O estrangeiro Capítulo 34

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Mais uma semana passou, desta vez nós iríamos ajudar Hunter a levar suas coisas para a casa nova. Como não eram muitas coisas, seria apenas uma volta. Ele disse que pegaria um taxi, mas por todas as coisas que ele viu e ouviu meu pai se ofereceu para dar a ele uma carona. Eu me prontifiquei a ajuda-lo em tudo, mas tinha algo de estranho nele, durante a semana o mesmo parecia distante algumas vezes.

— Posso entrar? — Pergunto o observando pela porta.

— Claro.

Eu adentro o quarto e meus olhos vão para o armário aberto sem roupas e as gavetas vazias. Imediatamente sinto meu coração pulsar, era real, eu não o teria mais dentro de casa todos os dias.

— Bem, precisa de ajuda?

— Não, obrigado. Falta pouco para terminar. — Disse com um sorriso fraco nos lábios. — Na verdade, pegue algumas coisas que estão nessa gaveta para mim. Por favor.

Levanto de sua cama e vou até a mesa de cabeceira, abro a gaveta e pego alguns papéis e um fone de ouvido. Fecho a gaveta e meus olhos vão para aquele quadro, o mesmo quadro que eu vi quando entrei escondida em seu quarto. Aqueles rostos de felicidade, como da última vez, pensei, nunca o vi tão feliz como estava naquela foto. Voltei minha atenção para o que eu deveria fazer, guardei as coisas em uma caixa e aproveitei para guardar o quadro também.

— Pronto, tudo guardado. Agora só falta ir para o apartamento. — Ele indagou sorrindo.

— Estou tão feliz por você, Hunter, mas temo que não nos veremos como antes. — Faço bico.

Ele caminha até mim ainda sorrindo e me puxa para seus braços.

— Já disse para ficar calma, não quero deixa-la. Muito menos agora, meu bem. — Ele roçou seu nariz no meu.

— Está bem, e então, quando vou poder ir à sua nova residência? — Pergunto passando minhas mãos e sua camisa amarrotada.

— Logo. — Ele dar um beijo em meu nariz.

Ouvimos alguém subindo a escada e ele me solta de seus braços.

— Já terminou de guardar suas coisas? — Meu pai perguntou nos observando pela porta. Senti seus olhos me metralharem.

— Sim, sim. Vamos? — Hunter diz desconfortável.

Nós descemos levando as malas de Hunter. Fomos até o carro e finalmente damos partida para o apartamento novo. E eu encontraria Emma naquele mesmo dia, sendo assim, meu pai me levaria ao nosso encontro após deixar Hunter. Durante o percurso, meu pai conversava com Hunter e por estar sendo ignorada, eu liguei minha música no fone.

Chegamos em frente ao edifício e meu coração disparou, meu peito estava doendo, a estranheza de Hunter estava me deixando insegura.

— Precisa de ajuda para levar as malas? — Perguntou meu pai.

— O, não. Vocês já fizeram muito por mim, inclusive, muito obrigado pela carona. — Indagou ele com um sorriso nos lábios.

Saiu do carro com suas malas nas mãos, meu pai o ajudou com as caixas que tinham, as colocando para a calçada. Eu desci para pelo menos o abraçar e me despedir, talvez o melhor abraço e todos.

— Foi bom passar esse pouco tempo com vocês, espero manter contato. — Hunter diz.

— Nós também. Você já faz parte da família. — Meu pai dá dois tapinhas no ombro de Hunter.

Ele some pela porta de entrada do apartamento. Algumas caixas ainda ficaram na calçada, mas o porteiro o ajudou, ele não tinha muita coisa. Meu pai estava prestes a dar partida quando eu reparei que faltou uma caixa ser levada, meu dever seria levar para ele.

— Papai, faltou essa caixa. Posso leva-la para Hunter? Eu encontro Emma daqui. — Digo.

O homem grisalho olha para mim com a sobrancelha arqueada.

— Está bem, Charlie. Já entendi sua estratégia, não demore a encontrar Emma. — Ele diz balançando a cabeça.

Dou um beijo na bochecha do mesmo e desço do carro com pressa e adentro o edifício. Com a caixa em mãos vou até o apartamento de Hunter, a porta estava entreaberta e ele conversava com o porteiro. Eu entrei e eles pararam a conversa, o moço saiu fechando a porta.

— Você esqueceu essa caixa. — Digo com um sorriso nos lábios.

— De certo, eu estou muito aéreo esses dias. Preciso de descanso. — Ele diz com as mãos nas têmporas.

— Eu percebi, você está muito estranho.

Ele leva sua mão até sua barba já crescida e virar de costas para mim. Eu vou para perto dele e observo a vista da grande janela que havia

Você está bem? — Pergunto me aproximando dele.

Está brincando? Eu estou muito feliz, finalmente. — Ele segura minha cintura com as mãos e se senta no sofá comigo em seu colo, eu passo mês braços ao redor de seu pescoço. — E como conseguiu ficar aqui?

Eu fico feliz que esteja bem. E vou encontrar Emma, mas ajuda-lo não será um problema. — Dou um beijo rápido em seus lábios.

— Certo, meu bem. — Ele dar um tapa leve em minha nádega e coloca uma mecha de cabelo solto para atrás de minha orelha. — Você é incrível.

Ele não precisou de mim para muita coisa, guardamos tudo rapidamente. Compramos alguns mantimentos para deixar na cozinha e já estava tudo pronto. Faltando apenas uma caixa, a que ele esqueceu mais cedo.

Faltou aquela caixa, ela está sendo ignorada desde cedo. — Digo olhando para a mesma.

Hunter pega a caixa e coloca primeiramente o porta-retratos na sala, novamente um incômodo me segue. Ele por sua vez, já leva o resto das coisas para o seu devido lugar. Pego a fotografia nas mãos, e observo pela segunda vez naquele dia.

Esta foto é muito bonita, você estava tão feliz. Quem são esses? — Digo.

Ele surge na sala com as sobrancelhas franzida.

— São meus pais. Essa foto já faz tempo que foi tirada.

Eu percebi, você estava bem mais jovem nessa foto comparando com as outras fotografias espalhadas pelo apartamento.

Sim, é uma foto muito especial. Nesse dia eu estava realmente feliz. — Hunter observava a foto com atenção, o homem nem piscava os olhos castanhos. Por um momento, seu olhar encheu-se de lágrimas, mas com agilidade ele limpou os mesmos e olhou para mim com um sorriso nos lábios. — Me desculpe.

Está tudo bem, também fico emocionada com fotos de infância. — Meus olhos vão para a mulher que estava ao lado de Hunter. — E essa é sua irmã?

Limpou a garganta e desfocou de mim.

— Não tenho irmãos. — Ela disse mudando eu tom de voz.

quem seria esta

Uma ex namorada. — Ele

respiração ficou travada, senti um aperto no peito. Não era grande coisa, mas para ele ainda ter uma foto com ela, deveria ter sido muito especial. Fora o fato de ela estar em outros retratos que eu nem ousei

Nossa, então ela é muito especial para você. Ainda tem fotos com ela. — Ele

Não tem só ela na foto, Charlie. Meus pais também

Mas ela não está apenas nessa foto, tem várias outras com ela.

namoramos por muito tempo, e meus amigos viraram amigos dela e ela conheceu minha família. Para falar a verdade, não tenho lembrança com meus amigos ou meus tios sem que ela esteja lá. É um

que aquilo me deixou tão desconfortável? Era bobagem se importar com uma ex namorada, mas dentro de mim eu sentia que tinha mais

você ainda tem sentimentos por ela? — Pergunto olhando em seus olhos, mas ele desvia

dele para responder falou por si. Depois de longos minutos ele

Tenho apreço, mas não sinto nada. Podemos mudar de assunto? — Parecia

Claro, mas eu tenho que

Mas já? Pensei que fosse almoçar

desculpe, eu realmente tenho que

Está bem, espero que não fiquei chateada por causa disso. Estou com você agora. — Ele segura minha face com as mãos, eu desvio