Loucos Por Ela Capítulo 50

Allana
Fingi estar nervosa para sair o mais rápido possível do apartamento de Felipe.
Gus, nos deixou numa saia justa danada e além disso, Felipe já estava muito confiante por conta do que eu disse. Sabia que meus hormônios iriam acabar me complicando. Como eu pude ser tão estúpida?!
Não que eu não queira ficar com ele, oproblema é que não posso! Jamais o colocaria em risco apenas para satisfazer minha vontade… Igor nunca nos deixaria em paz.
Estava deitada na cama pensando em tudo isso, quando meu irmão entrou.
— Está pronta? — Perguntou sem me olhar diretamente e eu respondi em tom baixo, pois estou envergonhada..
Ele se retirou e fechou a porta.
Troquei de roupa, fui até o banheiro buscar a nécessaire de maquiagens, peguei minhas malas e saí também. Meu irmão já estava me esperando na porta e então fomos para a pista de pouso, onde o avião já estava pronto para decolar.
Sentamos de frente um para o outro e o clima tenso estava acabando comigo. O pior é que o tempo de viagem é de uma hora e ainda não se passaram nem dez minutos.
Olhei pela janela e vi o Rio de Janeiro ficando para trás! Meu coração apertou e senti um frio na barriga… como no primeiro dia naquele edifício
Sei bem qual é o motivo!
Meu irmão está inquieto… Respira fundo e esfrega a mão na testa de um lado para o outro, sem parar. Sei que ele está querendo falar alguma coisa, mas está esperando que eu tome a iniciativa e sabendo que ele não vai sossegar até que eu me justifique, (ou pelo menos tente) decidi quebrar o silêncio.
— Gus… — Chamei seu nome e ele que estava de cabeça baixa, apenas me encara ao erguer o olhar — Está bravo comigo, né?! — Perguntei, já afirmando porque é mais do que óbvio.
— Com você não! Nervoso eu estou com aquele filho de uma… — Ele vira a cabeça para o lado, pausa, inspira e continua voltando novamente a olhar para mim. — Com você eu estou decepcionado! Não confiou em mim.
— Claro que não! Isso não tem nada a ver. Eu só não disse nada porque na verdade tentei esconder até de mim mesma. Irmão, você sabe que eu nunca me apaixonei por ninguém, sempre gostei de ser livre. Nem mesmo o Jhony conseguiu me prender, mas o Felipe…
— Gosta dele, né?!
— Sim… — Ele assentiu.
— Quanto ao idiøta do Jhony, ainda bem que não firmou nada com ele. Não gosto daquele cara.
— Você não gosta de ninguém que se aproxime de mim, irmão. — Pronunciei tentando conter o riso e ele não conteve, então eu dei sequência. — E sobre Felipe, preciso renunciar ao que sinto. Pelo meu bem e o dele também…
— Nisso eu concordo! Melhor vocês ficarem longe mesmo para que eu não precise matá-lø! — Exclamou todo ciumento e foi impossível não gargalhar.
— Ai, seu bobo! — Falei sorrindo enquanto me sentava ao seu lado e o abracei. Ele retribuiu e beijou minha cabeça.
— Te amo! — Disse, ainda abraçado comigo e eu olhei em seus olhos.
— Eu também! — Ele sorriu, mas no mesmo instante destrambelhou falar e chegou a ser engraçado.
— Mas isso não muda o fato de que você estava no apartamento dele hoje. — Ressaltou tentando ficar sério novamente.
— Irmão! Pare de ser ciumento! — Falei e ri, então ele cedeu e riu também.
— Bom, ele já está avisado! — Destacou tranquilo, deixando-me confusa e me afastei para encará-lo.
— Do que está falando Gustavo? O que conversaram depois que saí? — Perguntei e ele disfarçou, pegando uma bebida.
— Avisei a ele que não ouse te magoar! Se bem que nem precisava. Te conheço o suficiente para saber que quem vai sofrer é ele. — Ironizou ao sentar-se novamente e eu ri.
— Gus!
— O que foi? Eu ouvi o que disse a ele antes de sair… Não se faça de boba! Você pode até gostar dele e assumir isso, mas sei que dará trabalho para aceitá-lo. — Fiquei calada porque na verdade ele está coberto de razão e em seguida mudei de assunto.
Passamos o resto da viagem conversando sobre coisas aleatórias e logo pousamos em São Paulo.
Assim que desembarcamos, minhas vistas começaram a ficar escuras e então eu não vi mais nada.
***
Acordei um pouco tonta e aos poucos tudo foi se normalizando. Ao me atentar ao lugar, vi que estava em meu quarto e ouvi a voz de meu irmão. Virei a cabeça procurando por ele e o vi na janela, falando ao telefone, então me levantei e fui até lá.
— Sim, vamos marcar! Marcelo, eu tenho que desligar, conversamos depois. — Avisou ao se virar e me ver chegando, em seguida encerrou a ligação e perguntou, guardando o celular no bolso. — Por que levantou?
— O que aconteceu? — Eu não me lembrava de
— Você desmaiou quando saímos do avião. Teve queda de pressão, segundo o paramédico que te examinou, então vá se deitar. — Explicou, mas logo mostrou-se autoritário.
— Claro que não! Eu estou bem. Com certeza foi resultado do estresse desses dias. — Afirmei e o vi revirar os olhos. — Onde estão nossos pais?
Lá embaixo, nos esperando
— Certo. Vamos descer!
retoque a maquiagem de seu pescoço. Contei ao nosso pai que estava tendo problemas, mas ele não sabe os detalhes… Ainda! — Ressaltou deixando claro que contará e concluiu. — E nossa mãe não sabe de nada. Diremos que você está com o trabalho adiantado e por isso tirou um mês de férias para vir nos
Está bem! Eu já desço… Pode ir
— Ok! Não demore.
se retirou e eu entrei no banheiro, retoquei as falhas e em seguida, desci para cumprimentar meus
você está bem? Chegou desacordada! — Minha mãe indagou preocupada enquanto eu descia a escada, veio ao meu encontro e me
Eu estou bem mãe! Não se preocupe… foi só uma queda de pressão. — Expliquei tentando tranquilizá-la e completei. — Estava com saudades! — Dei-lhe outro abraço apertado e fui cumprimentar meu
Não está se cuidando direito, né senhorita?! — Afirmou chamando minha atenção e também me abraçou..
Paaaii! Mal nos vimos e já está me dando bronca?! — Fiz uma brincadeira já dentro de seu abraço e
Bom, acho que podemos conversar na mesa, né?! Eu estou com fome! — Gustavo falou, arrancando risos de todos
Tem razão, Gus! Vamos para a mesa! Hoje fui eu que fiz o jantar... Preparei comida japonesa. — Nossa mãe anunciou o cardápio e meu irmão expressou-se
Huum!!! Mãe você é de mais!