Mais uma semana passou, desta vez nós iríamos ajudar Hunter a levar suas coisas para a casa nova. Como não eram muitas coisas, seria apenas uma volta. Ele disse que pegaria um taxi, mas por todas as coisas que ele viu e ouviu meu pai se ofereceu para dar a ele uma carona. Eu me prontifiquei a ajuda-lo em tudo, mas tinha algo de estranho nele, durante a semana o mesmo parecia distante algumas vezes.
— Posso entrar? — Pergunto o observando pela porta.
— Claro.
Eu adentro o quarto e meus olhos vão para o armário aberto sem roupas e as gavetas vazias. Imediatamente sinto meu coração pulsar, era real, eu não o teria mais dentro de casa todos os dias.
— Bem, precisa de ajuda?
— Não, obrigado. Falta pouco para terminar. — Disse com um sorriso fraco nos lábios. — Na verdade, pegue algumas coisas que estão nessa gaveta para mim. Por favor.
Levanto de sua cama e vou até a mesa de cabeceira, abro a gaveta e pego alguns papéis e um fone de ouvido. Fecho a gaveta e meus olhos vão para aquele quadro, o mesmo quadro que eu vi quando entrei escondida em seu quarto. Aqueles rostos de felicidade, como da última vez, pensei, nunca o vi tão feliz como estava naquela foto. Voltei minha atenção para o que eu deveria fazer, guardei as coisas em uma caixa e aproveitei para guardar o quadro também.
— Pronto, tudo guardado. Agora só falta ir para o apartamento. — Ele indagou sorrindo.
— Estou tão feliz por você, Hunter, mas temo que não nos veremos como antes. — Faço bico.
Ele caminha até mim ainda sorrindo e me puxa para seus braços.
— Já disse para ficar calma, não quero deixa-la. Muito menos agora, meu bem. — Ele roçou seu nariz no meu.
— Está bem, e então, quando vou poder ir à sua nova residência? — Pergunto passando minhas mãos e sua camisa amarrotada.
— Logo. — Ele dar um beijo em meu nariz.
Ouvimos alguém subindo a escada e ele me solta de seus braços.
— Já terminou de guardar suas coisas? — Meu pai perguntou nos observando pela porta. Senti seus olhos me metralharem.
— Sim, sim. Vamos? — Hunter diz desconfortável.
Nós descemos levando as malas de Hunter. Fomos até o carro e finalmente damos partida para o apartamento novo. E eu encontraria Emma naquele mesmo dia, sendo assim, meu pai me levaria ao nosso encontro após deixar Hunter. Durante o percurso, meu pai conversava com Hunter e por estar sendo ignorada, eu liguei minha música no fone.
Chegamos em frente ao edifício e meu coração disparou, meu peito estava doendo, a estranheza de Hunter estava me deixando insegura.
— Precisa de ajuda para levar as malas? — Perguntou meu pai.
— O, não. Vocês já fizeram muito por mim, inclusive, muito obrigado pela carona. — Indagou ele com um sorriso nos lábios.
Saiu do carro com suas malas nas mãos, meu pai o ajudou com as caixas que tinham, as colocando para a calçada. Eu desci para pelo menos o abraçar e me despedir, talvez o melhor abraço e todos.
— Foi bom passar esse pouco tempo com vocês, espero manter contato. — Hunter diz.
— Nós também. Você já faz parte da família. — Meu pai dá dois tapinhas no ombro de Hunter.
Ele some pela porta de entrada do apartamento. Algumas caixas ainda ficaram na calçada, mas o porteiro o ajudou, ele não tinha muita coisa. Meu pai estava prestes a dar partida quando eu reparei que faltou uma caixa ser levada, meu dever seria levar para ele.
— Papai, faltou essa caixa. Posso leva-la para Hunter? Eu encontro Emma daqui. — Digo.
O homem grisalho olha para mim com a sobrancelha arqueada.
— Está bem, Charlie. Já entendi sua estratégia, não demore a encontrar Emma. — Ele diz balançando a cabeça.
Dou um beijo na bochecha do mesmo e desço do carro com pressa e adentro o edifício. Com a caixa em mãos vou até o apartamento de Hunter, a porta estava entreaberta e ele conversava com o porteiro. Eu entrei e eles pararam a conversa, o moço saiu fechando a porta.
— Você esqueceu essa caixa. — Digo com um sorriso nos lábios.
— De certo, eu estou muito aéreo esses dias. Preciso de descanso. — Ele diz com as mãos nas têmporas.
— Eu percebi, você está muito estranho.
Ele leva sua mão até sua barba já crescida e virar de costas para mim. Eu vou para perto dele e observo a vista da grande janela que havia na sala.
— Você está bem? — Pergunto me aproximando dele.
— Está brincando? Eu estou muito feliz, finalmente. — Ele segura minha cintura com as mãos e se senta no sofá comigo em seu colo, eu passo mês braços ao redor de seu pescoço. — E como conseguiu ficar aqui?
— Eu fico feliz que esteja bem. E vou encontrar Emma, mas ajuda-lo não será um problema. — Dou um beijo rápido em seus lábios.
— Certo, meu bem. — Ele dar um tapa leve em minha nádega e coloca uma mecha de cabelo solto para atrás de minha orelha. — Você é incrível.
Ele não precisou de mim para muita coisa, guardamos tudo rapidamente. Compramos alguns mantimentos para deixar na cozinha e já estava tudo pronto. Faltando apenas uma caixa, a que ele esqueceu mais cedo.
— Faltou aquela caixa, ela está sendo ignorada desde cedo. — Digo olhando para a mesma.
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