O ʟᴇɪʟᴀ̃ᴏ romance Capítulo 212

— Pegue esse copo

— Peguei

— Agora solte esse copo no chão. O que houve com o copo?

— Ele se quebrou

— Agora pede desculpas e vê se ele fica inteiro novamente.

─━━━━━━⊱❉⊰━━━━━━─

• ÂNGELO D'ÂNGELO •

Minhas lágrimas não paravam de rolar rosto abaixo!

“Esse miserável conseguiu me deixar com medo! Não por mim, mas por Lexie”.

— Qual é o plano? — Damião perguntou.

— Amanhã falamos disso, vamos deixar o Ângelo em paz. — Dimitri declarou como se soubesse que nesse momento só desejo entender tudo que acabou de acontecer — Irmão pode contar com a gente e o que decidir, vamos te apoiar. — reforçou se colocando de pé — Vai cuidar dessa mão, ela está sangrando muito.

— Dimi! — Damião excluiu — Não vou a lugar algum, ficarei com meu irmão, que loucura é essa? Vamos deixá-lo sozinho? — abaixe minha cabeça louco para gritar em desespero, pois é o que realmente estou sentindo agora — Se quiser ir vai, mas eu não saio daqui! — Dimitri o segurou pelo braço — me solta caralho!

— Ângelo está afim de silêncio e nesse momento só vamos atrapalhar, deixa ele respirar e com calma pensar em um plano.

— Dimitri! Ângelo tem uma mente brilhante e deve saber o que fazer, diz a ele, conta para esse asno que já tem uma saída! — mais uma vez tentou se aproximar.

— Se ele tivesse um, já teria dito, idiota! — fiquei de pé disposto sair correndo e me lança na frente do primeiro carro que aparece— Ângelo, sentimos muito por tudo isso... me liga assim que souber o que pretende fazer.

— Até amanhã! — foi a única coisa que consegui dizer.

Entrei e fechei a porta sentindo o gosto amargo do passado. Minha infância foi um inferno e tenho cicatrizes que comprovam isso, as torturas que aguentei ainda na infância e saber que meu pior pesadelo voltou justo agora me tira do prumo.

Senti o latejar da minha mão direita e nem me dei o trabalho de ver como ficou. Me encostei na porta e tentei ver a melhor forma de dar um ponto final nisso! Temos trabalho aqui na Itália, e hoje entendo perfeitamente as atitudes do Dimitri, ele está preocupado com a pequena, e ainda tem meu sobrinho.

Imagino o que ouviu durante esses meses, as ameaças que sofreu e ainda assim não me contou nada e para chegar a esse ponto, é que as coisas mudaram. Não vejo outra forma de esquecer meu passado e vou ter que bater de frente com meu pai. — Está decidido! Vou finalizar o que comecei a 9 anos trás.

Ter que lidar com o passado me deixa vulnerável e preciso do colo e atenção da minha mãe e do meu pai. Chamei por ela tendo a certeza que está fazendo alguma coisa  aqui em baixo só para me esperar.

— Mãe...

— Oi, filho, estou na cozinha! — fui ao se encontro em busca de uma afago e recebi um olhar apavorado — O que aconteceu, Ângelo? — sem sabe como contar o que está para acontecer, esperei que fizesse sua magia de me fazer acreditar que tudo ficará bem — Me conta o que aconteceu! DURVAL! DURVAL!! VEM AQUI AGORA!

Segurando minha mão cortada esticou a palma para ver o porquê de tanto sangue.

— Onde é o incêndio, mulher? — meu padrinho se juntou a gente e vi preocupação em seus olhos — Filho, seus irmãos? Cadê o Dimitri ou Damião?

— Foram para casa. — informei contendo um soluço — Pai!

Foi a única palavra que consegui dizer antes de ganhar um abraço dos dois e liberar um choro de desespero.

— Filho, o que aconteceu? — Sandra queratinou — Sinto sua dor de longe, conta para nós Ângelo, diga-nos o que aconteceu? — pedi que me desse um minuto — Posso cuidar da sua mão, tem cacos de vidro agarrados na sua pele.

— Por favor! Está latejando muito — me sentei e olhei para meu padrinho, que no fundo queria que fosse meu verdadeiro pai, com isso resolveria 100% dos meu problemas — ... Estou perdido em desespero, dor e um medo terrível!

— Calma, somos seus pais e vamos te proteger, conta o que te deixou assim meu filho! Sou seu pai Ângelo.

Sandra me deu um carinho com sua mão trêmula e sei que meu silêncio está deixando ambos preocupados, mas não consigo dizer uma palavra se quer. Puxei ambos para um abraço forte, pois isso sempre funcionou na infância, quando me lembrava do que meu pai me fez.

— Sou sua mãe! Não me deixe assim preocupada. — saiu e logo voltou com sua maletinha de cuidados.

— Calma, deixe ele achar uma forma de nós contar, deve ser algo difícil donna, vamos esperar.  — os dois ficaram comigo em silêncio até ela terminar de tirar os cacos de vidro que ficaram na minha mão e cuida dos cortes espalhado por toda palma da mesma.

— Pronto filho... — se colocou de pé e foi buscar água — toma esse remédio que amanhã sua mão estará boa.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: O ʟᴇɪʟᴀ̃ᴏ