Allana
Levei um baita susto ao ver Felipe sentando-se ao meu lado na praia e confesso que meu coração bateu descompassado. Não esperava que ele iria aparecer e muito menos tentar me beijar. Juro que tremi!
Seguimos para a casa de seus pais e após cumprimentá-los, me desculpei e agradeci por estarem me ajudando e Kate me chamou para subir. Chegamos em seu quarto e ela insistiu que eu tomasse um banho para tentar relaxar um pouco, atendi ao seu pedido e logo terminei. Vesti a roupa que ela havia separado para mim e saí do banheiro.
— Como se sente? — Ela perguntou ao me ver retornando ao quarto.
— Mais leve… obrigada por tudo que estão fazendo por mim.
— Não se preocupe e vem me contar tudo com calma. — Bateu a mão na cama, convidando-me a sentar e eu fui, então bateram na porta e eu senti um enorme frio na barriga. — Entre!
Cláudia entrou com a bandeja de comida e só então pude respirar aliviada.
— Com licença, senhoritas! Kate, sua mãe pediu que eu trouxesse o jantar.
— Pode deixar aí, Claudinha. Obrigada! — Ela sorriu e a empregada se retirou. — Você quer jantar agora, amiga?
— Não, meu amor… eu estou sem fome.
— Tudo bem… então desabafe!
Apesar de já ter adiantado um pouco do assunto ontem após o almoço, comecei a relatar com detalhes como tudo começou e ela sempre prestando muita atenção. Expliquei desde a primeira atitude que me fez querer desistir e todas suas reações negativas ao decorrer desses três meses até os acontecimentos de hoje e ela ficou chocada.
— Eu te ouço e não consigo assimilar esse Igor que você está me descrevendo, ao Igor que nós conhecemos! Amiga, juro que não dá para acreditar!
— Eu entendo… só convivendo diariamente para saber realmente como é. — Ela assentiu.
— E o que pretende fazer para acabar com isso de uma vez por todas? Acho que deveria contar para sua família…
— Isso não! Eu não quero mais problemas, odeiø confusão e isso só pioraria tudo! Mas também ainda não sei o que fazer.
— Vai denunciá-lo então?
— Também não! Do jeito que as leis brasileiras são falhas, muito capaz de não acontecer nada com ele e acabar sobrando para mim de novo.
— Você pode pedir uma medida protetiva…
— Já cogitei essa hipótese, mas do jeito que ele está obcecado, não vai respeitar a lei e não vai adiantar nada ser presø depois de já ter me matadø!
— É verdade… eu não pensei nisso!
— Amanhã vou trocar a fechadura do meu apartamento e proibir a entrada dele no edifício, em relação aos outros lugares, eu penso depois.
— Você poderia contratar alguns seguranças, seria bom até mesmo por conta da sua carreira, porque eu vou te falar… se você brilha desse jeito fazendo as outras campanhas, vai ver quando lançarmos a minha! — Amo esse jeito otimista dela.
— Ai Kate, é tudo que eu mais quero… focar muito na minha carreira! Mas não suporto andar cercada de seguranças. Meu pai vive tentando me fazer aceitar isso, mas não tem jeito. Amanhã penso com mais calma.
— Tenho certeza que vai encontrar uma solução e para qualquer coisa, eu estarei sempre aqui para te ajudar.
— Obrigada, meu amor! — Lhe dei um abraço e ao nos soltarmos, ela perguntou:
— Amiga, você disse que se arrependeu de ter iniciado esse namoro… quando foi exatamente que isso aconteceu?
— Na segunda semana, quando conheci a mãe dele. — A dúvida ficou estampada no rosto dela.
— E por quê?
— Porque vi o jeito que ele a trata! É muito estúpido, seco, frio… sabe? Com a própria mãe!
— É… ele sempre foi assim com ela mesmo!
— Pois é, vocês o conhecem a muito mais tempo que eu… nem preciso explicar muito! O fato é que meu pai sempre me disse que quando eu fosse escolher um namorado era para prestar atenção na forma como ele trata a mãe, porque isso diria se eu acertei na escolha e ele tinha razão… Por isso desanimei!
— Realmente, faz todo sentido! — Ela sorriu discretamente e agora quem ficou curiosa fui eu.
— O que foi, amiga? Do que está rindo?
— Não é nada importante, gostei do que disse! Mas agora sou eu quem precisa te falar uma coisa… Quando você estava no banho, meu irmão veio te procurar… ele quer conversar com você! — Minha alma saiu do corpo e voltou.
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