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O filho secreto do bilionário romance Capítulo 83

As emoções de Alessia travaram quando ela olhou nos olhos de Benjamim e viu escuridão neles. A intenção dela sempre foi fazê-lo amá-la, mas incrivelmente ela só conseguiu o efeito contrário.

Agora ele a desprezava, não somente ele, mas Henrico e Carlota também. Os rostos à sua frente estavam cheios de mágoas, ódio e ressentimento.

Como se Benjamim já não tivesse mais nada para dizer, virou as costas para partir, mas Alessia não queria deixar que tudo acabasse assim. Ela avançou na direção dele e o agarrou com toda a força que conseguiu e implorou, com os olhos cheios de lagrimas.

— Precisa me perdoar, Benjamim – seus suspiros de ódio ao olhar para o desprezo dela fizeram Alessia se sentir um verdadeiro lixo – amo você e não saberia viver sem o seu amor.

— Largue-o imediatamente – Carlota avançou em Alessia, a puxando pelos cabelos e a jogando para longe de Benjamim – confiei em você, todos confiamos e olha o que você fez, Alessia.

Carlota estava descontrolada. Encarava-a desprovida de qualquer emoção, caída e humilhada. Lembrou-se o quanto gostou de Alessia e incentivou aquele casamento, até mesmo forçando Benjamim a se casar com ela, para no final ser traída da pior maneira.

— Carlota – ela começou a implorar, mas foi interrompida.

— Como você conseguiu inventar algo assim? – O corpo de Carlota inclinou-se para frente, pronta a atacá-la mais uma vez e seus olhos repletos de lágrimas demonstraram o quanto Alessia havia a machucado – você sabia o quanto sonhei com esse neto, o quanto apoiei e amei você como se fosse minha filha. E olhe para você agora?

— Sinto muito – ela sussurrou, escondendo o rosto entre as mãos, quando finalmente percebeu que nada do que ela dissesse reverteria aquela situação.

Alessia fechou os olhos na dura esperança de que estivesse dormindo e que fosse acordar a qualquer momento, percebendo que tudo não havia passado de um triste e horrível pesadelo, mas ao abrir os olhos todos eles permaneciam ali, olhando para ela como se estivessem vendo um monstro.

Henrico não moveu um dedo para livrá-la das agressões de Carlota. Ele certamente acreditava que ela merecia uma boa lição e não se importaria caso isso acontecesse. Mas Benjamim segurou a mãe quando percebeu que ela logo perderia o controle e agrediria Alessia pela segunda vez.

— Por favor, mãe, volte para o seu quarto – ele disse, virando-a e olhando para o seu rosto contorcido de dor – a Alessia já entendeu não há volta.

Carlota demorou mais do que deveria para aceitar a sugestão de Benjamim, mas antes que pudesse se arrastar pelas escadas e se trancar em seu quarto, afundando na decepção, ela agarrou o braço de Alessia e a conduziu até a porta.

Alessia sentiu o aperto de Carlota envolvendo seu braço, enquanto ela era obrigada a se levantar e caminhar até a porta. Viu-a abri-la e, com um impulso, empurrá-la para fora.

O impacto contra o chão foi inevitável. Alessia sentiu os joelhos batendo no concreto e suas mãos arderem enquanto seus ossos instalavam na tentativa vã de evitar uma queda pior. Ela gritou de dor quando seu corpo caiu no asfalto frio.

— Que você nunca mais pise seus pés imundos na minha casa novamente – houve uma explosão de raiva nas palavras de Carlota – eu me recuso a olhar para você mais uma vez.

Benjamim precisou segurar Carlota pelos ombros e ele mesmo conduzi-la até o seu quarto. Ele estava farto das emoções que assolavam seu coração. Ele não suportava mais viver aquele dia.

De esgueira, ainda tentando se levantar, Alessia viu Henrico sair da casa em passos lentos. Era como se ele carregasse um peso enorme sobre as costas. Um peso de tristeza e decepção. Em toda a sua vida, Alessia jamais havia o visto tão calado e abatido.

Ele a auxiliou a se levantar e caminhou silenciosamente com ela pela rua. Alessia gemia, enquanto arrastava os pés descalços sobre a rua. Chorou o caminho inteiro. Encolhendo os ombros, ela seguia ao lado do pai sem olhar para ele. Parecia rude, ainda mais depois de tudo o que ela havia feito, mas Alessia simplesmente era incapaz de olhar nos olhos de Henrico.

— Preciso me arrumar para ir à fábrica – a resposta dele a surpreendeu. Era como se não fosse ele. Como se ele estivesse completamente vazio por dentro.

— Não deve se preocupar com a fábrica, pai – ela disse a ele, quando ele girou o pescoço para olhá-la – irei no seu lugar e o senhor fica em casa para descansar.

— Eu não posso parar para descansar – Henrico olhou para o outro lado, voltou e pegou a xícara de café novamente – se eu parar, eu vou enlouquecer.

Ele disse isso, quando se virou e começou a subir as escadas lentamente.

— O seu quarto continua vago, Antonela – ele não olhou para ela quando disse isso – pode ficar quanto tempo quiser e depois traga o Adam para me visitar.

Antonela ficou petrificada no mesmo lugar, pensando que talvez estivesse escutado errado as palavras dele. Algo havia mudado dentro dele, ela conseguia ver isso claramente.

Se arrastou até a cozinha novamente e encheu um copo com café. Voltou a sentar no sofá com a intenção de permanecer acordada até que finalmente amanhecesse, mas depois de alguns goles de café, ela adormeceu.

Foi despertada com gritos e com fios do seu cabelo sendo arrancados de sua cabeça. Sentiu uma mão agarrá-la e derrubá-la. Logo, Alessia estava em cima dela, exigindo uma explicação do porquê ela havia dormido em sua casa.

O dia mal havia começado e as confusões em família já estavam armadas.

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