O estrangeiro Capítulo 49

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Na escola, todos olhavam para mim, eu me tornei o centro das atenções. A maioria dos professores conversaram comigo, uns perguntaram o que aconteceu outros me davam conselhos, eu fingia, escutava e dizia o que tinha acontecido na noite do sábado sem muitos detalhes.

Emma não viria a aula pelo resto da semana, por conta de seus joelhos machucados. Eu teria que suportar tudo sozinha na manhã da quarta-feira.

Durante o almoço, sentei ao lado de Adam em um pequeno restante próximo a escola. Comíamos nossa refeição, quando um grupo de garotos nos cercaram. Alguns eram simpáticos, outros perguntavam coisas que nunca existiram, típico de pessoas que não tinham o que fazer.

— Vocês viram o jornal, eu não quero mais falar sobre isso. — Digo irritada.

— É verdade que você atirou nele? — Uma menina aleatória pergunta.

— Não, de onde vocês estão tirando isso? — Pergunto com o cenho franzido.

— Emma transou com o padrasto dela? — Um garoto perguntou, aquele rosto já era bem conhecido na escola. Ele costumava fazer piadas machistas quando as meninas passavam no corredor e para completar, era capitão do time de futebol.

Eu olhei fixamente para ele, não acreditei que estava ouvindo aquilo.

— De todas as perguntas, essa foi a mais sem noção e indeiscente! Me levanto da mesa e batendo as minhas mãos na mesma. Ele olha para mim e sorrir.

— Todos sabemos que a Emma é uma vadia. — Ele diz me encarando. — Vocês pensam que nós esquecemos daquela história da foto, mas não.

— Eu digo a você, que tire o nome da minha amiga dessa sua boca suja! — Eu indago com raiva e o encarando. Adam segura meu pulso conforme eu vou levantando da cadeira.

— Qual é Charlie, e o Brian? — Eu engoli a seco com aquele nome. — Vocês são duas vadias!

— Eu sou vadia porque transo ou porque você é uma machista de merda? — Sentia meu rosto pagar fogo.

Ele gargalha e se aproxima de mim colocando suas mãos na mesa e me encarando.

— Como eu faço para conseguir um boquete seu? — Ele diz tocando em meus cabelos. Eu o encaro seriamente.

— É só pedir com jeitinho que ela faz! — Brian disse entre a multidão.

Eu olho para a mesa e vejo a faca que eu estava usando para cortar a comida, peguei a mesma e cravei ao lado de sua mão. Ele arregalou os olhos, todos me olharam incrédulos.

— Depois do que aconteceu comigo, eu não consigo sentir medo.

Ele arregalou os olhos e eu pude ver sua respiração ser cortada.

Adam que acompanhava a discussão de perto me puxou para longe de lá.

— Por que não me deixou furar o olho daquele garoto?

— Porque é loucura, só o que você fez já foi suficiente para render conversa o resto do ano!

Nos sentamos em um banco, eu apoiei meus cotovelos na coxa e meu rosto em minhas mãos.

— Por que estão falando aquelas coisas quando nós fomos as vítimas? — Digo entre lágrimas.

Adam passa sua mão em minha costa.

— Porque são mulheres. Depois do que aconteceu, todo mundo sabe que o Richard... — ele dá uma pausa e respira fundo — aliciava Emma.

— Eu não quero que ela venha, ela não tem obrigação nenhuma de ouvir esse tipo de coisa.

As aulas foram difíceis, todos olhavam para mim e cochichavam, o que eu fiz repercutiu por toda a escola e ninguém tinha coragem de perguntar para mim qualquer coisa sobre a noite do sábado. [...]

Olhei meu reflexo no espelho pela última vez, hoje no sábado iria visitar Hunter. Vestir meu vestido preferido, calcei meu all star amarelo e deixei meus cabelos soltos. Graças a minha gratidão a ele, meus pais não me proibiam de

— Está bonita. — Emma diz se deitando em minha cama.

— Vou visitar Hunter. — Digo sorridente.

Eu já imaginava. — Ela fala. — Eu sei que não conversamos muito sobre o que aconteceu, mas eu sou extremamente grata pelo que ele fez.

Eu me aproximei dela e segurei suas mãos.

Não precisamos falar, está tudo bem. Vamos virar essa página, ele já está pagando pelo que fez, nós merecemos ser

— Minha mãe me chamou para voltar para casa. —

— O... E você vai?

Se vocês ainda me quiserem aqui, não.

— Fique o tempo que quiser.

Eu a abraço e dou um beijo em sua testa. Cheguei no hospital a tarde, entrei na recepção e recebi um adesivo de "visitante". Caminhei até o respectivo quarto de Hunter, ele já estava nos quartos normais, era questão de tempo até receber sua alta. Abri a porta e me deparei com Ashley, ela estava com uma sacola de roupas de bebê nas mãos. Eles dois me olharam e eu fiquei sem graça. Saí e fechei a porta atrás de mim. Respirei fundo e abrir a mesma novamente.

Ashley olhava para mim enquanto eu deixava minha bolsa no chão.

Charlie, fico feliz que tenha vindo. — Hunter disse com um sorriso nos

Peço desculpa pela... Interrupção. — Digo olhando para Ashley. Ela arqueia a

Eu já estava saindo, só vim para mostrar as novas roupinhas do bebê. —

a observo guardar as coisas atentamente. Assim que termina, se levanta e aperta a mão de

Tchau, se cuide. — Ela diz e volta sua atenção para mim. — Até outro dia,

deixa sozinhos e ele olha para mim com um

Não estávamos fazendo nada demais.

Eu sei, mas não consigo simpatizar com ela depois de tudo. — Me aproximei dele. — Está se sentindo

Melhor impossível. — Ele diz. Seu olho roxo estava ficando mais claro, a ferida em sua sobrancelha já não tinha mais curativo e o seu lábio estava como antes. — Ainda dói quando me movimento, mas já consigo sentar e caminhar, por mais pouco

— Fico feliz, e quando sairá?

médico disse que provavelmente amanhã, eu nem sei o que vou fazer quando sair daqui. — Ele

Eu imagino, mas sair daqui já será muito bom! —. Ele sorrir e segura minha mão e olha para

Suas mãos já cicatrizaram. —