Ponto de Vista da Kaia
Alora insistiu que não queria descansar depois da consulta médica. Eu precisava dar mais crédito a ela, afinal ela era forte de tantas outras maneiras.
Levamos ela para conhecer o território da nossa matilha, enquanto Samson fazia o mesmo com Freya.
Eu havia pedido para que Samson mostrasse tudo para a Freya, sabendo que ela aguentaria bem a caminhada, enquanto Alora talvez tivesse mais dificuldade.
Aquilo era muito diferente da matilha onde Alora cresceu. A maioria dos membros aqui eram ex-rogues, o que certamente a deixaria insegura, já que estava acostumada com membros leais e fronteiras seguras.
— A segurança aqui é um pouco diferente da sua antiga matilha... Mas com o tempo você vai se acostumar. — Comentei, ao ver o olhar preocupado que ela lançou diante da quantidade de guardas patrulhando a fronteira.
A Matilha Deserto de Âmbar também tinha medidas de segurança, é claro, mas nada naquele nível, não com guardas e guerreiros tão visivelmente expostos.
Ela se acostumaria com a ideia de um possível ataque a qualquer momento, aprenderia a conviver com aquilo, como eu aprendi.
Aquilo, claro, se ela decidisse ficar.
— Em que matilha você cresceu? — Meu pai perguntou de forma casual, depois que mencionei a antiga matilha dela. Os olhos dela se voltaram para mim, cheios de pânico.
— Não se preocupe, minha filha. — Disse ele, com um humor sombrio. — Não vou exigir, ainda, que o alfa e a luna da sua antiga matilha me contem como você foi parar lá.
O comentário, mesmo com tom de brincadeira, não ajudou em nada a aliviar a tensão dela.
— Alora cresceu na Matilha Deserto de Âmbar. — Respondi por ela, quando vi um guerreiro se aproximar do meu pai, chamando sua atenção.
— Ainda não contei certas coisas para o meu pai... Por favor, não fale demais. — Pedi baixinho no ouvido dela, aproveitando o momento em que ele se distraiu.
— Fique tranquila, não vou falar. — Ela sussurrou de volta, assentindo.
— E seus pais, tinham algum título dentro da matilha? — Ele continuou, voltando a olhar para ela.
— Meus pais eram amigos da família do alfa. Depois que eles morreram, fui morar com a família do alfa. Eles cuidaram de mim.
— Estou vendo que você não tem marca. — Ele comentou, olhando para o pescoço dela, onde não havia sinal de vínculo de companheirismo.
— Bom... Ainda não, oficialmente. — Ela respondeu, olhando de lado para mim, meio sem jeito.
— Ótimo.
— Ótimo? — Ela deu uma risadinha com o jeito direto dele.
— Eu não ia gostar se um companheiro aparecesse agora querendo tirar você da sua nova matilha...
— Tirar da minha nova matilha?
— Você vai se juntar a nós, não é? Como minha filha. Como irmã da Kaia...
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