Ponto de Vista do Hector
Um mês depois.
Eu estava encarando o mesmo mapa que observei durante o último mês, esperando que algo de repente surgisse para mim, ou que, por alguma mágica, o mapa me mostrasse alguma pista.
Onde ela estava...
Eu já tinha procurado por todas as outras matilhas vizinhas, por todas as cidades e vilarejos humanos... Ela não podia simplesmente ter desaparecido. Alguém deveria saber onde ela estava.
Eu estava dividido...
Eu tinha guerreiros observando os movimentos da Matilha Deserto de Âmbar todos os dias, encarregados de garantir que a cerimônia de marcação não acontecesse. E ela ainda não tinha acontecido. Eu tinha a promessa do Alfa Damon de que nada aconteceria até que ele aprovasse.
Eles não estavam em posição de arriscar uma guerra com minha matilha e com as matilhas da minha aliança.
A culpa me corroía a cada dia, misturada com a preocupação constante com a segurança da Kaia.
Onde ela estava...
O Alfa Jude e o irmão de Ezra, o Beta Edmund, estavam me ajudando na busca. Jude era a única pessoa que sabia sobre a minha falha em me conectar com a Alora e sobre ela ter bebido o acônito. Ele esteve comigo quando eu não queria continuar vivendo.
Jude sugeriu expandir a busca, talvez ela tivesse viajado para uma matilha mais distante em busca de refúgio.
O mapa à minha frente era de todo o país, as terras das matilhas estavam destacadas, apenas sendo riscadas quando a busca fosse feita e se não fosse bem-sucedida.
Algo estava se acumulando dentro de mim, como uma infecção. Eu não conseguia entender, mas tudo o que eu sabia é que meu lobo e eu sentíamos falta da Kaia, que queríamos encontrar ela. Para fazer as pazes.
Ao tentar procurar ela, percebi que na verdade não sabia muito sobre a Kaia. Seus detalhes antes de entrar para a Matilha Deserto de Âmbar eram difíceis de obter, algo com o qual Ezra estava me ajudando.
Por algum motivo, ela tinha um passado sombrio e aquilo me preocupava ainda mais ao pensar que ela pudesse estar em apuros.
Uma batida na porta me tirou do meu olhar fixo no mapa. Riley e Rosa entraram juntos.
Riley começou a falar sobre algo, mas eu estava tendo dificuldades para me concentrar. Tudo o que conseguia focar era o rosto preocupado da Rosa, mordendo o lábio inferior enquanto olhava para o mapa na parede.
— Rosa? — Eu a chamei. Algo estava a incomodando. Eu podia sentir aquilo através do vínculo de matilha com ela.
— Você ainda está procurando pela Kaia? — Seus olhos estavam arregalados enquanto ela observava as cruzes vermelhas no mapa e as anotações ao lado das possíveis áreas de busca.
— Sim.
— Você não acha que ela voltou?
— Voltar para onde?
— Para o ex-marido dela...
— Não, de jeito nenhum.
— Não vou demorar, preciso falar em particular com a Rosa.
— Claro, vamos dar privacidade a vocês. — Ambos os pais saíram para a cozinha, deixando Rosa e eu sozinhos.
Tomei meu tempo para me aproximar da mesa, não querendo deixar Rosa nervosa.
— Rosa, eu preciso da sua ajuda. Preciso que me conte qualquer coisa que a Kaia tenha dito para você. Isso pode me ajudar a encontrar ela.
— Me desculpa, Alfa... Eu realmente não sei onde ela pode estar. Se soubesse, já teria contado.
— Entendo. Mas mais cedo você parecia incomodada com a possibilidade de ela ter voltado pro ex-marido. Então, por quê?
— Depois que ela veio me ver... Sabe? Ela disse que eu aprenderia a viver de novo. Que ainda encontraria outra pessoa, que eu precisava seguir em frente. Eu tava em choque. Todo mundo falava a mesma coisa, mas ela... Ela entendeu de verdade. Ela sabia o que eu tinha passado.
Rosa fez uma pausa e levantou os olhos para mim, com uma expressão de incômodo por ter compartilhado aquilo. Por ter me contado o que Kaia havia dito.
— Rosa, eu não vou repetir nada do que você me contar. Mas pode ser essencial para a gente encontrar ela. Eu estou preocupado com a segurança dela... Quando eu soube que ela estava grávida, eu simplesmente não conseguia acreditar na força dela. Não só por ter sobrevivido àquilo, mas por conseguir amar aquela criança. Por ver a criança como inocente. Eu não queria que ela voltasse para ele, sabendo o que ele fez.
— Por quê? O que foi que ele fez?
Rosa ficou visivelmente desconfortável. Eu não queria usar o comando de Alfa, mas faria aquilo se fosse necessário. Felizmente, ela entendeu o quanto aquela informação podia ser importante.
— Ela nunca disse com todas as letras. Mas para entender o que eu vivi, ela deve ter passado pela mesma coisa.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Negada pelo Destino: Presa nas Sombras do Vínculo de Companheirismo
Apaixonada pelo livro...