De certa forma, me sentia diferente quando estava com Dylan. A sensação que eu tinha quando estava com ele era diferente do que sentia quando estava com Hunter. Ele me fazia sentir leve, não pensava nos meus problemas e ele sempre arrumava uma forma de me fazer sorrir. Meus pensamentos sumiam, eu não precisava me preocupar com nada pois ele sempre me fazia sorrir. No fundo me sentia mal por estar sempre comparando o que sentia por Hunter e o que sentia por ele. Eu sempre tive certeza de que Hunter seria o grande amor de minha vida, mas ele me fazia questionar essas coisas.
— Mas, que luz é essa que ali aparece, naquela janela? A janela é o oriente, e Julieta o sol. — ele fala lendo o livro para mim. — Sobe, belo astro, sobe e mata de inveja a pálida lua.
A maneira de deboche e os seus gestos me faziam rir, minha barriga estava doendo de rir nesse domingo.
— Eu vou fazer xixi nas calças se você continuar com isso. — Digo ainda rindo. — Preciso fazer esse trabalho, Dylan.
— Me desculpe, Charlie.
— É tão clichê que me dói o estômago. — Reviro meus olhos.
— Me surpreende pensar que Romeu e Julieta conseguiram superar todas as dificuldades e desafios, porque o amor fala mais alto no fim das contas. — Comenta ele ainda revisando o livro, como se tivesse procurando algo interessante.
— Dylan, eles morreram.
— Eu sei, mas pensa bem, eles morreram um pelo outro. Basicamente de amor.
— Um amor platônico que provavelmente seria esquecido após dias. — Digo relutante. — Eu já vir isso em algum lugar, ah, é, todos os filmes de comédia romântica.
No domingo Dylan veio à minha casa para me ajudar com uma atividade do meu clube de teatro. Minha mãe obrigou a deixarmos a porta de meu quarto aberta, como se eu fosse agarrar ele.
— Problemas com o cara que você gosta? — Perguntou fechando o livro.
— Não é nada demais, eu não estou bem para romance hoje.
— Esse rádio funciona? — Ele aponta para o mesmo.
— Sim, mas faz muito tempo que eu não toco nele.
Ele se aproximou do rádio e ligou a música. Era uma música lenta, e começou a se chegou lentamente perto de mim. Estendeu sua mão para mim, mas eu revirei os olhos.
— Sem chance de eu dançar essa música. — Balanço a cabeça negativamente.
Ele manteve a mão estendida, e eu resolvi aceitar seu convite indireto. Me puxou para seu colo, sua mão vai parar em meu quadril e ele me encarava com um sorriso fraco nos lábios. Começamos a dançar juntos no ritmo da música, uma valsa sem muito passos. Ele me girou e então me segurou para que eu não caísse.
— Você ainda ousa dizer que não sabe dançar. — Ele diz.
Aquele silêncio constrangedor reinou por longos segundos, os olhos azuis de Dylan corroíam minha alma. Sentir meu coração acelerar e minha boca ficar seca, somos interrompidos pelo celular dele tocando. Eu umedeci meus lábios e ele tirou o telefone do bolso de sua jaqueta, pediu licença e saiu de meu quarto. As lembranças de Hunter vinheram em minha mente, eu não aguentava ficar sozinha.
— Infelizmente eu tenho que ir, minha avó quer ir ao supermercado antes que escureça. Tudo bem para você?
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