Meu melhor erro romance Capítulo 10

Gabriela

Passei meu sábado comendo e revendo uns papéis que ajudaria no maior desempenho de alguns setores da empresa. Pela noite apenas procrastinei, fiquei deitada no sofá comendo batata frita que pedi num restaurante ali perto.

Coloquei minhas séries em dia e fui procurar saber mais da minha pós-graduação. Eu não nasci pra ficar parada, e por mais que meus pés pedissem descanso, eu só conseguia pensar em ir bater perna no shopping. Mas desisti assim que meu telefone fixo tocou. E o Lucas ainda me fala que isso é coisa de velho e ninguém mais usar.

— Alô?

— Gabriela, você pode me explicar que história é essa de você estar grávida? — minha mãe gritou do outro lado da linha.

— Oi mamãe, tudo bem com a senhora? — falei respirando fundo que já sabia que ia ouvir.

— Bem é o caramba! Tive que descobrir por uma vizinha, isso que você ouviu eu tive que ouvi fofoca das vizinhas para saber que minha filha está grávida. — minha mãe falou berrando está realmente com muita raiva. — Grávida Gabriela...

— Calma, mãe! Eu também descobri um dia desses. — falei meio sem graça sabia que a bronca seria grande.

— Eu sou sua mãe. Deveria ser a primeira a saber disso! — ela começou a chorar do outro lado. — E ainda por cima eu ligo o sei celular e você nem me atende, eu pensei que fosse sua amiga, mas depois que a sua avó morreu você não me conta mais nada...

— Mãe não é bem assim e você é minha amiga, mamãe. Só fiquei com medo de te contar e você sempre quis que eu fosse diferente que não cometesse este erro você me falou mil vezes para não esquecer o preservativo, o anticoncepcional, e fiquei com medo de te decepcionar, sei lá... acabar me matando.

— Quem vê parece que eu sou um monstro. Pensei que você confiasse em mim.

Revirei os olhos e fui beber água. Isso ia durar a noite toda.

— Nem tive tempo para contar. —respirei fundo. — Lembra que te contei sobre a noite do ano novo? Que eu acordei com Lucas na minha cama? Então, aqui to eu grávida três meses depois. Pronto contei.

— Graças a Deus que o filho é do Lucas! Pelo menos o pai é alguém descente. — ela se animou, meus pais amam o Lucas, as vezes acho que eles gostam mais dele do que de mim. — Seu pai está aqui andando de um lado para o outro perguntando quando será o casamento.

— Você sabe que não vai haver casamento, mãe. Aliás, Lucas tem uma namorada, e mesmo se não tivesse ele é o meu melhor amigo, está noite só foi um erro um grande erro, nós dois estávamos bêbados. — que confusão era explicar aquilo. — Esse filho é um acidente.

— Que história é essa de que não vai ter casamento? — seu Rogério pegou o telefone.

— Pai, o senhor é muito moderninho para saber que nem todo mundo que tem filho junto é obrigado a se casar. — bufei. — Estamos em 2022, vamos se atualizar.

— Só estou fazendo charme, minha princesa, sabe que vou adorar meu netinho ou netinha. — falou mais baixo. — Só estou seguindo o roteiro que sua mãe fez pra mim.

— Aí pai.

— Ainda bem que o pai é o Lucas eu gosto dele e ele é um bom homem, e sempre viveu aqui em casa, é como se fosse outro filho — meu pai falou e eu já sabia disso, meu pai sempre teve ciúmes do meus namorados e qualquer rapaz que se aproximasse, mas o Lucas o meu pai tem como filho.

Continuei conversado com os dois e vi total apoio da parte deles. Realmente não deveria ter temido, meus pais sempre foram bem liberais. Quais pais deixariam uma amigo viver no quarto da sua filha. Fiquei mais tranquila depois dessa conversa por telefone.

Quando desliguei, fui olhar meu celular e vi uma mensagem do Lucas falando que iria à minha casa com a Maria no dia seguinte.

Com essa informação resolvi ir dormir, para no dia seguinte fazer um almoço para eles amo a Maria como se fosse minha sobrinha. Eu me lembro perfeitamente a primeira vez que a vi ela ia fazer dois aninhos era a coisa mais fofa deste mundo. O Lucas está de babá dela naquele dia ele é apaixonado pela Maria e é um tio maravilhoso.

Fiz uma oração antes de deitar, quem sabe assim não espantava os pesadelos, até porque dessa vez eu não teria o Lucas comigo.

Coloquei uma música baixinha e fui dormir. Parece que minha oração funcionou, acordei apenas no outro dia com o despertador vibrando sobre meu criado mudo, avisando que já passava das nove da manhã. Tomei um banho, vesti um macacão comprido e fui organizar a casa.

Abri a geladeira e tirei todos os restos de comida fora. Peguei o resto de bolo de doce de leite com ameixa, e estava ficando verde, meu estômago revirou e eu corri para o banheiro pra vomitar.

Coloquei todo o café da manhã que tinha acabado de tomar pra fora. Esses enjoos já estavam me irritando, eu raramente ficava doente, e essa coisa de vomitar todas as manhãs estava me tirando do sério.

Escovei os dentes e voltei para cozinha. Com nojo fui jogando as coisas no lixo e limpei a geladeira. Olhei para meu armário, o que iria preparar de almoço para aquela baixinha?

Maria gostava de comer besteira, mais uma característica que tínhamos em comum.

Decidi fazer batata frita, nuggtes, arroz e feijão, simples e gostoso. Até porque essas eram uma das poucas coisas que eu sabia.cozinhar, digamos que meus dotes culinários ficam na parte da degustação.

Acho que o grande problema em fritas batatas é que quando você termina de fritar uma remessa, você já comeu toda a outra que já estava pronta. Como ainda tem gente no mundo que faz regime? Comer é a melhor coisa que existe.

Coloquei três lugares a mesa e arrumei os pratos. A campainha tocou no momento que pensei em me jogar no sofá. Fui abrir e encontrei Maria e o Lucas segurando inúmeras sacolas, meu Deus.

Meu amigo usava uma camiseta linda com referência ao filme Batman Vs Superman, já queria roubar.

— Oi, tia desejada! — Maria envolveu minha barriga passando a mão. — Oi, neném! — Olhei para o Lucas que entrou empurrando ela para a sala.

Os dois colocaram aquele monte de sacolas sobre o sofá e ficaram me encarando.

— O que foi?

— Compramos isso para vocês. — apontou para as sacolas e depois para minha barriga.

Caminhei até as sacolas e abri à primeira, encontrei três caixinhas, peguei uma e encontrei um lindo sapatinho de tricô na cor branca. O choro já subiu pela minha garganta, abri a outra caixa uma bem maior e lá estava um enxoval de saída de hospital, era tudo tão pequeno e fofinho.

Abri outra sacola e então deixei as lágrimas escorrerem pelo meu rosto, um conjunto do Batman, peguei na mão e imaginei meu neném ali. Virei para os dois e tentando secar minhas lágrimas, passei os braços pelo corpo do Lucas que retribuiu meu abraço.

— Obrigada! — sussurrei.

Lucas me apertou um pouco mais, e eu fiz o mesmo. Eu não tinha uma certeza sobre aquela gravidez, sobre ter ele ao meu lado criando aquela criança, mas com aquele gesto meu coração se aqueceu e tive uma segurança em relação a tudo.

Me desvencilhei dos braços dele e envolvi Maria em um abraço apertado. Aquela menina era o xodozinho do Lucas, e tinha se tornado o meu também. Nós duas éramos muito parecidas, devia ser coisa de leoninas.

— Obrigada, Maria. — beijei o topo da sua cabeça.

— Não pense que já perdoei vocês por não terem me levado para ver Deadpool. —falou cruzando os braços. Comecei a rir.

— Maria você ainda não nós perduou já tem anos...

— Foi uma traição eu queria muito assistir Deadpool...

— Só quando você tiver 16, sua baixinha. — Lucas bagunçou o cabelo dela.

Olhei para Maria, sequei as lágrimas e bolamos um plano apenas naquele olhar.

Em poucos segundos voamos sobre Lucas bagunçando o cabelo dele. Nós duas começamos a rir e a fazer cocegas nele.

— Vingança! — gritei.

— Me rendo! — levantou as mãos enquanto sapateava tentando se livrar da gente. — Parem. — Eu me rendo!

Paramos e nos jogamos no sofá rindo. Ele cruzou os braços tentando conter um sorriso preso entre seus lábios.

Ele se jogou no meio da gente.

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