LINDA
Desnecessário ele vir, mas já que está aqui ao menos me economiza no Uber.
Coloquei a bandeja com o cuscuz e os pratos e talheres na mesa.
Ele parecia muito bem para quem estava bebendo hoje cedo.
— Você não tem ressaca não?
— Tem. Neste exato momento. Mas tomei remédio.
— O Sérgio não ficou pra cuidar de você? — perguntei de um jeito irônico.
— Eu sei me cuidar muito bem sozinho, Linda.
— Aham. E como você foi no meu apartamento atrás de jantar?
— Eu não ia te pedir pra fazer o jantar. Eu ia pedir para o restaurante entregar na sua casa. Entende?
— Ata. Ainda está em tempo. Na minha barriga tem espaço. — sentei numa cadeira.
— Credo. Olha o tanto de comida e você ainda pensa em comer mais? Você é muito gulosa.
— Sou mesmo. E não desperdiço. — coloquei o cuscuz no meu prato. Daquele jeito.
Ele colocou só um pouquinho, mas eu sei que daqui a pouco ele vai repetir.
— Vamos ver se é bom mesmo. — ele colocou um pouquinho na colher e colocou na boca.
— Nem ouse dar nota. Já sabe das ameaças que eu fiz. — lembrei e comecei a comer. Estava uma delícia, como sempre.
— Muito bom. Nota 9.
— 9? Eu disse que não era pra dar nota! — fiquei indignada e ele continuou comendo. — Por que 9?
— A comida em si é um 10, mas é uma refeição e deveria ter uma bebida de acompanhamento.
— Não seja por isso. — peguei a garrafa de café e coloquei perto dele. — Agora é 10.
— Me sirva para o 10 ser merecido.
Eu o encarei com o olhar estreito. — Você tá de brincadeira comigo não é? Tá achando que aqui é restaurante? Tá me achando com cara de garçonete? Você pode se servir sozinho.
— Calma. — ele deu uma risada rápida.
— Calma, nada. Você me estressa, Rômulo.
— Nada que você também não faça comigo. — ele falou tranquilamente.
Anda muito calmo pro costume.
— Mas sério, está bom. Muito bom. Acho até que vou repetir. — ele abriu a garrafa de café e colocou na xícara.
Não contive o orgulho que sinto em ser uma boa cozinheira de cuscuz temperado.
— Obrigada.
Ele ficou me encarando.
— O que foi? — desmanchei o sorriso.
— Nunca tinha te visto sorrindo assim. Você tem um sorriso bonito.
Engasguei com o cuscuz e comecei a tossir com a mão na boca.
Eu não esperava um elogio vindo do Rômulo.
Não sei onde enfiar a minha cara depois disso.
— Bebe café. — ele me entregou um copo com um pouco de café e eu tomei.
Era outro copo, ou seja, ele colocou café pra mim.
É um dia de milagres.
— Obrigada. — consegui falar e a tosse parou. Tomei o café todinho para limpar a garganta.
— Isso tudo por causa do que eu disse?
— Pra quem tá acostumada a ouvir só coisa ruim… É de se assustar sim.
Ele ficou calado.
Ainda repetiu mesmo.
— Linda. A minha mãe mandou isso pra você. — o filho da vizinha apareceu na minha cozinha e me entregou uma bandejinha.
— E quem é você? — Rômulo o encarou.
— Sou filho da vizinha. — ele respondeu amigável.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O CEO sem coração
Foi maravilhoso esse livro...
Oh meu pai estou chorando 😭😭 aqui coração partido💔, ainda bem que ele se arrependeu , erra e humano,e ter consciência de que errou nos torna super-humano!!!...
Gente Amando esse dois hehehe, que pérola 🦪 e essa história 😍...
Eita lasqueira, hehehe 😁😁...
Mal sabe ela que daqui alguns capítulos estará completamente a mercê do monstro gostosão 🫦...
Coloquem mais capítulos,por favor...
Delícia de livro, adorei...