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O filho secreto do bilionário romance Capítulo 72

Era fim de tarde, as seis horas, a luz do céu ainda não havia se dissipado.

Fred correu pela rua, atravessando a avenida entre os carros em movimento, girando o pescoço para trás com o rosto austero, envolto em uma camada de frio. Seus lábios tornaram-se pálido. Seu perseguidor estava perto demais. Quando voltou a olhar para frente, era demasiadamente tarde demais. Um carro o atingiu fazendo seu corpo sendo lançado a uma curta distância.

Fred teve sorte, se assim ele poderia considerar, de que o condutor o havia visto metros antes do impacto e, diminuindo a velocidade, o atingiu de modo a não causar grandes danos, nem a ele, nem a Fred.

Caído no asfalto quente, Fred viu sua visão tornar-se embaçada e gritos abafados sendo ouvidos. Ele apenas sentia as pernas doerem de modo que o impediu de se levantar.

Fred observou apenas o vulto do policial se aproximar e dando ordem de prisão o algemou, mesmo ele estando caído, imóvel, pedindo ajuda para tirá-lo dali em seguida.

Apenas um pensamento dominava sua mente, estava tudo perdido. Mais de dez horas atrás, quando Alessia ainda tentava convencê-lo de que pagaria o dinheiro que lhe prometera, ele recebeu uma ligação dizendo que fosse ao hospital com urgência.

O estado de saúde de sua mãe havia agravado consideravelmente e se ela não fosse submetida a uma cirurgia nas próximas horas, não resistiria. Fred entrou em colapso. Deixou que o corpo desabasse no banco do hospital e segurou a cabeça nas mãos, com um olhar perdido e desesperado, porque de fato não sabia o que fazer.

Tentou convencer o cirurgião a realizar a cirurgia sem o pagamento, mas o homem de bigode alongado, que se considerava um bom profissional, negou seu pedido. Medicina, por amor? Se seus bolsos não tivessem enchidos, nem mesmo o amor de Fred salvaria a vida de sua mãe.

Ela era tudo o que lhe restara. Foi abandonado pelo pai ainda criança e conviveu com as dificuldades e o sofrimento da mãe que precisou abdicar de tantas coisas para trabalhar e dar a ele alguma chance de sobrevivência.

Era inaceitável para ele perdê-la, Fred não veria sua mãe partir sem antes forjar uma última tentativa, mesmo que essa fosse considerada arriscada demais. Ele trabalhou durante anos apenas para pagar a medicação e tratamento a qual ela fora submetida, não seria agora que desistiria de tudo.

Saiu do hospital em passos largos. Havia tentado um adiantamento no hospital que trabalhava como enfermeiro horas antes, mas também lhe foi negado. Todas as portas haviam sido fechadas para ele e Fred não tinha outra opção do que tentar o inimaginável.

Sua mãe, caso sobrevivesse, jamais o perdoaria por aquilo, mas não era o momento para pensar sobre as consequências, ele deixaria isso para depois.

Parou em frente ao banco e ficou em uma posição que não despertasse suspeitas sobre ele. Observou pessoas entrarem, irem ao caixa eletrônico e saírem com os seus dinheiros.

Um senhor de cabelos brancos, usando uma bengala e chapéu sobre a cabeça, entrou. Fred fixou os olhos sobre ele. Pelas suas vestimentas, o homem parecia ter muito dinheiro, além disso, era uma vítima fácil de ser dominada. Fred roubaria tudo dele.

O homem sacou o dinheiro e saiu do banco em passos apressados, quando Fred não fazia ideia se o dinheiro que ele carregava seria o suficiente para pagar a cirurgia de sua mãe, mas Fred precisou arriscar tudo e passou a perseguir sua vítima. O senhor logo percebeu a presença do estranho e gritou. Fred correu em sua direção com a mão sendo levada sobre o casaco para roubá-lo, mas não teve tempo, um policial apareceu logo atrás dele e Fred disparou sem o dinheiro.

Agora ele precisava salvar a própria liberdade. O que ele pensou que aconteceria? Que roubaria alguém e sairia impune? Certamente o desespero cegava as pessoas, foi exatamente isso que aconteceu com ele naquele momento.

O choro se intensificou, explodindo no peito de Fred. Foi nítido para Vladir o desespero do rapaz e ele precisou praticar a paciência, esperando que ele se acalmasse para finalmente jogar uma bomba em seu colo.

— Falsifiquei um exame de gravidez para a noiva do bilionário Benjamim Dylon – Vladir arregalou os olhos em espanto – ela me ofereceu uma enorme quantia e me pagou apenas uma parte.

Fred voltou a se calar quando sentiu um nó tampando sua garganta, mal conseguiu prosseguir.

— Eu disse a ela que minha mãe não tinha muito tempo, mas a Alessia não cumpriu com o prometido e eu não tive outra opção a não ser me tornar um assaltante – fez outra pausa e enchendo os pulmões de ar, levantou finalmente a cabeça e encarou Vladir – mas eu não deixarei a morte da minha mãe ser em vão. Me solte, delegado, eu tenho um casamento para arruinar.

Vladir olhou imediatamente as horas em seu relógio. O casamento de Benjamim aconteceria em menos de uma hora, mas ele não poderia soltar Fred sob nenhuma circunstância. Voltou a olhar nos olhos dele e indagar com urgência.

— Você pode provar sua acusação? – Fred balançou a cabeça positivamente – pode provar que Alessia não está grávida e que forjou um falso exame apenas para se casar com Benjamim?

Fred pegou o celular de seu bolso e entregou ao delegado, com o exame verdadeiro de gravidez.

— Está tudo aí, delegado – os olhos de Vladir recaíram sobre as provas – só não permita que Alessia se case com Benjamim.

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