Ninguém imagina, ao cruzar os portões do Sítio dos Maias, o redemoinho de histórias, amores, segredos e crianças que transformaram aquele lugar em um verdadeiro microcosmo de emoções. À primeira vista, tudo parece paz, os risos infantis ecoam pelo jardim, cães pastores correm atentos atrás das pequenas travessuras, e o cheiro de pão fresco de Dona Maria invade o ar. Mas por trás da rotina, cada olhar guarda uma lembrança, cada gesto carrega uma decisão, e cada silêncio esconde perguntas ainda sem resposta.
Lua e Jeff, já com três anos, são o centro de todas as atenções. Cresceram sob o olhar vigilante da cadela Oliva, que, com autoridade silenciosa, decide quem pode ou não se aproximar. Dormem juntos, enroscados nela como se fossem parte da mesma ninhada. Marta, cansada de ver os pequenos espremidos, mandou fabricar uma cama King especial, cercada por grades, porque os gêmeos têm o estranho hábito de passear durante o sono, como se a própria noite não conseguisse contê-los.
— Eu juro que, se não fosse a grade, Lua tinha caído ontem, comenta Marta, ajeitando o laço nos cabelos da menina.
— Essa menina sonha com aventuras.
— Igualzinha à mãe… Jonathan ri, abraçando a esposa por trás.
— Mas tem muito do pai também.
Enquanto isso, a nova geração se espalha pela casa. Os trigêmeos de Islanne e Ravi transformaram cada canto em território de descobertas. Duas meninas loiras de olhos azuis, pequenas cópias de Ravi em aparência, mas com o temperamento decidido da mãe, já enfrentam o pai com olhar desafiador. O menino, Andrey, é a imagem de Islanne, traços suaves, cabelo escuro, mas herdou o jeito centrado de Jonathan.
— Essas meninas vão acabar comigo… Ravi resmunga, enquanto tenta colocar as duas no colo e recebe chutes e risadinhas em resposta.
— Parece que nasceram só para me testar.
— E nasceram mesmo, provoca Islanne, rindo.
— Mas o Andrey vai ser sua calma, pode apostar.
— Calma nada, rebate Jonathan, entrando na conversa.
— Esse menino tem o olhar que observa tudo, como quem calcula os próximos passos. Cuidado, Ravi… o perigo pode vir em silêncio.
Todos riem, mas a verdade é que até os cães parecem pressentir o peso que o futuro reserva àquelas crianças. Tina, a cadela pastor belga que Jonathan deu de presente no nascimento dos trigêmeos, é inseparável dos pequenos. Ravi, inconformado com apenas uma guardiã, trouxe mais duas. Hoje, cada filho tem a sua. Três cães que não desgrudam, formando uma pequena tropa de vigilância particular.
— Eles nem andam direito ainda e já têm segurança de elite, brinca Eduardo, entrando na sala com Darlene e o pequeno Dylan.
— Aposto que quando forem para escola, vão querer que as cachorras acompanhem.
— E vão, Islanne responde sem hesitar, séria.
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