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O filho secreto do bilionário romance Capítulo 92

Antonela olhava pelo vidro embaçado da velha fábrica, quando viu Fabrício chegar com Alessia. Minutos antes, ela estava submersa em suas lembranças de horas atrás, quando Benjamim a beijou e confessou que desejava tê-la por perto.

Ela não conseguia parar de pensar no que aconteceu. O gosto do beijo dele ainda estava em sua boca. O cheiro dele impregnado nela, fazendo-a não conseguir parar de pensar nele nem mesmo por um segundo.

Se antes o amor já era visível, agora era impossível evitar sentir algo a mais por ele.

Mas a cena que seguiu fez seus pensamentos se dissiparem e ela se concentrar em apenas um fato: O que Alessia estaria fazendo na fábrica?

Saiu da sala rapidamente, sabendo que era um erro reencontrar Alessia horas após tê-la enfrentado. Sua cabeça ainda doía dos puxões de cabelo a qual fora cometida. Ela desceu as escadas de ferro apressadamente, na esperança de vê-los, mas quando saiu era tarde demais.

Evaporando como fumaça, não havia nenhum sinal de Fabricio ou Alessia por perto. Ela vistoriou o lugar com o olhar e, depois de não encontrar nada, caminhou por quase toda a fábrica.

Não demorou muito até ela encontrar Fabrício vindo em sua direção. Do outro lado da fábrica, no segundo andar, Alessia franziu o rosto ao olhar para Antonela, que a avistou logo em seguida. Ela estava na ala de dormitório dos antigos funcionários, que havia sido desativado muitos anos atrás.

— O que a Alessia faz aqui? – percebendo que Alessia saíra de frente da janela, Antonela desviou o olhar até Fabrício.

Fabricio olhou para o local e seu semblante transformou-se em uma espécie de tristeza. Depois olhou para ela novamente.

— Seu pai ordenou que eu a trouxesse para a fábrica – ele encurtou a conversa – ele a expulsou de casa.

Apreensiva, Antonela arregalou os olhos e sentiu a boca ficar seca.

— Por que ele fez isso? – ela ergueu a sobrancelha, mas Fabricio deu de ombros.

— Eu não faço a menor ideia – ele lamentou não poder ajudá-la – eu a encontrei em frente à empresa do senhor Benjamim, descalça e vestindo uma camisola. Seu pai sentiu-se certamente ressentido por deixá-la na rua.

Antonela desviou o olhar e ficou pensando que talvez conhecesse os motivos de Henrico por fazer aquilo. Alessia havia roubado o dinheiro da fábrica, ela estava ali para pagar o que devia.

Ainda assim, considerou uma péssima ideia ter que conviver com ela, embora o setor onde estavam fosse um distante do outro, arriscavam se encontrar e gerar mais confusões, a qual ela queria evitar.

Sabendo que Fabrício não podia fornecer muitas informações, Antonela se silenciou e decidiu voltar ao trabalho, quando viu Henrico chegar à fábrica.

Ela se apressou para alcançá-lo, ainda que fosse uma péssima ideia questioná-lo sobre suas decisões. Antonela precisava entender os motivos de Henrico em expulsar Alessia de casa.

Ela não faria o papel de advogada do diabo para defender Alessia, ao contrário estava convicta de que a irmã mais nova merecia muito mais do que essa punição. Antonela apenas se certificaria que a presença de Alessia não atrapalharia seu trabalho na fábrica.

— Espere, pai – ela corria e precisou recuperar o folego para conseguir continuar a conversa.

Henrico não parou para falar com ela. Prosseguiu para dentro da fábrica com os ouvidos atentos para o que Antonela dizia.

— Já contratou os novos funcionários? – ele subia as escadas com Antonela logo atrás – precisamos fazer as máquinas voltarem a funcionar.

Ela não conseguiu evitar um sorriso amargo. Embora aquele fosse um forte indício de que Benjamim estava sendo sincero quando lhe dissera estar arrependido por deixá-la partir pela primeira vez.

Sentiu que ele queria comprá-la.

Enquanto era afogada pela confusão dos seus sentimentos, viu Henrico tirar do bolso uma boa quantia e oferecer a ela.

— Pegue. Esse é o seu primeiro pagamento – Antonela balançou a cabeça confusa – compre roupas e brinquedos para o Adam ou qualquer coisa que ele precisa. Pode voltar para casa, eu resolvo as coisas por aqui.

— Eu não posso aceitar – ela gaguejou – eu mal comecei a trabalhar e, se esse dinheiro veio do Benjamim, eu não aceito.

— Não questione minhas ordens – ele segurou o braço dela e depositou o dinheiro na palma de sua mão, virando as costas em seguida – há coisas na fábrica que só eu poderei resolver hoje. Amanhã você volta. Vá cuidar do seu filho.

O tom de voz com que ele disse isso provou para Antonela que Henrico não aceitaria um não como resposta. Ela ficou o observando em silêncio, enquanto Henrico mexia em documentos e analisava suas pendências.

Ficou imaginando o quanto Benjamim havia dado a ele. Havia muita esperança no olhar de Henrico, de que em breve tudo se resolveria. Voltando a olhar para o dinheiro em sua mão, ela percebeu que aquilo era o suficiente para pagar suas contas e fazer bem mais por Adam do que Henrico havia sugerido.

Ela fechou a mão e caminhou até a mesa. Colocou a quantia na bolsa e se preparou para partir. Um dia ao lado de Adam faria bem a ela e Antonela planejava como seria divertido estar na companhia do filho.

— Nos vemos amanhã – ela disse, e saiu diante do silêncio dele.

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