O ʟᴇɪʟᴀ̃ᴏ romance Capítulo 185

"Os pequenos momentos são enormes" – Arkab

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• ALESSA AMATTO •

No caminho nossa irmã não parou um minuto sequer de falar sobre o novo vinho, aguçando Domenico, pois o assunto é do seu agrado e o mesmo começou a lhe dar algumas dicas.

— Podemos fazer uma reunião na segunda, já que a nova enóloga estará presente e pode te ajudar Lexie. Parisi já deu algumas dicas e contaremos com calma todas as opções que ficará perfeito com o que deseja criar, na minha opinião, podemos trabalhar com as uvas doces como as que usamos no do La Mora e acrescentar algo novo para marcar o aroma. No que criei para mia Bella, foi adicionado amora, dando ao vinho a fragrância exata da pequena fruta. — Domenico explicou com tanto charme que fiquei excitada só pela forma elegante dele falar — Se me permitir, posso te dar uma ótima ideia.

— Claro, irmão, será um prazer saber tudo que tem para me ajudar, por favor, diga!

— Bom, há três anos fizemos uma safra limitada que o aroma é semelhante à terra molhada, era uma sangria do Blanca que descansou em barris de carvalho, porém não atingiu seu propósito, a mesma ficou com um sabor único, usamos para a garrafa do Autunno e esgotou no dia da estreia, tenho duas garrafas dessa maravilhosa safra e dei-lhe o nome da estação do ano favorita da minha mãe. Fizemos o festival de vinho no outono em nossa Adega na Toscana e foi divino. Nesse mesmo dia vendemos todas as garrafas.

— Nossa! — Lexie falou chocada — Só não entendo uma coisa! Por que foi feito limitado se vendeu tudo? Digo, não conseguem criar mais dessa garrafa?

— Não, na verdade, não sabemos como o vinho chegou naquele sabor, ele ficou rose, a tintura escura da nebbiolo desceu formando um pó escuro no fundo do barril, não foi nada criado, a natureza fez dessa forma. — Naturalmente explicou.

— Que pena, se foi sucesso teria que produzir mais, não sei porque fazer algo limitado! — indignada minha irmã se pronunciou — Não consigo entender.

— Podemos fazer isso, Lexie, E'vino Maceratta tem nome, o que quero dizer é que somos conhecidos mundialmente e uma safra limitada de cem mil garrafas nos rendeu milhões. — animada Lexie mordeu o lábio e sei que ficou pensando na hipótese — Pense bem, colocamos à venda no natal, já que o nome escolhido é sobre família e a data está propícia para essa estreia, se quiser é claro, disponho de 70 barris de Nero D'Avola, ela é a uva-tinta mais importante da Sicília. Tenho um vinho lá e podemos marcar a estreia na maior ilha do mediterrâneo!

— Nossa! Me conta, por favor! Preciso saber de tudo sobre essa uva. — Anima pediu mais explicações.

— Bom, Os vinhos, Nero d'Avola possuem como características o alto teor alcoólico, acidez acentuada e taninos macios. Visualmente, os vinhos, Nero d'Avola apresentam coloração rubi profunda e no nariz, o vinho revela aromas de frutas vermelhas, como ameixa e framboesa, e notas de especiarias, como pimenta-preta e cravo-da-índia, mas podemos dar-lhe algo único se não quiser nada limitado que seja igual ao Blanca e o L'ssa, pois são nossa marca e pessoas de todo o mundo vem à Itália para comprar uma garrafa.

O assunto se estendeu. Ofereci para fazer a nova arte com minha mãe e até Ângelo deu palpite dizendo que o rótulo ficaria melhor se fosse branco, a garrafa preta fosca e rolha escura que daria a nova safra algo único e ficamos animados com a hipótese.

— Acrescente algo a esse vinho, digo aroma bem marcante, o descanso dos barris estão para chegar ao fim, vamos á Sicília, assim podemos ver de perto tudo que desejar, somente nós! Tenho um projeto para aquele lugar, evidentemente não possuímos um restaurante lá, talvez possamos criar algo nosso, com as ideias de dois casais apaixonados. — Ficamos incrivelmente animados com a possível ideia de um restaurante criado com os filhos e genro, é claro que já planejamos a viagem que será em quatro dias.

Meu Dom voltou a falar das uvas, me deixando uma safada despudorada. Discretamente me aproximei dele colocando minha boca perto do seu ouvido.

— Estou louca para o nosso, "vamos foder" — sussurrei bem baixinho.

— Porra! — se expressou alto e Lexie olhou para trás — Desculpa! É que estou ficando velho! Em alguns minutos completo 31 anos, e somente agora me dei conta do fato.

— Tudo bem pequena, vamos fingir que não. — alisando seus cabelos, concordou — Vou indo! Até amanhã.

— Não, ainda é cedo, Ângelo, vem comigo, vamos comer bolo! — ela o puxou para dentro de casa, deixando nós dois do lado de fora.

— Eles deram um beijo! La mora... somente um, e Lexie já está assim, suponho que deva conversar com ela, por ser igual a você com relação às curiosidades, vai por mim, Ângelo é inocente e temo que nossa irmã o deixe em sérios problemas. — olhei para ele desacreditada — Que cara é essa?

— Igual a mim? Domenico! Lexie é você com peitos! Que isso? Como ousa dizer uma coisa dessas? — bufei de indignação — Ai, ai! Essa menina é idêntica a você!

Me abraçando para me acalmar, senti que começou a rir. — Eu hein! Como eu! Lexie puxou o lado dele da família tenho certeza — da cor dos cabelos até o gênio exigente.

— Alessa, meu amor, ela é curiosa igualzinha a você, vou orar para que nossa irmã não faça perguntas dos eretos de outros homens para meu cunhado, coitado! — achei graça do que disse e acredito que ele tem razão — Nossa maninha tem um pouco dos dois e isso será um grande problema para o Ângelo enfrentar sozinho.

— Ei! Vocês não vêm? — a mesma gritou de dentro de casa — Andem logo, vamos comer bolo.

De mãos dadas entramos em casa e nos deparamos com ela alisando os cabelos longos e loiros dele que já se encontra sentado. — Acho lindo demais esses dois juntos!