$ O LEILÃO $ romance Capítulo 86

" A vida não ensina ser forte; ela obriga! "

• 11:00 AM •

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No caminho para casa fiquei pensando nas mensagens encaminhadas pelo Ivo e em como deve ter sido para Alessandra e minha irmãzinha esses 15 anos presas como animais em cativeiro. — Esse abutre pagará em vida, visto que à sua morte seria insuficiente por tamanho sofrimento causado!

— Chefe! — Encarei Andrea que se encontra ao meu lado já que o Durval pediu para dirigir.

— Oi...

— Posso esquematizar para pegar o velho Amatto! — sussurrou para que meu pai não ouvisse — Ele não pode simplesmente morrer chefe, precisa sofrer em vida.

Penso que tenha razão. E que o carcamano deve, sim, ficar preso e sofrer um pouco, mas não teria essa coragem.

— Não tenho coragem..., na verdade, penso que não! — Compartilhei o que está martelando na minha mente.

— Coragem de que Nico? — eu e Andrea trocamos olhares, pensando se devo ou não dividir com meu pai à conversa que estamos tendo aqui atrás — Não sou surdo diga!

— Patrão! — Toquei no braço de Andrea e resolvi eu mesmo contar o assunto em questão.

— Tive uma ideia...

— Não minta para mim! Daqui pude ouvir o que vocês falavam, não estou tão distante Domenico! — Andrea inclinou a cabeça como se quisesse que eu continuasse.

— Ele teve a ideia de que Vittorio não deve morrer tão facilmente e sim sofrer por tudo que causou a nós e a mia Bella. — Falei de uma vez esperando o esporro.

— Estou totalmente de acordo, sendo que ele me privou por 15 anos de cuidar e proteger a minha filha. Imagino como essa menina deve ser frágil. Só de pensar que o calhorda do Ivo encostou aquela pata imunda nela, e somente por se atrever, ele conhecerá completamente os sinônimos da dor em sua totalidade! — Preferi me calar, pois não ando com cabeça para dialogar sobre isso e ainda tenho que arrumar um jeito de contar toda essa situação para Alessa.

Chegando em casa, Emília veio falar comigo.

— Nico, meu filho, podemos conversar? — concordei seguindo com ela para à cozinha — Minha menina está bem machucada, filho, suas queimaduras inflamadas e seus pés bastante inchados, acredito que devemos levá-la ao médico, porque os cuidados que damos em casa não serão suficientes e temo que as feridas possam afetar o corpo com a febre alta...

— Sério? — Alisei minha nuca pensando que tudo isso pode ser minha culpa.

— Tentei convencê-la a irmos ao médico. Pedi, mas é teimosa e não aceitou! Nem seu tio Fabrício conseguiu. Por favor, devemos levá-la ao hospital imediatamente.

— ... Vamos sim! — consenti de imediato — Se prepare que você irá conosco.

— Com toda certeza irei, o almoço já está pronto. Só ficarei tranquila quando o especialista passar os medicamentos certos para minha menina, senti que anda um pouco febril e seus pés inflamados... — Respirei pesadamente apenas por imaginar como estejam.

— Já voltaram! — meu tio se juntou a nós com um largo sorriso no rosto e fiquei tentando entender o porquê — Não fique assim irmão, elas crescerão novamente, e em três anos teremos um lindo vinhedo diante dos nossos olhos, visto que essas terras fazem parte do loteamento e daqui temos uma linda vista. Fique calmo, sim?

Vejo meu pai seguir para abraçá-lo e imagino que sua mente esteja um misto de raiva com decepção, pois sei como ele é quando o assunto são filhos.

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