Allana
Fingi estar nervosa para sair o mais rápido possível do apartamento de Felipe.
Gus, nos deixou numa saia justa danada e além disso, Felipe já estava muito confiante por conta do que eu disse. Sabia que meus hormônios iriam acabar me complicando. Como eu pude ser tão estúpida?!
Não que eu não queira ficar com ele, oproblema é que não posso! Jamais o colocaria em risco apenas para satisfazer minha vontade… Igor nunca nos deixaria em paz.
Estava deitada na cama pensando em tudo isso, quando meu irmão entrou.
— Está pronta? — Perguntou sem me olhar diretamente e eu respondi em tom baixo, pois estou envergonhada..
Ele se retirou e fechou a porta.
Troquei de roupa, fui até o banheiro buscar a nécessaire de maquiagens, peguei minhas malas e saí também. Meu irmão já estava me esperando na porta e então fomos para a pista de pouso, onde o avião já estava pronto para decolar.
Sentamos de frente um para o outro e o clima tenso estava acabando comigo. O pior é que o tempo de viagem é de uma hora e ainda não se passaram nem dez minutos.
Olhei pela janela e vi o Rio de Janeiro ficando para trás! Meu coração apertou e senti um frio na barriga… como no primeiro dia naquele edifício
Sei bem qual é o motivo!
Meu irmão está inquieto… Respira fundo e esfrega a mão na testa de um lado para o outro, sem parar. Sei que ele está querendo falar alguma coisa, mas está esperando que eu tome a iniciativa e sabendo que ele não vai sossegar até que eu me justifique, (ou pelo menos tente) decidi quebrar o silêncio.
— Gus… — Chamei seu nome e ele que estava de cabeça baixa, apenas me encara ao erguer o olhar — Está bravo comigo, né?! — Perguntei, já afirmando porque é mais do que óbvio.
— Com você não! Nervoso eu estou com aquele filho de uma… — Ele vira a cabeça para o lado, pausa, inspira e continua voltando novamente a olhar para mim. — Com você eu estou decepcionado! Não confiou em mim.
— Claro que não! Isso não tem nada a ver. Eu só não disse nada porque na verdade tentei esconder até de mim mesma. Irmão, você sabe que eu nunca me apaixonei por ninguém, sempre gostei de ser livre. Nem mesmo o Jhony conseguiu me prender, mas o Felipe…
— Gosta dele, né?!
— Sim… — Ele assentiu.
— Quanto ao idiøta do Jhony, ainda bem que não firmou nada com ele. Não gosto daquele cara.
— Você não gosta de ninguém que se aproxime de mim, irmão. — Pronunciei tentando conter o riso e ele não conteve, então eu dei sequência. — E sobre Felipe, preciso renunciar ao que sinto. Pelo meu bem e o dele também…
— Nisso eu concordo! Melhor vocês ficarem longe mesmo para que eu não precise matá-lø! — Exclamou todo ciumento e foi impossível não gargalhar.
— Ai, seu bobo! — Falei sorrindo enquanto me sentava ao seu lado e o abracei. Ele retribuiu e beijou minha cabeça.
— Te amo! — Disse, ainda abraçado comigo e eu olhei em seus olhos.
— Eu também! — Ele sorriu, mas no mesmo instante destrambelhou falar e chegou a ser engraçado.
— Mas isso não muda o fato de que você estava no apartamento dele hoje. — Ressaltou tentando ficar sério novamente.
— Irmão! Pare de ser ciumento! — Falei e ri, então ele cedeu e riu também.
— Bom, ele já está avisado! — Destacou tranquilo, deixando-me confusa e me afastei para encará-lo.
— Do que está falando Gustavo? O que conversaram depois que saí? — Perguntei e ele disfarçou, pegando uma bebida.
— Avisei a ele que não ouse te magoar! Se bem que nem precisava. Te conheço o suficiente para saber que quem vai sofrer é ele. — Ironizou ao sentar-se novamente e eu ri.
— Gus!
— O que foi? Eu ouvi o que disse a ele antes de sair… Não se faça de boba! Você pode até gostar dele e assumir isso, mas sei que dará trabalho para aceitá-lo. — Fiquei calada porque na verdade ele está coberto de razão e em seguida mudei de assunto.
Passamos o resto da viagem conversando sobre coisas aleatórias e logo pousamos em São Paulo.
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