Felipe
Depois de procurá-la por horas na praia e não encontrar, acabei decidindo voltar para casa. Tive que desviar o caminho por causa de um acidente que interditou a avenida, então passando por um parque, vi um carro estacionado, o qual reconheci pela placa. Estacionei o meu e comecei a caminhar pelo local e logo a vi sozinha. Parecia pensativa… fui até ela e começamos a conversar.
De início sua reação não foi das melhores. Ela estava chorando, com certeza decepcionada com o que fiz. Tentei deixá-la à vontade, mas a cada palavra minha, seu nervosismo é óbvio e eu precisava falar em sua frente o que sinto.
Abri meu coração e me declarei, mas ela debochou. Pørra de mulher teimosa! Custa admitir de uma vez que sente o mesmo? É inútil continuar negando! Sua boca diz uma coisa, mas consigo ver através de seus olhos.
Quanto mais conversamos, mais percebi que a deixei desestabilizada. Ela estava quase cedendo e não podia perder a oportunidade. A beijei e ela retribuiu com vontade. Se estivéssemos a sós, sei onde isso terminaria.
Ao nos soltarmos, não acreditei ao ouví-la fazer aquela pergunta. Será que meus esforços enfim terão resultados? Enfim ela assumirá que gosta de mim? Me perguntei enquanto apenas a encarava em silêncio e em seguida sorri e continuei.
— É o que mais quero!
— A verdade é que existe sim alguém em meu coração, mas não é você! — Exclamou friamente fazendo com que meu sorriso se apagasse.
— Tem certeza? — Questionei encarando-a firmemente e voltei a me aproximar.
— Tenho.
— Então como explica essa entrega mútua quando nos beijamos?
— Atração! — Foi a vez dela me encarar e eu voltei a interrogá-la.
— Só isso?
— Sim.
— Quer saber? Não acredito! — Afirmei mantendo nossos olhos conectados, enquanto ela apenas mexeu uma sobrancelha, sorriu e falou se afastando.
— Problema seu!
Fico parado admirando-a seguir para seu carro… É muita ousadia e petulância numa só pessoa! Quem a vê caminhando tão calmante não imagina o tamanho da teimosia! Custava ter admitido? Mas preferiu mentir, a dar o braço a torcer. Ela entrou em seu carro, deu partida e saiu e eu fiz o mesmo.
Cheguei no edifício e vi seu carro no estacionamento. Subi para o meu apartamento e ao entrar, coloquei as chaves no balcão, peguei uma cerveja para esfriar a cabeça e liguei para minha irmã.
— Fe, até que enfim! Encontrou ela?
— Irmã, desculpe por não ter ligado antes… Encontrei e estávamos conversando.
— Está tudo bem? Parece desanimado.
— Não é nada… Eu estou bem!
— Eu te conheço! O que foi, discutiram?
— Ela vai embora! Vai voltar para São Paulo. — Desabafei e me permiti derrubar uma lágrima.
— Como assim voltar?
— Foi o que ela disse.
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