Felipe
Após a conversa com Kate, desci e fiquei esperando para saber se eu poderia falar com sua amiga e após incontáveis minutos, ela finalmente chegou com a resposta.
Conversei com Allana e tentei novamente uma aproximação, mas ela se esquivou outra vez e eu me controlei. Não posso insistir em nada, muito menos no estado em que ela se encontra, então logo me despedi e saí.
— E aí, como foi? — Kate perguntou ao me ver chegar no primeiro piso.
— Bem… ela está mais tranquila e eu já vou.
— Não vai jantar, filho?
— Não, mãe! Perdi a fome. Amanhã venho tomar café com vocês. Boa noite! — Dei um beijo nela.
— Bom… já que ninguém mais vai jantar, então vamos nós dois, Elisa! — Meu pai pronunciou ao levantar-se do sofá e minha mãe concordou, então ele advertiu. — Felipe, juízo! — Eu assenti.
— Pode deixar, pai! Boa noite! — Os dois seguiram para a sala de jantar e minha irmã me fez uma pergunta.
— Agora pode me explicar por que pediu a Cláudia para arrumar seu quarto, se você vai para o apartamento?
— Para Allana! — Respondi convicto e ela ficou confusa.
— Hã? Por quê?
— Nada demais, irmãzinha… Fica despreocupada! Só quero que ela durma lá. — Ela me olhou desconfiada, mas concordou.
— Está bem! — Nos despedimos com um abraço e eu saí.
Fui para a garagem, entrei no carro e comecei a dirigir. Eu poderia ter ficado para dormir, mas preferi evitar a proximidade, pois acho que não resistiria a tentação de estar sob o mesmo teto que Allana e não querer velar seu sono, pelo menos.
No meio do caminho tentei ligar para o Igor várias vezes, mas ele não atendeu. Passei em sua casa e também não estava, isso me fez imaginar que ele só poderia ter permanecido no apartamento dela e claro seria perfeito para termos uma conversa de homem para homem! Acelerei e logo cheguei no edifício, mas fiquei desapontado ao ver que não tinha nem sinal do carro dele, então subi direto para o meu, contando os minutos para acertarmos essa pendência.
Com a raiva que estou, vai ser difícil conseguir dormir! A vontade que tenho é mover céus e terra até encontrar aquele malditø infëliz! Como ele pôde ser capaz de agredi-la? Minha revolta é ainda maior por vê-la chorando desesperadamente daquele jeito…
Me servi uma dose de uísque que desceu queimando a garganta, pois bebi de uma vez e fui tomar outro banho para ver se consigo ao menos descansar o corpo, porque a mente, eu acho difícil.
…
Tive uma péssima noite! Fiquei rolando de um lado para o outro e cada vez que fechava os olhos, me lembrava de como Allana estava mal… não via a hora de amanhecer para ir vê-la e assim que o sol raiou, pulei da cama e fui me arrumar.
Após fazer minhas higienes, tomei banho e vesti uma calça jeans e uma polo branca da Lacoste, que contém apenas a logo, calcei um Jordan branco com azul e vermelho, me perfumei e saí rapidamente para a casa de meus pais. Como tenho a chave, cheguei e já fui entrando e dei de cara com minha mãe, que estava descendo a escada.
— Bom dia, filho! Caiu da cama?
— Bom dia, mãe! — Dei-lhe um beijo no rosto. — Eu quase não dormi, estava ansioso para saber como Allana está… Ela já acordou?
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