O Duque que me amava - Série Capman's, Livro 1 romance Capítulo 21

Quando o senhor Capman e Marcel chegaram à grande casa central, encontraram uma Judith extremamente irritada do lado de fora. A mulher parecia pronta para cuspir fogo em cima de qualquer um que ousasse lhe dar um bom dia e, enquanto passavam, os dois homens a encararam surpresos, afinal, a senhora Capman não costumava mostrar seu real humor com tanta facilidade.

No entanto, ao passo que entravam na grande casa e passavam pelo hall numa conversa engajada, perceberam o motivo de tanto descontentamento. Na sala de entrada, Charlotte e Brista tocavam o mesmo piano numa sincronia nunca vista por Marcel antes, mas muito bem lembrada pelo senhor Capman, que viu naquela cena suas duas menininhas quando eram somente crianças inocentes.

— Que novidade! — George falou sorrindo e caminhando até as garotas. — Que surpresa, minha menina.

O homem abraçou Charlotte sem se importar com a presença dos demais presentes, puxando Brista para seus braços também, fazendo a loira corar as bochechas, envergonhada pelas demonstrações de afeto do pai na frente dos cavaleiros.

— Charlotte veio para ficar, papai — Brista anunciou, rindo levemente ao ver a comemoração do homem.

Enquanto seu pai comemorava alegremente como o homem gentil e simples que era, Marcel observava Lucian que sustentava seu olhar com uma comunicação silenciosa. Ele sabia que o Duque era o responsável pela vinda da irmã, tinha certeza que Lucian era o idealizador daquela mudança repentina.

No entanto, apesar de surpreso, seu olhar brilhante e o pequeno sorriso que dirigiu ao outro cavalheiro revelou sua gratidão, afinal, o maior desejo de Marcel era que sua irmã voltasse ao convívio familiar e, principalmente, a estar debaixo de sua proteção. Agora Charlotte estava ali, mesmo que ele soubesse que aquilo não duraria muito.

O Capman mais velho não podia negar que acreditava que o Duque desistiria com o tempo, mas, ao olhá-lo observar sua irmã enquanto conversava com Chelsea animadamente, percebeu que os sentimentos e a teimosia de Lucian eram muito mais fortes do que imaginava.

“Talvez”, pensou ele, enquanto via os olhares de sua irmã para Lucian. “Só talvez, ele seja o homem certo para ela.”

Então, juntando-se à comemoração, ele se inseriu na conversa que se arrastou por longas e longas horas. Até os empregados pararam para receber a filha mais velha dos Capman, que sempre foi muito querida por todos. Um belo jantar foi organizado e, quando todos se juntaram à mesa para comemorar, Judith foi a única que não estava presente. Mas todos se esforçaram para ignorar o ocorrido e não deixar que Charlotte se sentisse desprezada.

Ao contrário do anfitrião, Marcel e Lucian estavam extremamente irritados com a desfeita, porém, assim como todo o resto, comportaram-se como se nada estivesse acontecendo e, enquanto o jantar transcorria lentamente e com conversas divertidas, Marcel pensava no que sua mãe estava fazendo àquela altura.

Imaginou que Judith não aceitaria Charlotte de bom grado, mas o desprezo dela era assim tão latente a ponto de sequer conseguir ocultá-lo? Marcel não conseguia entender como uma mãe conseguia ter tanto ódio de uma criatura que havia sido gerada em seu ventre, aquilo não fazia sentido para ele e, na verdade, para ninguém.

Apesar de bem recebida, Charlotte ainda sentia seu coração dolorido pelo desprezo de sua mãe, que não dirigiu a ela uma palavra sequer desde que a ruiva havia adentrado a casa central da fazenda. No entanto, apesar de triste, escondia esse sentimento muito bem, ao menos foi o que pensou.

Quando o jantar se findou e as damas subiram para seus quartos, prontas para ter seus descansos bem merecidos, deixando os cavaleiros a sós, Lucian não demorou a despistar a atenção dos outros dois homens para conseguir se retirar também. No entanto, não foi para seu quarto, como disse que faria, passou direto por sua porta e parou na última porta do corredor, o quarto que sabia ser de Charlotte.

Deu três toques na porta e, esperando pacientemente, viu a pequena bracha se abrir e os olhos claros de Charlotte se fixarem nos seus. O Duque sorriu ao perceber a timidez que cobriu o rosto delicado dela quando abriu um pouco mais a porta, somente o suficiente para que ele visse seu rosto por completo.

— Está com vergonha de mim agora, senhorita Capman? — perguntou ele, tornando seu tom mais rouco e arrastado propositalmente ao pronunciar o sobrenome dela vendo as bochechas ficarem ainda mais vermelhas.

— Não fale assim! — ela pediu, num sussurro, ainda envergonhada.

Charlotte sentia o coração acelerado em seu peito, sentia seu corpo nas nuvens enquanto o via encará-la com tamanha paixão expressa no olhar. Lucian havia tomado em seu peito um espaço que nunca havia cedido a ninguém, nem a Willian.

— Está bem? Notei que estava triste no jantar — ele falou, dando um passo para frente e encostando o ombro na soleira da porta erguendo a destra para tocar o queixo dela, subindo os dedos pela bochecha macia num carinho amoroso. — Não irei tomar seu tempo, sei que não devo repetir o que fiz esta manhã, não é respeitoso.

A fala do Duque fez Charlotte sorrir. Ela havia adorado ser amada por ele naquela manhã, mas admirava a consciência dele e sua honra em admitir que não era a decisão correta se queriam iniciar um compromisso, se ele queria, de fato, que ela fosse sua esposa, e não uma mulher qualquer com quem ele se deitou.

— Estou sim, obrigado por sua preocupação, Duque — ela falou, apreciando o carinho em sua bochecha e sorrindo para ele. — Fico feliz que saiba que nosso ato não se repetirá, não antes de por uma bela aliança em meu dedo.

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