O ʟᴇɪʟᴀ̃ᴏ romance Capítulo 197

KARMA

Lei natural da vida.

É a causa e o efeito; é a reação da vida mediante a cada atitude, seja boa ou ruim. Alguns dizem ser ela, a culpada da situação que estão passando. É quando você colhe o que plantou.

É quando a vida traz a consequência das coisas que fiz...

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• DIMITRI D'ÂNGELO •

05:30 AM | CASA DO FABRIZIO

O toque que mais odeio ouvir do meu telefone está ecoando pelo quarto, respirei profundamente antes de despertar por completo.

— Não acredito! Hoje nem é dia primeiro para esse carcamano me lingar para pedir dinheiro. — Deixei que chamasse até cair na caixa de mensagem e tornei a fechar meus olhos, queria a todo custo retornar ao meu sonho com Eva e meu filho.

Estava cochilando quando escutei a porta do quarto se abrindo. — Cazzo! Damião entrou com aquele olhar de desculpas, como se tivesse feito merda.

— É ele! Toma. — Peguei a merda do telefone e levei ao ouvido.

— Oi!

— Fala direito com seu pai! — exigiu estressado — Quero notícias do Ângelo! Já falou com ele Dimi? Está chegando à data. — me sentei para similar uma resposta boa, pois nada falei com meu irmão caçula — Sem enrolação!

— Papa, diga-me quanto você quer para deixá-lo em paz? — Fiz a mesma pergunta que venho repetindo há um ano.

— Ele é meu filho, e vai assumir os negócios da família, Dimitri. Quero ensinar-lhe como conduzimos as coisas aqui na França! Constância não é homem, e deve ter ensinado ao meu garoto coisas de mulher, diga ao Ângelo para vir à França imediatamente, está me ouvindo?

— Pai, me diz um valor, eu pago, mas meu irmão te odeia e não vai voltar, sabe disso! — Tentei objetar, mas seu rosnado me deu a resposta antes que o próprio a pronunciasse.

— Tem duas semanas ou vou pessoalmente buscá-lo, ele é meu filho e voltará para casa comigo.

— Você não pode fazer isso com ele! Está maluco? — questionei — Suponho que a velhice te deixou lunático pai. É sério que não se recorda que o jogou na sarjeta? Lembra quando me pediu para matar o meu irmão?

— Discurso de merda! Na época ele era uma ameaça à minha vida, mas agora decidi que será o Ângelo quem assumirá os negócios da família D'Ângelo.

— Perdeu o Juízo? Quer exigir que meu irmão vá trabalhar com você, depois de tudo que fez? — gargalhei enfurecido — Isso é inadmissível, nem que eu perca toda minha fortuna para isso, Ângelo não sairá da Itália, está me ouvindo? Foi você a jogá-lo para fora! Porra! Ele era somente uma criança quando você exigiu essas porcarias que tanto gosta de fazer. Um pai inútil, é o que se tornou para nós.

— Sou seu pai! Me respeita, porra, ficou maluco? — não o respondi e preferi me calar para não o mandar tomar no cu — Após anos remoendo aquele garoto tentando me matar com apenas 7 ou 8 anos, não me lembro bem! Custei, mas entendi ser o meu filho, Ângelo teve a quem puxar. — cogitei jogar o telefone longe, mas Damião segurou minha mão e colocou o aparelho no viva voz — Está me ouvindo, Dimitri?

— Papa, não vou mandar meu irmão para França, ele nem sabe do seu desejo, tampouco irei contar, se quiser, volto para casa, sinto muita saudade do meu filho, deixe-me voltar. — Praticamente supliquei.

— Somos assassinos Dimitri, não aceitamos barganha. Quero ele comigo e as cicatrizes que trago no corpo só mostram ser ruim igual a mim... — ficou em silêncio por um longo tempo — sua mãe quer conversar contigo.

— Não quero falar com ela! Me diga um valor e uma data. — Tentei pagar pela liberdade do meu irmão, e seu silêncio demonstrava ser um bom sinal. Isso significa que ele está pensando.

— Um milhão por mais dois anos de liberdade e mais o que manda todo mês, seu filho tem gastos Dimitri, e sua mãe não dá conta, seu petit é arteiro demais. — minha raiva só aumentou — Eva continua puta, sabia? Como teve coragem de dividir nosso sangue e ter um filho com uma prostituée? — gargalhou — Se Ângelo assumir os negócios da família talvez seja ele a soltar sua mulher de um dos nossos puteiros, afinal ela tem que pagar sua mãe, que cuida muito bem do seu filho.

— Cala a boca! Até o meio-dia, de amanhã, o dinheiro estará na sua conta. Cumpra com sua palavra, dois anos! — Concordou, em seguida escutei a voz da minha mãe ao longe e desliguei.

— Conseguimos dois anos, né? — acenei em aprovação e imediatamente senti algo acertando fortemente minha cabeça — Tia!

— Que merda é essa, Dimitri? Aquele maldito quer meu menino? — confirmei — Desde quando?

— Um ano, mas estamos pegando para ele deixá-lo em paz, tia. Você conhece meu pai... basta querer que consegue. Agora não tem jeito, terei que contar tudo sobre os planos dele para meu irmão. — Uma tristeza invadiu meu peito, pois sei o quanto gosta da pequena, estou dando o meu melhor para não ter que voltar para França.

— Sei que não é sua culpa, mas esse miserável só deixará meu menino em paz, se for morto. — sentou-se ao meu lado para me abraçar — Entende perfeitamente o que temos de fazer? Ângelo precisa saber e conhecendo tão bem o seu irmão, sabe tanto quanto cada um de nós, que terminará o que começou há nove anos.

— Ele é teimoso, tia, e não permite que eu ou o Damião assuma os negócios, é tão sociopata quanto Ângelo. — peguei uma camisa e me vesti — Devo conversar com meu irmão imediatamente.

— Não! Hoje é aniversário da Alessa e do Domenico, não brigaremos por causa do filho da puta do seu pai. Vão se arrumar depressa, o café será na casa do Enrico e de lá vamos à missa. Agora somos uma família! — sorri da cara do Damião por torcer o nariz — Você também vai! Nem vem com essa careta.

— Tia! Sou um pecador, vou fazer o que na igreja? Deixe-me com meus pecados. — tia Tancinha olhou para ele com seriedade — Já entendi, estou indo me aprontar.

Eles saíram, tomei um banho para me arrumar. Às 6h já estávamos chegando na casa dos Maceratta, primeiramente quero conversar com Durval para deixá-lo a par de tudo e segui para casa do meu tio.

Entrei e ouvi uma conversa de que Ângelo havia saído para jantar com a pequena e isso me deixou bastante preocupado.

— Ângelo! Você não pode se envolver com ela, irmão. — Quando vi já tinha falado e conhecendo o nosso pai, tenho certeza que quando souber que existe um obstáculo, fará de tudo para tirá-lo do seu caminho e o sentimento dele com a pequena é um enorme impedimento.

— Vai se foder Dimitri! Nem vem com esse... — tia Sandra gritou da cozinha e nos três saímos para conversar no quintal.

— Ângelo é para seu próprio bem, irmão. Pare imediatamente com esse romance. — Pedi suplicante.

Rapidamente veio para cima de mim e na tentativa de me golpear o bloqueei, pelo visto pensa ser o único maluco torturador. Os socos foram lançados para cima de mim e me defendi de cada um deles, só parei por ser arrastado pelo Damião, que nos colocou para fora da casa do patrão Enrico na porrada. — Filho da puta de mão pesada.

— Você tem que contar para ele, porra, olha o desastre que nosso papa está fazendo conosco Dimi, somos irmão e não devemos brigar assim... desembucha agora! Chega de deixar Ângelo no escuro, ele já é adulto, caralho! — Respirei fundo, vendo que não havia saída.

— O que está acontecendo? — o olhar perdido do meu irmão me deixou mal — Conte logo!

— Nosso pai deseja que você seja seu sucessor, estou... — levantou a mão me impedindo de continuar.

— Chega! Não permito que comente nada relacionado a ele. Finalmente estou feliz, porra! Não quero estragar meu dia. Vamos à missa, e como diz meu padrinho Durval, domingo é um dia sagrado. — se aproximou para me pedir desculpa como se já soubesse de tudo — Perdão Dimi, presumi que não queria minha felicidade, não fazia a menor ideia do que tem passado, mas por ora ficaremos sem falar do Papa, combinado? — Fiquei de acordo.

— Lamento muito por esconder de você, Ângelo. — apertei ainda mais o abraço — Compartilhe um pouco da sua felicidade com seus irmãos. Me deixe alegre também.

— Dei meu primeiro beijo, ontem! — Sorri da informação.

— No momento essa situação não é confortável para mim, mas estou feliz por você, na verdade, sempre estive. — Baguncei seu cabelo e dei um tapa forte no Damião, por mentir para mim.

— O que eu fiz? — Expliquei o porquê de ter batido nele e o idiota ficou rindo.

Continuo muito preocupado para estar compartilhando essa felicidade com um grande sorriso no rosto, mas, sim! Estou feliz por saber que deu seu primeiro beijo com a pessoa que ama.

O clima ficou um pouco melhor e voltamos para o interior da propriedade do patrão Enrico, fomos convocados para sentarmos à mesa do café da manhã e durante toda a refeição fiquei admirando meu irmão de mão dada com Lexie, e mais uma vez a preocupação me atinge.

" Nem que seja eu a dar fim à vida do nosso pai, mas meu irmão não voltará para casa! Se é que aquele inferno pode ser chamado de casa... "

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