Alessia não precisava ser informada do que era necessário fazer. De repente, quando chegou, viu sua casa ser tomada por montes de rostos desconhecidos e animados que a arrastaram para um quarto e a obrigando sentar-se em uma cadeira começaram com sessões de massagens, maquiagens e planejamentos de uma noite perfeita, que Alessia não fazia questão de imaginar.
Nada naquele casamento seria perfeito, nem mesmo sua lua de mel, a qual não existiria. Benjamim já havia deixado claro o quanto a detestava e que nela ele não mais tocaria.
Tudo parecia até mesmo um pesadelo, mas Alessia não desistiria, ainda havia esperança em seu pobre coração, de reverter aquele fim.
Um casamento arranjado e apressado estava longe de ser um marco romântico ou ao menos parecido com que Alessia sonhou um dia. Ela se perguntou por que todo esse aparato era necessário para um casamento, que no fim das contas era apenas mais um contrato.
— Você não me parece feliz, Alessia – o comentário da moça de cabelos negros fez ela levantar o olhar. O sorriso debochado instalado em seus lábios a irritou profundamente – vai se casar com Benjamim Dylon. Todas as mulheres dessa cidade desejam estar no seu lugar.
Embora ela estivesse destruída por dentro, forçou um sorriso, fazendo questão de validar o comentário e mostrar que, além de sortuda, ela também era amada.
— A gravidez tem me deixado enjoada – ela comentou, embora fosse uma enorme mentira – mais me sinto nas nuvens porque vou me casar com um homem que me ama profundamente.
Imediatamente o olhar de Carlota recaiu sobre ela, mas a mulher não ousou desmentir a nora na frente daquela gente, ainda mais sabendo que ainda que as mulheres fossem ótimas profissionais, não passavam de mexeriqueiras, que estavam ali para também despejar seu veneno sobre a Alessia.
Benjamim não amava Alessia e Carlota sabia muito bem disso. Enquanto ficou apenas ouvindo os comentários fermentarem sem nenhuma base verdadeira, ela tentou pensar no lado bom desse casamento, ela teria finalmente um neto e nada mais importava.
Carlota abaixou o olhar para o relógio de pulso e, vendo as horas, percebeu terem tempo para descansar de toda a pressão que aquele casamento vinha trazendo sobre elas. Levantou o olhar novamente e percebeu muita preocupação no semblante de Alessia.
— Podemos, sim, querida – sorriu para ela, embora não soubesse distinguir o sentimento em relação à Alessia, sentia-se obrigada a tratá-la bem porque ela carregava um herdeiro em seu ventre – está acontecendo algo urgente?
Imediatamente depois da pergunta, o olhar de Alessia passeou pelos cantos da casa, onde as outras convidadas estavam alojadas. Ela precisava garantir que ninguém ouvisse suas confissões.
Segurou delicadamente pelo braço de Carlota e a conduziu para a cozinha da casa, trancando-se com ela. Depois olhou nos olhos de Carlota consciente que sua atitude levantaria suspeitas e que seriam irreversíveis.

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