciar uma única palavra.

Ficou em silêncio por mais de dez segundos antes de dizer devagar: "O assunto já foi resolvido. Ninguém mais vai falar sobre o ocorrido. Você não precisa fazer isso".

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