• MEU SOGRO • romance Capítulo 77

"Quanto mais esperto você fica menos você fala."

— Autor desconhecido

...ᘛ...

As conversas rolam soltas e ambas já estão à vontade. Berriere compartilha com ela um pouco da sua vida com Kamael e da forma como a obrigava tomar os remédios.

— Sou louca para ser mãe. — Cabisbaixa confessa.

— Espero que consiga. — Sincera a mulher de idade avançada lhe conforta. — Filho é muito bom amo meus meninos.

— Eu também desejo. — Esperançosa concorda.

— Voltamos! Podemos fazer parte da conversa? — Sorrindo os dois vão atrás delas na cozinha.

— Ficamos com saudades. — Bronck acrescenta.

— Claro, senta aqui. — Berriere chama com o dedinho.

— Bronck cuide bem dela. — Lisi adverte.

— Pode deixar. — Lhe dá um beijo estalado a fazendo corar. — Sabe que sou um homem protetor.

— Claro! Sei... er... e muito ciumento também. — Finaliza sorrindo.

— Na medida certa. — Encolhendo os ombros olha para sua velha amiga.

— Ciúmes não sei de quem, só tenho olhos para você Bronck. — Tímida, toma coragem e lhe beija os lábios com carinho.

— Que lindo! Nosso amigo arrumou alguém especial Benett.

— Com certeza querida. Vamos almoçar, o almoço já está servido.

A tarde passa tranquila, quando dão por si já anoiteceu, Berriere chama Bronck para ir embora e o mesmo avisa ao Benjamin que estão prontos para retornarem para casa. Não demora muito avisa que chegou.

— Até mais amigos e a próxima será lá em casa. — Bronck os convida.

— Adorei te conhecer! — Berriere vai até ela e lhe abraça. — Muito obrigada por nos receber.

— Igualmente. — Retribui o agradecimento.

Se despendem e logo estão no carro indo sentido a cidade. Berriere percebe que Benjamin está com uma cara nada boa e resolve sondar o motivo.

— O que aconteceu Benja? — Discretamente investiga.

— Oi? — Rebate a pergunta a encarando pelo retrovisor.

— Essa cara... Oliver está bem? — Preocupada questiona.

— Problemas em casa. — Sem dar detalhes responde focado nas ruas de Seattle.

— Tudo bem com o Oliver? — Mais uma vez pergunta.

— Sim, Baby está cuidando dele. — A tranquiliza.

— Ele disse que continua com cara de criança é verdade? — Sonda lembrando da breve conversa que teve cedo ao telefone.

— Verdade, baixinho de voz mansa. — Confirma.

— E o que aconteceu Benja? Você não me engana nunca me enganou, o que está te preocupando? — Insiste, mas dessa vez com uma voz autoritária.

Vendo que Berriere está preocupada Bronck a ajuda.

— Sinta-se à vontade para conversar com a gente Benja e pelo que conheço da Berriere não esquecerá essa sua aparência preocupada tão cedo. — Relata.

— Seu irmão tem um coração muito bom Riere e por conta disse, acaba se metendo em algumas confusões. — Comenta sem muitos detalhes.

— Não entendi, me explica. — Decidida deixa claro que quer detalhes.

— E isso é um problema? Ser uma pessoa boa é um obstáculo? — Bronck ficou curioso e resolveu arrancar mais informações.

— É! — Afirma. — Quer ajudar todo mundo até quem não merece.

— Empatia é algo ruim? — Pasmo Bronck rebate.

— Não acredito em falsos problemas. — Externa sua opinião. — Ele é manipulável.

— Hã? Que isso Benja, o que está acontecendo com meu irmão? — Preocupada tenta extrair mais informações.

— Deixa pra lá, é coisa da minha cabeça. — Tenta tranquilizá-la.

— Oliver está em perigo? — Os dois perguntam em uníssono.

— Nada que o Baby não dê conta e Monspie mesmo longe ainda bota medo em muitos. — Informa deixando os dois confusos.

— Por que medo? — Bronck pergunta.

— Ele é durão demais digamos assim, é o cara que cuida do Baby. — Fala sorrindo. — Eles se amam.

— Esse papo me deu fome. — Berriere declara.

— Sério? Você comeu muito. — Bronck revela espantado.

— Sim, comi cedo tá! Agora estou com fome de novo. — Encolhendo os ombros se justifica.

— Também estou, dormi a tarde toda. — Benjamin se junta a ela.

— Então vamos comer fora. — Avisa já que jogou toda comida fora.

— Pode ser. — Benja concorda.

Param em um restaurante jantam e conversam bastante, Berriere pergunta por pessoas que Benjamin se recusa a falar, ao perceber que isso o incomoda não toca mais no assunto. Finalizam o jantar e voltam para casa.

(...)

Assim que entram se juntam na sala.

— Preciso revisar uns relatórios da antiga empresa do Kamael ainda hoje, amanhã pretendo passear com meu neto.

— Saudades dele. Agora só quer ficar na Carmem. — Berriere admite enciumada.

Cortando o assunto Benjamin menciona o que lhe vem à mente.

— Estou gostando desse trabalho. — Comenta relaxando no sofá. — A vida ao lado do Baby e do Oliver pode ser bem cansativa.

— Acredito. — Bronck concorda os deixando na sala, vai ao escritório e volta com uns relatórios.

— Vou te ajudar a revisar, aí acabamos mais rápido. — Berriere se junta a ele.

— Muito obrigado, querida. Olhe esses aqui. — Lhe entrega dois.

Benjamin verifica seu celular e se levanta.

— Vocês ficarão bem sozinhos? — Os dois dizem que sim.

— Estarei na casa do Oliver, já está voltando e quero estar em casa quando chegar... qualquer coisa é só me ligar que venho correndo. — Ambos assentem e o ver sair porta afora.

Assim que ele sai Bronck fica encarando Berriere a deixando desconfortável.

— O que foi? — Investiga.

— Antes de revisar isso podemos conversar um pouco? — Sugere.

— Sim. — Coloca os papéis de lado e se vira para encará-lo.

— Gosto muito de você, mas sinto que estou às cegas! — Confessa sua frustração.

— Como assim? — Sem entender pergunta.

— Pode ser só insegurança. Posso aparentar ser mais jovem do que minha atual idade, mas ainda assim sou mais velho que você. Baby, Benjamins e Monspie estou com ciúmes. — Sincero se expressa.

— Bronck, eu cuidei deles. Não tenho nenhum interesse em outro homem a não ser você. — Acariciando seu rosto deixando claro suas intenções.

— Monspie era uma paixão do passado? Você já foi apaixonada por ele?

— Não... fui babá deles e a paixão vinha somente da parte dele. — Esclarece as coisas. — Mons jamais ganhou meu coração Bronck.

— Hum! Sei lá, só estou com ciúmes. Sei ser besta, mas não gosto de pensar que tem um cara apaixonado pela minha mulher. — Tocando a barba solta uma respiração exagerada.

— Sua mulher? — Com as sobrancelhas levantadas enfatiza.

— É, te farei minha esposa sra. Mondova. — Exasperado compartilha seus planos.

— Isso é um pedido de casamento? — Sussurra como se fosse um segredo.

— Ainda não. — Chateada Berriere bufa exageradamente o fazendo rir.

— Vamos aos relatórios. — Ela concorda e volta ler os papéis.

— Não entendo como todo esse dinheiro foi desviado. — Pasmo constata.

Chocada olha os desfalques milionários.

— Está vendo? Alguém fez isso muito bem, como se quisesse ter uma fortuna nas mãos. — Bronck explica os cálculos.

— Verdade, a empresa nunca esteve à beira da falência. — Sussurra boquiaberta.

— Agora quem faria isso? — Sua mente trabalha tentando achar uma brecha para entender o que está acontecendo.

— Não sei, não tive contato com ninguém de lá da B. Mondova Expor. — Diz o óbvio já que não saia de casa.

— Como a Transporte Word virou a B. Mondova Expor? Tem um ponto cego nisso, 167 milhões é muito dinheiro. E ainda arrancou de mim 50 milhões. — Tem alguém acima deles... estressa ao se ver cego. No fundo, parece saber quem é, pois, algo nessa história é familiar. — Essa pessoa passou a perna em todos, é alguém inteligente.

— Quem Bronck, a Katharine? — Avalia as opões tentando ajudar.

— Ela é pião, os irmãos também... Kamael era o cavalo. Merda! — Esbraveja. — Não tenho a menor ideia de quem seja.

— Os irmãos não foram, se não eles não estariam de olho no meu dinheiro. — Dita sua lista mental. — Kamael também não...

— Tem alguém debaixo dos nossos narizes que está se fazendo de morto ou de besta Berriere.

— Você acredita que possa estar vivo? Bronck por favor, não fale isso. Ele não pode fazer isso com a gente. — Chocada acredita nessa hipótese.

— Não sei Berrie! Você o reconheceu pela aliança, não fizemos nada para confirmar ser realmente ele. — Cegos estão cogitando que sim.

— Se realmente fez isso é pior que do que eu imaginava.

— Não sei, é só uma hipótese, não sabemos amor. Com certeza alguém usou todos como marionetes e está levando uma grana tremenda. — Batendo de leve na cabeça Bronck tenta insistentemente clarear as ideias.

— Como alguém pode ser assim? Não acredito nisso! Fui enganada!

— Todos fomos, mas pensando aqui o foco nunca foi você. Só serviu de peão para tudo isso. Creio que seu dinheiro só foi usado como fachada. Algo me diz que a intensão era roubar sem ser percebido e para isso te usaram ou a ele.

— Por que acha isso? — Confusa o questiona, já que o próprio disse que ela era a mina de ouro.

— Veja isso aqui, há 8 anos você investiu 100 milhões. Esse dinheiro sumiu. Em 4 anos com base nesses dados a empresa só usou os juros, mas esse dinheiro nunca foi investido na empresa entendeu? Os 100 que pertence a você nunca foi usado. Olha... — aponta os juros. — Aqui prova isso.

— Não vejo isso, não sou um gênio da matemática. — Relata sua falta de entendimento neste tema.

— Sou de exatas e sei como isso funciona, por isso cresci nesse ramo. Faço isso na minha empresa e só tem 3 pessoas além de mim que sabem como faço isso.

— Quem Bronck? Tem que ser alguém muito sábio.

— Meu pai hoje já falecido. Bartra e Kamael. Bartra também é de exatas como eu. — O nome do seu irmão pisca na sua cabeça, porém, ignora.

— Bartra não pode ser ainda trabalha para você. — Berriere retira da lista.

— Compartilho desse mesmo pensamento e o Kamael domina humanas muito bem, mas é um gênio de exatas. — Enfatiza.

— Bronck ele fez fortuna com uma empresa que nem era dele. — Berriere afirma. — Nossa vida era boa nunca nos faltou nada.

— Ele é muito inteligente Berrie. Agora é saber se realmente morreu. — Triste olha para ela.

— Vamos perdi a exumação do corpo dele assim saberemos a verdade. — Bronck concorda e deixa os papéis de lado.

— Berriere, temos que guardar isso somente para nós. — Ressalta.

— E o Brian? — Interroga.

— O que tem ele? — Sem entender contesta.

— Também é seu irmão e não é um gênio da matemática como vocês? — Examina já sabendo a verdade.

— Ele não é meu irmão de sangue, mas de alma e confio nele com a minha vida. — Rude defende seu amigo.

— Desculpa. — Sem graça se retrata. — Então, o Kamael está vivo!

— Se realmente estiver, Kamael deve ser um homem muito rico. Porque olha isso aqui! — Entrega-lhe o resumo que Fernando trouxe.

— Não sou um gênio da matemática amor, me explica. — Pega o papel em sua mão e começa a esclarecer.

— A empresa vive com os juros há 9 anos. Pelas minhas contas a B. Mondova na época, era de Seattle e mudou para Londres. — Bota a mente para funcionar. — Porém, Kamael ainda estava aqui.

Berriere escuta com muita atenção. Ele fica em silêncio olhando os papéis e volta a falar.

— Minha falecida esposa era viva... Kamael ainda estava na Expor. Estávamos no topo e a empresa que antes se chamava BaldwinExportadora estava em 8.º lugar. — Ele para e pensa. — Se eu fosse o dono me mudaria também, me reerguia em outro lugar. Viver na sombra de um Mondova não seria bom era arriscado, mas me mudaria indo para um lugar onde teria muita exportação e colocaria meu sobrenome na porta. — Nervoso vasculha a mente atrás de respostas. — Após o falecimento da Rose, Kamael se rebelou e sumiu por três anos depois surgiu a B. Mondova Expor. Esse nome vagueia em sua mente mais uma vez.

— Ele colocou o B. na frente e confesso que isso me deixou muito feliz. — Berriere dá xeque-mate. E como em um túnel do tempo Bronck sabe quem está por trás.

— Aí é que está, esse B não é de Berriere. — Balbucia incrédulo. — Não acredito nisso!

Se levanta vai atrás do celular que deixou no escritório. Disca e no segundo toque ele atende.

— Preciso conversar com você e o Andrews agora. — Alterado Bronck alerta seu irmão.

— Venha a minha casa, estamos aqui conversando. — Brian o convida.

— Estamos indo. — Pega as chaves em seguida a puxa para que saíam rapidamente.

— Calma amor o que aconteceu? — Assustada examina.

— Preciso do Andrews! — Passa pela porta da cozinha indo para a garagem.

"Estamos indo para a garagem quando alguém nos aborda. Penso ser o Benja e não é... tento ver, mas é tarde. Alguém bate na cabeça do Bronck e me apaga."

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: • MEU SOGRO •