— Não me obrigue a dizer a verdade a você, Antonela – ele soltou um suspiro e irritado – você não suportaria ouvi-la, não após ter beijado aquele homem, mesmo após eu ter avisado o que aconteceria caso você fizesse isso.
Seus olhos cinzentos e perdidos a prenderam no chão. As palavras dele quebraram algo dentro dela, mas ela começou a entender seus motivos.
— Está querendo tirar o Adam de mim devido a um beijo que eu nem ao menos autorizei?
Um sorriso zombeteiro atravessou seus lábios.
— Você gostou de ser beijada por ele. Pare de mentir para mim, Antonela.
O grito dele a assustou, mas não o suficiente para que ela o enfrentasse.
— Eu ainda sou uma mulher livre e posso fazer o que eu quiser – ela estava respirando com dificuldade – eu não vou permitir que você me chantageie com suas falsas acusações. Arrume outra desculpa, Benjamim porque essa eu não acredito.
— Eu já disse que você não suportaria ouvir a verdade.
As palavras saíram de seus lábios em um grunhido.
— Nada mais me surpreende vindo de você, então diga logo essa m*****a verdade.
— Amo você – ele disse finalmente com o coração acelerado, dessa vez disposto a confessar de uma vez – você virou minha vida de cabeça para baixo quando nos conhecemos naquele bar e está fazendo isso agora, beijando outro homem que não seja eu.
A confissão dele pegou de surpresa. Os olhos de Antonela voltaram a ficar cheios de lágrimas. Ela não ouviu errado e as palavras de Benjamim congelaram seu coração.

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