O ʟᴇɪʟᴀ̃ᴏ romance Capítulo 71

" Forte não é ser imune a dor, mas seguir adiante apesar de senti-la! "

• 11:00 AM – CUNEO •

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• ALESSA AMATTO •

Despertei tentando entender onde estou...

— Hmm! — gemi ao me espreguiçar, sentindo meu amado ao meu lado — Dom...

— Oi! — apertou-me contra seu corpo — Bom dia! La mora!

Beijou meu pescoço todo bruto do jeitinho que só ele sabe fazer. Ainda sentindo um pouco de dor no corpo me virei, porém, nada me impediu de abraçá-lo.

— Bom dia! Amor... deve ser que horas? A cortina impede de ver a claridade e a lareira já apagou. — Disse-me ser pouca coisa a mais que onze e decidi ficar um pouco na cama.

Ficamos trocando carícias e beijinhos, nada intenso no estilo ereto em ação, só carinhos mesmo e é tão gostoso que nem tenho vontade de sair daqui.

— Alessa, necessito te contar uma coisa... — se sentou recostando na parede — não esconderei mais nada de você... ontem descobri que sua mãe está viva.

A informação foi como um choque que me colocou de pé rapidamente... caminhei de um lado para outro pensando em mil e uma maneiras de porquês.

— Vem aqui, compartilharei contigo o que já sei... — fiz sinal negativo com a cabeça, não desejo saber o porquê de ter me abandonado — Alessa você necessita saber a verdade meu amor.

— Negativo! Ela me largou com ele! — o choro veio lentamente me dominando — Não quero saber! Que mãe abandona um filho aos cinco anos?

— Ela não te abandonou Alessa! Deseja saber ou não? Só vou te contar se você quiser. — Admirei sua face pensando se devo autorizar ou não.

— Sinto medo, e se ela me largou por que de fato, me acha nojenta?! — expliquei me recordando das diversas vezes que meu pai jogou isso na minha cara — Passei anos, Dom, não foram dias ou meses, foi a porcaria dos 15 anos ouvindo da boca do meu pai que ela me abandonou por me achar uma nojenta desprezível! — Desabafei sentindo o ar me faltar.

— ... Que caralho! — gritou me assustando — O seu pai é um filho da puta desgraçado!

— Mesmo concordando com você que meu pai seja um desgraçado, suponho que não terei coragem de descobrir se é ou não verdade... — expliquei o meu maior temor, visto que acabei de comprovar que meu pai é mentiroso desde o momento em que soube que Dom é o meu Domenico, ainda assim não tenho intenção de confirmar que a mulher que mais amo na vida me abandonou.

A conversa que rolava solta era sobre vinhos e fiquei tentada em perguntar como surgiu essa ideia de dedicar uma safra a mãe do Dom.

— Não só a Blanca como Alessandra tiveram dedicatórias minhas, tem um vinho seco que fiz em memória ao meu pai e atualmente é um dos mais vendidos da família Maceratta visto que os tintos possuem grande predominância no país. — Olhei para ele boquiaberta, pois não fazia a mínima ideia que minha mãe também ganhou um vinho só para ela.

— Essa Alessandra de que tanto fala é a minha mãe?

— Sim, raio de sol! — agora que me dei conta que ele me chama pelo mesmo apelido que minha mãe me deu — Tive longos anos de muita solidão quando sua mãe em um único dia arrebatou meu coração.

— Então você a amou? — negou com a cabeça me deixando extremamente confusa — Por qual motivo dedicou um vinho para ela, se afirmou que não?

— Não amei sua mãe, eu amo minha L'ssa! Em todos os meus 52 anos meu coração foi tomado somente por duas mulheres, Blanca mãe de Domenico — declarou lhe oferendo um grande sorriso — o meu primeiro amor, e Alessandra Amatto, a mulher que até hoje preenche meu coração... não amei no verbo passado! Continuo amando e viverei o meu amor com ela durante muitos e muitos anos. — Enxuguei minha lágrima de felicidade por saber que esse amor ainda existe.

— Obrigada por compartilhar comigo seus sentimentos relacionados à minha mãe e acho justo vocês viverem esse amor que é de fato, puro e verdadeiro. — Senti um beijo em meus cabelos e sorri me sentindo imensamente feliz.

" Ainda não sei de tudo, mas o pouco que soube só me faz ter certeza de que meu pai não mereceu nem a mim e muito menos a minha mãe em sua vida. "