O CEO sem coração romance Capítulo 137

RÔMULO

Chegando em casa, por volta das 23 horas, encontrei o meu irmão ao telefone, de um lado para o outro, brigando com alguém.

— Eu não quero nem saber! Pode retirar todas as postagens ou eu vou te processar!

E a minha mãe estava conversando com os funcionários.

— … então vocês estão liberados. Obrigada pelo trabalho esta noite.

Quando passei por eles, alguns olharam para mim. Aquele olhar curioso.

Eu segui para o meu quarto.

Há tempos não me sentia como me sinto agora. Amargurado, tenso, antipático.

A última vez que me senti assim tão ameaçado foi quando a Linda estava me ameaçando.

É um medo absurdo. Eu sinto como se toda a minha carreira estivesse por um fio.

O interessante é que é pelo mesmo motivo de antes, mas agora não é ela quem me ameaça, não é ela quem me acusa. Eu tinha medo que ela contasse e todo mundo soubesse. Agora todo mundo sabe e não foi ela quem contou. Ela foi quem se calou sobre o caso.

É como se eu estivesse no início de tudo. Passando por tudo novamente.

Quando eu entrei no meu escritório encontrei o meu pai acendendo um palito de fósforo e jogando dentro do lixeiro.

— O que você está fazendo aqui e o que é que significa isso? — logo fiquei nervoso.

Eu não esperava encontrar no meu escritório.

— Rômulo, eu pensei que você poderia fazer qualquer coisa na vida, mas agredir uma mulher e fazer um contrato para ela ficar em silêncio?! Eu não imaginava. — ele jogou mais pedaços de papel dentro da lixeira.

Então ele está queimando o contrato.

Fechei a porta e fiquei sem saber o que dizer, mas eu tinha que dizer alguma coisa.

— Como você ainda se pergunta sobre isso depois da forma como você me criou? Eu fui criado para isso.

— Eu não te criei para bater em mulher. — ele me encarou e me mantive de cabeça erguida.

— Quando você dizia "não deixa ninguém passar por cima de você", "não deixa ninguém falar alto com você", você pensava que isso não me influenciou a agir dessa forma? Eu fui criando dessa forma, sem perdoar nenhum erro, você nunca perdoou nenhum erro meu. Eu cresci intolerável. Eu me tornei o pior homem do mundo. O melhor empresário, mas a pior pessoa e você me pergunta por que eu fiz isso com ela? O que eu deveria fazer com uma pessoa que chegou me acusando de coisas que eu não tinha feito? Ameaçando destruir a minha imagem? Levantando a voz para mim? Vindo para cima de mim? Você esperava que eu agisse como, depois da forma como fui criado por você?

— Você estava muito enganado.

Ele olhou para mim e balançou a cabeça. — Filho, sabendo disso, eu reconheço que e peço perdão por ter sido um péssimo pai. Você sempre foi o meu orgulho. Eu nunca te falei isso, mas todas as suas conquistas eu comemorei, eu posso ter sido duro com você na sua frente, mas dentro de mim tinha um pai cheio de orgulho. Orgulho pelo empresário que você se tornou, pelo homem que você se tornou, eu só lamento por ter acontecido isso.

Eu não esperava ter essa conversa hoje com o meu pai, mas pelo menos eu disse tudo o que eu queria. Não esperava ouvir essas coisas dele também.

— Eu quero corrigir tudo isso que você pensa de mim. Eu não quero mais que você pense que eu sou um pai ruim, que não reconhece o ótimo filho que você é.

— O Rodrigo sempre teve toda a liberdade. Por que sempre eu?

— Porque eu me via em você. Eu não tive as mesmas oportunidades que você tem, vi alguém como você, com todo esse potencial, eu disse para mim mesmo que eu faria de você aquilo que eu poderia ter sido na sua idade. Você sabe que nós nunca tivemos a vida perfeita, que nós passamos por momentos difíceis, mas vencemos a batalha e agora temos a nossa vida de conforto. Eu sabia que você poderia ir longe, muito mais jovem do que eu cheguei. E o Rodrigo… temos que admitir que ele é retardado.

Me deu vontade de rir pelo comentário sobre o meu irmão.

— Você não deveria ter feito isso.

— Eu sei. E te peço perdão novamente. — ele falava olhando em meus olhos. — Nós vamos consertar isso juntos e eu também fui responsável, eu não vou deixar que ninguém acabe com a sua empresa nem com o nosso sobrenome.

— Está bem. — balancei a cabeça, concordando com ele.