Meu melhor erro romance Capítulo 18

Resumo de Capítulo 17: Meu melhor erro

Resumo de Capítulo 17 – Capítulo essencial de Meu melhor erro por Letícia Nogueira

O capítulo Capítulo 17 é um dos momentos mais intensos da obra Meu melhor erro, escrita por Letícia Nogueira. Com elementos marcantes do gênero Romance, esta parte da história revela conflitos profundos, revelações impactantes e mudanças decisivas nos personagens. Uma leitura imperdível para quem acompanha a trama.

Gabriela

Minhas costas me lembrava a todo momento que eu tinha uma dívida gigante com a seguradora, que meu carro estava destruído, que minhas memórias estavam me deixando doida e que eu não devia mexer no celular enquanto dirigia.

Já era quinta feira e eu tinha que ficar de repouso. Joice veio me visitar no dia anterior e contei para ela sobre as minhas alucinações, que ela tentou a todo custo me convencer de que eram memórias. O pior era que ela usava argumentos bons em relação a isso, o que me deixava cada vez mais confusa.

Essa história de acidente deve ter me atendido uns 3kg, ficar em casa sem fazer nada me fazia atacar a geladeira, e todos que iam me visitar levavam alguma coisa.

Minha mãe e meu irmão resolveram me visitar, e levaram uma linda torta de morango que ataquei sem medo de engordar. Joice preparou um bolo de prestígio que acabou em dois dias. Maria me deu uma caixa de bombons que não preciso dizer que ninguém nem viu a cara.

Além de gorda acabaria diabética ao final dessa gravidez, e foi isso que a doutora Marilia me alertou em uma visita, que deveria tomar cuidado com o que eu comia, porque se desenvolvesse pressão alta teria sérios problemas. E lá iria eu tentar conter minhas vontades.

Diogo tinha assumido meu lugar durante essa semana que tinha ficado fora, ele havia ido me visitar no meu apartamento e ainda levou flores. Lucas, que parecia não gostar nem um pouco nele, já eu estava adorando o jeito dele.

Falando em Lucas, esse garoto está a estranheza em pessoa, está cuidadoso como sempre, porém parece estar fazendo as coisas

minuciosamente, como se tivesse pisando em ovos quando está comigo. Ontem veio assistir ao jogo na minha casa, ainda estava de terno pois tinha vindo direto do tribunal, e parecia que estava incorporando uma pessoa séria. 

Devia estar doente. Porém na sexta feira recebi a visita que eu nunca imaginaria receber. A campainha tocou, eu me enrolei no cobertor que usava e fui abrir a porta. Dei de cara com uma jovem senhora de cabelos pretos com alguns fios brancos, olhos azuis brilhantes e duas

covinhas em cada bochecha, trazendo assim uma semelhança enorme com seu filho.

- Dona Jaqueline? - apertei os olhos tentando entender a presença dela ali.

- Posso entrar?-pediu com uma voz doce.

Assenti e dei passagem para ela, que caminhou até o sofá e se sentou, colocando sua bolsa e uma sacola no seu colo. Fechei a porta já esperando ser morta, caminhei devagar até onde ela estava, e me sentei um pouco distante.

-Então..- falei tentando puxar assunto.

-Olha  - ela suspirou. - Eu vim aqui porque sinto que não posso cometer o mesmo erro novamente.

— Como assim?

— Com minha primeira nora eu não agi nada certo, não estive presente durante a gravidez dela, e cometi inúmeros erros com ela. Hoje vejo o relacionamento que minha neta tem com a Elisa, a outra vó dela, e confesso que sinto falta daquilo, então estou aqui porque não quero falhar com meu outro filho, com meu outro neto.

- Dona Jaqueline…

— Calma, querida. Deixe-me terminar!- ela se aproximou e colocou a mão no meu braço.

— Sei que nada disso vai apagar algumas coisas que eu fiz no passado, que magoaram demais meus filhos, porém eu estou aqui me redimindo primeiramente com você, porque quero participar da sua gravidez.

- Olha..

- Não precisa dizer nada, querida.- me interrompendo mais uma vez. - Então já foi ao médico?

— Fui na semana passada.

- Fiquei sabendo do acidente, já se sente melhor?

- Sim, só algumas dores nas costas. Dona Jaqueline, eu não sou assim sua nora sabe. tentei explicar da melhor forma possível.

- Ah você sabe, isso é detalhe. Sempre que via você e meu filho junto nas festinhas, na escola e em todo canto, sabia que no final vocês ficariam juntos.

-A gente não está junto.- fiquei vermelha.

- Não seja boba Gabriela, você vai acabar sendo. Posso não ser a melhor mãe do mundo, mas ainda tenho instintos de māe.

- Nós somos apenas amigos.

Que história era essa de instintos de māe? Colocando eu e Lucas como um casal? Meu coração estava acelerado, e minha cabeça já começava a latejar com as coisas que ela estava falando.

- Bom, deixe isso para o futuro. Olha o que eu comprei! - me estendeu a sacola.

Dentro tinha um sapatinho branco de tricô, bem pequenino, mesmo tendo minha casa repleta de roupinhas, eu ainda babava nessas coisas fofas.

Coloquei entre os dedos e brinquei fingindo andar no ar.

- Obrigada, é lindo.

- Imagina. Promete que vai me deixar informada sobre tudo? - a dona Jaqueline sempre foi muito séria, e sempre colocou o seu trabalho na frente de todos.

- Pode deixar, eu vou avisar tudo.

- Agora tenho que ir, meu trabalho me espera.

A levei até a porta e ela me abraçou passando a mão na minha barriga.

— A vovó tem que trabalhar viu mas seja bonzinho com a mamãe - ela falou, com carinho. 

Foi embora me deixando totalmente confusa. Mandei uma mensagem de voz para o Lucas contando da visita ilustre.

Ainda pensativa fui preparar uma sopa de legumes para jantar, fiz a receita que minha mãe tinha me ensinado. Fui tomar um banho quentinho enquanto a panela pegava pressão.

Vesti um pijama fofinho e fui ver minha sopa.

No colégio ele deixou muitos "seguranças", como ele chamava os amigos dele, de olho em mim para qualquer deslize. Sorte a dele que antes do ensino médio eu era muito introvertida. Depois um ser chamado Lucas surgir do nada.

Eu ainda tinha um casal de irmãos mais novos que eu, meus pais quando eu terminei a faculdade, resolveram adotar, passaram por um processo gigantesco, mas conseguiram adotar o Marquinhos e a Andressa, gêmeos que na época tinham 4 anos. Eu os adorava, e adorava mais ainda a forma espetacular da minha mãe saber como ser mãe.

Meus pais tiveram meu irmão ainda muito novos, minha mãe tinha apenas 17 anos na época e isso não impediu que ela fosse a melhor mãe do mundo para nós.

Chegamos no Nair e a recepcionista indicou uma mesa perto da janela. Assim que olhei todo aquela comida no buffet minha boca salivou e levantei indo colocar alguns aperitivos antes que a pizza chegasse.

-Esse moleque vai nascer grande pra caramba.- Gabriel falou enquanto segurava um prato cheio de salada.

-0 que é isso? Você está traindo o mundo da gordura?-fiz cara de espanto.

- Estou tentando ser mais light, olha meu tamanho, desse jeito vou chegar aos cem quilos.

Já comentei sobre o tamanho desse menino, tinha puxado toda a estatura do meu pai, alto e cheio de músculos, já eu fiquei com o mini tamanho da minha mãe e a magreza também.

-Viu filho, seu tio traidor com um prato de salada? - alisei minha barriga.

Comi muito naquela tarde, foram incontáveis fatias de pizza, de quatro queijos, frango com catupiry, escarola, calabresa, abacaxi com canela, brigadeiro, leite ninho, e diversos sabores que eu nem sabia que existia. Ao final de muita comilança e conversa, Gabriel me levou para casa, enquanto eu reclamava de estar me sentindo um botijão.

Entre muitas conversas ele me contou como foi quando descobriu que sua, agora, esposa estava grávida. Contou coisas que eu não sabia, como a vontade dela de interromper a gravidez porque os dois não tinha nenhuma estabilidade financeira, eram dependentes dos pais e não tinham nenhum envolvimento sério.

Joana, minha cunhada, era um amor de pessoa, lembro como se fosse ontem quando eu estava no último ano do ensino médio e Gabriel  a levou em casa para contar da gravidez. Meus pais sempre foram bem "moderninhos" e então fingiram dar uma bronca assim como fizeram comigo, e depois deram todo o apoio necessário para eles.

Meus pais por terem passado por uma situação muito parecida os acolheram da melhor maneira possível, bancaram o casamento deles, que optaram por ficarem juntos, e ainda arrumaram um emprego de auxiliar administrativo para os dois.

Sempre gostei da história deles, porque lembro do meu irmão chorando em desespero, achando que não conseguiria dinheiro para sustentar sua família, e agora vendo ele firme e forte como gerente de uma loja de automóveis, cuidando da sua família, até planejou o segundo filho ele só não imaginou que vinha dois, mas  me dava uma alegria e um "Q" de esperança.

Eu e Lucas já não éramos tão novos assim, tínhamos estabilidade financeira, um emprego fixo, casa, carro e muito apoio dos dois lados da família. O agravante era que não estávamos juntos. 

Meus pais estavam juntos quando conceberam meu irmão, Gabriel não estava em um relacionamento sério, mas desenvolveu um imenso amor por Joana.

Já eu, não enfrentaria tantas dificuldades quanto eles, mas também não teria alguém ao meu lado 100%.

Me despedi do meu irmão naquela sexta feira e fui pensando alto para meu apartamento.

Passei nas gavetinhas do correio e peguei umas três cartas que tinha pra mim. Duas uma era conta do cartão e do telefone, já a outra era da Fábrica. Meu coração palpitou.

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Continua...

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