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Negada pelo Destino: Presa nas Sombras do Vínculo de Companheirismo romance Capítulo 80

Ponto de vista da Alora

Eu andava de um lado pro outro no chão macio e acarpetado do quarto, provavelmente já deixando marcas de tanto repetir o mesmo caminho. O que estava demorando tanto pro Than voltar?

Foi então que ouvi gritos lá embaixo, Than discutindo com os próprios pais, mandando eles saírem da casa dele. Não consegui evitar e fui até a porta, abri só um pouco para escutar melhor. Ouvi a Medea tentando retrucar, insistindo em ficar na casa e se recusando a sair com o Alfa Damon.

Me afastei depressa quando ouvi os passos pesados do Than subindo as escadas, e me preparei pro que viria. Eu tinha causado aquilo, eu sabia. Era minha culpa ele estar tão furioso. Eu não devia ter saído com o Hector daquele jeito, mas eu precisava... Eu precisava ouvir com meus próprios ouvidos e não através das palavras de outra pessoa.

— O que você tinha na cabeça?! — Ele rugiu assim que abriu a porta do nosso quarto, batendo com força ao fechá-la atrás de si. — Ele podia ter te marcado, e eu não ia poder fazer nada para impedir.

— Não, o Hector nunca faria isso. Ele jamais forçaria... — Minhas palavras foram sumindo, engolidas pelas lembranças do que o Hector tinha dito.

Ele forçou a Kaia.

Não... O Than nunca faria algo assim.

— O que ele te falou? — Than exigiu saber, enquanto tirava a camiseta, os músculos dele tensionados de tanta raiva. Ele entrou no banheiro e ligou o chuveiro.

O que ele tava fazendo? Será que estava tão fora de si que precisava de um banho frio para se acalmar?

Ele voltou pro quarto e eu continuei ali, parada e congelada, só conseguindo olhar o Alfa se desmoronando na minha frente.

Ele veio até mim com aquele olhar selvagem, de predador, e parou perto. Ele cheirou o ar ao meu redor, e depois chegou o rosto bem perto do meu, farejando.

— Você está com o cheiro dele... Ele te beijou? — Rosnou com os punhos cerrados ao lado do corpo, o corpo todo tremendo de raiva.

— Claro que não! — Respondi, tentando esconder o arrependimento na minha voz. Ele realmente não me beijou, mas o cheiro ficou por causa da proximidade, do quase beijo. Fui idiota.

— Abra.

— O quê?

— Abra a boca. — Ele segurou meu queixo, e minha boca se abriu sozinha sob o comando de Alfa.

Fiquei chocada com aquilo. Ele se aproximou ainda mais e cheirou meu hálito, como se quisesse ter certeza de que não tinha nenhum traço da saliva do Hector em mim.

— Eu não beijei ele! — Empurrei a mão dele para longe, sentindo minha própria raiva crescer.

Como ele se atrevia a me interrogar daquele jeito?

Mesmo que o Hector tivesse me beijado, eu voltei para casa. Voltei pro Than. Ele foi quem se casou com a outra companheira, e eu nunca joguei aquilo na cara dele... Nunca questionei aquilo como ele vivia me cobrando sobre o Hector.

— Não. — Suspirei, quando ele segurou meu queixo novamente, com uma firmeza incomum para o meu Than.

— Mas você me abandonou. Tudo o que estou fazendo é por você, para manter você viva. Por que não consegue enxergar isso?

— Eu vejo, me desculpa, Than. Nunca quis te abandonar. — Solucei.

— Você me pertence! — Ele repetiu, mantendo o aperto no meu queixo, enquanto a outra mão deslizava para a nuca.

Antes que eu percebesse, ele invadiu minha boca com a língua... Sua saliva se misturou com a minha enquanto ele explorava cada canto, desesperado.

Eu sabia o que ele estava fazendo. Estava tentando apagar qualquer vestígio de Hector de mim. Não resisti ao seu domínio. Eu sabia que ele precisava disso. Mas minha mente pensava em Kaia.

Será que ele fora assim com ela... Tão possessivo? Será isso que Hector queria dizer? Se fosse, ela o interpretou errado. Than só precisava de segurança... Precisava saber que foi feito para aquela vida, que nasceu para ser o Alfa da Matilha Deserto de Âmbar.

Que não foi por causa da família... ou por uma questão técnica.

— Se você chegar perto dele de novo...

— Eu não vou, Than... Sou sua. Não vou chegar perto dele de novo. Me marque, e então vou ser sua. Só sua. Para sempre.

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