Meu melhor erro romance Capítulo 6

Gabriela

Acordei bem disposta pela manhã, acho que as risadas que dei com Joice foram suficientes para me fazer ficar bem. Comi um sanduíche e o restante do bolo de cenoura que ela havia feito e liguei para o Lucas pra avisar que ia buscar meu carro. Tomei banho e vesti um vestido preto simples, e coloco no meu corpo, onde pode nota a minha barriga antes toda achatada agora está com um pequeno volume.

Peguei um Uber até o apartamento dele. Na portaria o porteiro já me conhecia e permitiu que eu subisse direto.

Peguei a chave do seu apartamento, assim como o Lucas tem a chave do meu apartamento eu tenho a chave do dele, abri a porta. O local estava cheirando a perfume feminino, revirei os olhos, deveria ser o de Sara.

— Oi? — perguntei, mas não houve resposta. — Ótimo — Adentrei no local e fui até o quarto, a cama estava toda bagunçada, no chão tinha uma calcinha preta e minúscula, que nojento.

Procurei as chaves do meu carro na messa de cabeceira na primeira gaveta do lado direito onde ele disse que ia estar, mas não achei. Fui para a cozinha e a vi sobre o balcão. Junto estavam algumas anotações.

Em uma letra de forma tinha números de telefone e em cima escrito bem grande "Clinicas de aborto". Meu coração quebrou, não podia acreditar que o Lucas, o meu Lucas tinha sido capaz de me deixar um bilhete dizendo que não queria nosso filho.

Meus joelhos vacilaram e eu caí no chão em meio às lágrimas. Ele era meu melhor amigo, por que não tinha dito diretamente para mim que não queria o filho? Por que deixar apenas um bilhete jogando isso na minha cara?

Estava chorando e soluçando.

Rasguei o papel ao meio e joguei no chão. Peguei a chave do meu carro e deixei o apartamento. Meus olhos estavam embaçados por conta das lágrimas, quase tropecei na porta do elevador.

Respirei fundo tentando me acalmar, não podia chegar ao trabalho assim. Já dentro do meu carro soquei o volante inúmeras vezes enquanto xingava Lucas.

— Eu não acredito que você não quer o nosso filho — falei alisando o pequeno volume na minha barriga.

Ele não queria o filho? Não precisava se preocupar, pois não o veria. Iria acabar com a preocupação dele, iria me afastar, não queria nunca mais vê-lo na minha frente. E assim seria, pelo bem do meu filho.

Dei partida e segui para a indústria onde trabalhava. Sequei as lágrimas dos meus olhos que me impediam de ver às vezes. Quando estacionei na minha vaga habitual meu telefone tocou. A música era a que sempre tocava quando Lucas ligava. Silenciei o celular e limpei meu rosto.

Era muita cara de pau a dele, deve está ligando para saber se eu vou tirar o meu filho.

Ergui a cabeça enquanto entrava na fábrica. Hoje era dia de supervisionar a produção. Fui até minha sala onde costumava passar a maior parte do tempo e vesti meu macacão branco, necessário para os dias de supervisão.

Meu coração doía ao lembrar do bilhete sobre a o balcão. Mas minha cabeça dominava o meu corpo e me lembrava de que eu deveria ser racional. Iniciei meu trabalho tentando ignorar minha memória de mais cedo.

Além de deter minha tristeza, tinha que deter meus hormônios, segurar o choro era muito difícil. No meu horário de almoço tranquei a porta da minha sala e chorei tudo que tinha segurado.

A decepção era o que mais me afligia. Pensei em ligar para ele e xinga-lo, mas não tinha nem estômago para isso. Limpei minhas lágrimas e olhei para o salgadinho a minha frente, credo eu não ia comer isso. Respirei fundo abaixei minha cabeça na mesa e chorei mais um pouco. Quando deu minha hora de ir trabalhar novamente segui com a cabeça erguida.

Fui checar um problema de desperdício no subsolo e enquanto eu descia as escadas, por conta da minha impaciência em esperar aquele elevador que estava demorando demais, meu celular começou a vibrar no meu bolso. Peguei e li escrito o nome do Lucas com um número exagerado de corações depois do nome dele.

Fiquei olhando nossa foto que aparecia na tela, meus olhos se encheram de água. Bloqueei o celular e fui secar minhas lágrimas, devia estar dispersa, pois só senti meu corpo trombando em algo.

Braços seguraram os meus, levantei a cabeça e encontrei um dos estagiários. Não fazia a mínima ideia do nome dele, mas algo me dizia que eu deveria descobrir.

Seus olhos de esmeraldas sorriram como estamos de máscaras só sei que ele está a sorrir por causa do seu olhar.

— Desculpa.— pedi.

Dei um passo para o lado e vi seu crachá na altura da cintura. Apertei os olhos para tentar ver o nome dele. Diego ou Diogo?

— Diogo. — ele disse respondendo minha

pergunta mental.

Sorri envergonhada por ele ter notado que eu procurava saber o nome dele. Uma gota de suor escorria sobre sua pele preta, ele passou a mão na testa e eu o olhei de cima a baixo analisando todo o seu corpo, caramba, ele era bem gostoso, nossa como pode um homem como este aqui, e eu nem me lembrava dele.

— Gabriela — estendi a mão.

Diogo riu e pegou minha mão.

— Sei quem você é, aliás, você quem me coloca para trabalhar.

Agora ferrou, ele deveria me odiar. Semi encerrei os olhos e desviei o olhar.

— Desculpa? — perguntei subindo os ombros.

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