Resumo do capítulo Penúltimo Capitulo do livro Meu CEO Possessivo de Betânia Vicente
Descubra os acontecimentos mais importantes de Penúltimo Capitulo, um capítulo repleto de surpresas no consagrado romance Meu CEO Possessivo. Com a escrita envolvente de Betânia Vicente, esta obra-prima do gênero Romance continua a emocionar e surpreender a cada página.
Leon
Acho que ouvi errado, minha rainha não teria atentado contra a sua vida. Levanto-me e começo a andar, pensando no porquê ela nunca tinha me contado, mesmo sendo uma coisa dela.
— Por que você não me contou? — não me aguento e pergunto para ela, que estava chorando muito. Aquilo me cortou o coração.
— Eu tinha medo de te contar — ela sussurra, olhando-me com aqueles lindos olhos nublados de tristeza. A vontade que eu tinha era de voltar à delegacia e matar aquele desgraçado de uma vez por todas.
— Minha rainha, nunca tenha medo de me contar alguma coisa, OK? — peço-lhe, e volto a me sentar ao seu lado, puxo-a para os meus braços e ali eu a deixo chorar por tudo o que lhe tinha acontecido. Ficamos assim, nós dois em nosso mundinho fechado, onde não precisávamos de mais ninguém e onde teríamos um ao outro sempre.
— A senhorita quer um pouco mais de água? — a doutora pergunta.
— Não, obrigada! Eu estou bem, acho que agora sim eu finalmente tirei o peso das minhas costas.
— Você quer remarcar a sessão?
— Não.
— Você acha que está pronta para continuar?
— Sim, estou.
— Ótimo, então continue — a doutora pede, pegando um caderno. Começa a anotar algumas coisas, enquanto a minha rainha se senta melhor no sofá e fica segurando a minha mão com força. Eu sabia que aquilo era difícil para ela.
— Depois que tentei me matar naquela noite… — ela sussurra, e fico gelado ao ouvir essa frase. Tive muito medo de que algo tivesse acontecido com ela; eu nunca teria conhecido o amor.
— Continue… — a doutora Bastos encoraja.
— Eu tinha vergonha, sabe? Foi humilhante ver o que tinha acontecido e que tinha sido culpa minha.
Olho para ela chocado.
— Não foi culpa sua — declaro, e ela sorri triste.
— Para mim foi, até o dia em que te conheci. Naquela mesma noite, eu estava tão machucada, com tanta dor no corpo e com tanta vergonha de mim mesma por não ter conseguido machucá-lo.
— Senhorita Sanches, é normal se sentir assim.
— Doutora, não é normal eu ter sido violentada por um louco que achava que eu tinha que ser dele.
— Você não me entendeu, o que eu quis dizer, Senhorita Sanches, é que é normal uma pessoa achar que é culpa dela por ter sido violentada. E vocês têm que entender que não são culpadas, entende?
— Sim.
— Você quer continuar?
— Sim, eu quero acabar com isso logo. Fui largada no chão toda machucada por um louco, e sinceramente achei que não conseguiria ir embora.
— E depois, o que aconteceu?
— Acho que foi um milagre eu ter saído de lá e ter conseguido chegar em casa. Assim que cheguei, estava tudo escuro, eu tinha medo de acender a luz e ver o tanto que estava machucada.
Meu Deus, como a minha rainha sofreu, e ainda toda machucada. Ah, como eu queria tê-la conhecido antes e ter evitado toda essa dor e sofrimento que ela estava passando.
— Eu tinha vergonha do que aconteceu e achava que não merecia viver, era como se a minha alma tivesse sido arrancada do meu corpo.
— E como a sua família reagiu quando soube?
— Meus pais morreram alguns anos atrás em um acidente de avião, só ficamos a minha irmã e eu. Ela, coitada, sofreu o pão que o diabo amassou… Sabe, eu nunca tinha apanhado em toda a minha vida, nem quando criança… Como estava dizendo, a dor era tão grande, que quando cheguei ao meu quarto lembrei que tinha ganhado um diário de aniversário da minha irmã, que a minha mãe tinha deixado para ela. Só pensei numa coisa: deveria me matar. Assim, abri o diário e comecei a escrever nele…
— O que você escreveu?
— Que aquele dia era o meu aniversário de 18 anos e que tinha decidido acabar com a minha vida.
— E depois?
— Depois eu peguei um estilete que estava na gaveta da minha escrivaninha e decidi que aquele era o momento. Segui para o banheiro, e quando acendi a luz e vi como estava machucada, roupas rasgadas, humilhada e suja, a única opção que achei para mim e que teria sentido foi tirar a minha vida, e foi o que eu tentei fazer. Vi que só tinha uma maneira, e foi o que fiz, passei o estilete em cada pulso. Chorei muito, porque eu estava querendo um alívio para a dor que estava sentindo — ela diz, baixinho, e aperto a sua mão, mostrando que estava ali dando apoio.
— E naquele momento você só pensou nisso? — a doutora a questiona, e tive vontade de mandá-la para o inferno, ela não via como a minha rainha estava sofrendo?
— Para mim era isso, se eu me matasse não teria que enfrentar ninguém e ficar sendo apontada por ter merecido ser estuprada.
Fico chocado com o que ouço.
— E por que a senhorita acha que seria apontada?
— Porque, por incrível que pareça, ainda há preconceito, acham que nós mulheres merecemos esse tipo de castigo para aprendermos que devemos nos comportar onde estivermos.
— Onde você ouviu isso?
— Nas minhas primeiras sessões de terapia para pessoas que sofreram abusos. Lá eu ouvi cada história que daria para escrever um livro — minha rainha fala com tanta tristeza, que nessa hora tenho raiva da minha raça.
— E essas terapias ajudaram em alguma coisa?
— Não muito, sendo sincera. Me ajudaram a poder voltar para a escola e terminar os estudos, para começar a faculdade.
— Como seus amigos reagiram ao saber o que te aconteceu?
— Eles não ficaram sabendo.
— Por que não?
— Eu não queria que eles descobrissem que tinha sido estuprada e receber de alguns olhares de pena e outros risinhos de “bem feito”. Doutora, assim que achei que tinha me matado, entrei na escuridão profunda achando finalmente a paz que tanto buscava, e depois que descobri que tudo que eu tinha feito foi em vão me desesperei.
— Por que você achou que foi em vão?
— Quando eu me cortei, logo ouvi o grito da minha irmã Vanessa, e pedi perdão a ela.
— Por que você pediu perdão à sua irmã?
Tenho vontade de gritar com a médica insensível que ela era.
— Porque minha irmã não merecia passar pela mesma vergonha que eu! Ter o seu nome sendo arrastado na boca de fofoqueiros de plantão? Não, a minha irmã é boa demais para ser ligada a esse caso.
— O que a sua irmã pensa de tudo isso?
— É claro que ela não aceitou bem — Duda ri de nervoso.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Meu CEO Possessivo