Antonela sentiu seu estomago estremecer quando viu Benjamim sorrir para ela assim que se aproximou. Ela não soube distinguir que sorriso era aquele nem mesmo a expressão em seu rosto.
Ele olhava para ela como se registrasse cada momento, guardando na memória. Queria dizer o quanto Antonela estava linda, mas as palavras ficaram presas em sua garganta e a sombra de Carlota entrando na sala fez todo o encanto do momento desaparecer.
— O que está acontecendo aqui?
A pergunta de Carlota fez Benjamim fechar os olhos, demonstrando o quanto não suportava ouvir a voz da própria mãe. Sem se virar para olhá-la, Benjamim se aproximou de Antonela e segurou sua mão, entrelaçando os dedos, fazendo os pelos do corpo inteiro de Antonela se oiriçarem com o seu toque.
— Não é da sua conta – ele girou assim que disse isso e sorriu – dei ordens de que não queria vê-la andando pela minha casa.
— Quer me tornar sua prisioneira Benjamim? – Carlota indagou com ironia, mas com os olhos fixados nas mãos entrelaçadas do filho com Antonela.
— Quero que pare de vigiar minha vida – o rosto de Benjamim ficou totalmente inexpressível – e espero que tenha percebido que seu plano falhou dessa vez.
Carlota respirou fundo ao ouvir as palavras dele. Ela sabia exatamente do que Benjamim se referia. E percebeu quais seriam os passos dele em seguida. Carlota disse a todos que o casamento de Benjamim com Antonela era falso, mas ao invés de separá-los, ela os uniu um pouco mais.
O rosto dela permaneceu placidamente intacto, mas ela bufou de ódio assim que eles saíram da casa a deixando completamente sozinha.
Antonela gostou de ver Carlota derrotada parcialmente. Abriu um largo sorriso assim que saiu da casa e viu Adam a esperando com Carmélia do lado de fora. O menino correu para abraçá-la e ela não se importou se, o segurando nos braços, amassaria seu vestido.
— Onde você esteve por todo esse tempo? – Ela o beijou nas bochechas enquanto o menino sorria.
— Eu o matriculei em uma escola – Benjamim a respondeu – foi a maneira que encontrei de mantê-lo longe da Carlota.
Foi a maneira como Benjamim se inclinou para dizer isso a ela que fez Antonela sentir os joelhos fraquejarem. O ar quente saindo de sua boca perto do seu ouvido fez ela fechar os olhos e mal perceber o quanto estava hipnotizada. Só depois de algum tempo ela se virou para olhá-lo. Perto demais.
Antonela girou o pescoço rapidamente e se inclinou para colocar Adam no chão. Olhou nos olhos do menino percebendo o quanto ele parecia satisfeito com sua nova rotina e lhe disse.
— Quero que me conte tudo sobre a nova escola – o menino balançou a cabeça – depois que eu voltar da festa que vou com o papai.
Adam se remexeu, mas não disse nada. Deu um abraço em Benjamim e se despediram.
— Onde está a Dominique? – Antonela perguntou a Carlota.
— Ela é minha assistente pessoal agora – Benjamim respondeu – você a encontrará na festa.
Foi nesse momento que Antonela percebeu haver muitas coisas sobre Benjamim que ela não sabia. Viu-o sorrir para ela pela segunda vez e percebeu o quanto o clima entre eles havia mudado em questão de horas. Já não agiam como dois estranhos morando no mesmo teto, mas como um casal que descobria sentimentos juntos.
— Não deixe que a Carlota chegue perto dele – Benjamim desviou o olhar até Carmélia e Antonela lamentou por aquilo.
Obviamente lamentou pelo olhar desviado, mas percebeu o quanto a atitude dele em proteger o filho o tornava ainda mais especial para ela. Antonela estava fascinada e pela primeira vez não fazia questão de esconder.

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