O ʟᴇɪʟᴀ̃ᴏ romance Capítulo 75

" O passado não reconhece o seu lugar. Está sempre presente! "

• 12:00 PM – VINHEDO NEBBIOLO •

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Mesmo com todo esse caos consigo respirar aliviado por saber que mia Bella realmente me ama, deixou-me bem feliz e mesmo que a pequena frase tenha vindo acompanhada de um temor, sei que não está mentindo.

Agora com mais calma reconheço que fui imprudente me aproximando tanto assim do fogo, tenho pequenas queimaduras pelo corpo e minha Lessa queimou os dois pés e são poucos os lugares que não possui bolhas, sendo que a minha noiva tem o hábito de andar descalça.

Apesar de suas lesões, mia Bella caminhou até mim, para confessar que me ama... — finalmente escutei de seus lábios.

Estou feliz por ouvir que minha noiva me ama, porém, triste por estar queimada. Ver tudo que cuidei por anos ser destruído pelo fogo é realmente lamentável, mesmo sabendo que serão podadas ainda assim é uma visão terrível.

À tarde iniciava quando troquei poucas palavras com Parisi, pedi que ninguém soubesse do ocorrido aqui no Vinhedo e marquei de daqui a oito dias ir ao seu encontro, e que mais tarde sem falta mandaria a frase com a dedicatória para minha noiva.

Finalizei e voltei para junto da minha família.

Alessa está com os olhos vermelhos de tanto chorar e não sei o que é pior, observar meu vinhedo destruído, ou minha donna com os pés queimados. Ver mia Bella dessa forma me doí o peito, chega ser sufocante. Sei que tem o dedo do Ivo nisso e quero assistir à morte desse filho da puta!

Alessa ficou olhando um ponto fixo no meio do nada e decidi ser a hora de irmos para casa.

— Pai! Vamos. — Concordou e fomos juntos no meu carro.

— Foi o Ivo filho, tenho certeza, dobraremos a vigilância em todos os nossos terrenos, não quero passar por isso novamente. Permaneceremos por duas semanas no máximo visto que temos coisas para resolver em Turim, acompanharemos de perto a podagem de todas as videiras e faremos o isolamento da área que recebeu a temperatura muito elevada. — Consenti ganhado velocidade na estrada.

— Dom... — A voz baixa da Alessa ganhou minha atenção.

— Oi! Amor...

— Passaremos por isso juntos... — Admirei através do retrovisor e sua carinha triste está me matando.

— Vamos sim! Tenho certeza disso. — Lhe dei um sorriso fraco.

O caminho de ida foi mais longo do que a vinda e assim que entrei em minhas terras Durval veio até nós.

— Patrãozinho! — olhei sua face preocupada e decidi levar Alessa para o quarto antes de qualquer conversa — Precisamos falar junto ao vosso pai.

— Tudo bem, vou somente levar Alessa para cuidar dos pés... — Concordou e subi com mia Bella que adormeceu. — Emilia! — Bradei do pé da escada.

— Oi! — Se juntou a mim e pedi sua ajuda com as queimaduras.

— La mora... — abriu os olhos que estão bem vermelhos — tomaremos um banho eu, você e Emilia que cuidará dos seus pés.

— Ok... — Fui no closet coloquei um calção e segui para encher a banheira.

Peguei uma roupa adequada para tomarmos banho de banheira.

— Estou com fome. — Informou com um olhar bem distante.

— Prepararei algo para comer, mas antes desbridaremos suas queimaduras. — preveniu e lhe entreguei as roupas, com ajuda de Emilia a vestimos — Nico seu pescoço está queimado filho, deixe-me ver.

— Depois! Primeiro ela.

A coloquei na banheira e entrei, em seguida Emilia saiu nos dando privacidade, aproveitei para explicar o que faremos.

— Mia Bella...

— Oi amor. — Sorri da forma como falou comigo.

— Primeiro quero deixar claro, que de hoje em diante desejo ser chamado assim, AMOR! Segundo o que faremos a seguir é cuidar dos seus ferimentos, essas bolhas em cima do pé e na sua canela todas serão estouradas e a pele retirada, isso se chama desbridar, desta forma a cura será mais rápida e o risco de cicatriz é mínimo. — Expliquei meio receoso, pensando que ela ficaria com medo, mas não foi bem o que aconteceu, confirmou com a cabeça antes de começar a falar.

— Tudo bem, já passei por isso antes... — olhei para ela sem entender — minha vida durante esses 10 anos foi um inferno e passei por muitas coisas ruins, meu pai nunca foi bom comigo nem quando minha mãe ainda morava conosco — Senti seu choro e quando levou a mão ao rosto notei algumas pequenas queimaduras no braço.

— Sei que você não gosta de mencionar coisas do seu passado, mas ficaria muito feliz se compartilhasse comigo, ainda que seja somente para alimentar a raiva que sinto por seu pai Alessa. — Negou com a cabeça e por hora resolvi me calar.

— Prontos? — Emilia e Antônia se juntaram a nós — trouxe reforço para ser mais rápido esse processo, o almoço ficou pronto já que Antônia deixou tudo preparado.

— Espero que gostem... — Sorri sincero e beijei a cabeça da minha donna — ficará tudo bem amiga, cuidaremos desses machucadinhos — com um sorriso sincero a namorada do Gae mentiu na parte da feridinha sendo que as bolhas são grandes.

— Pode começar, estou preparada... — Com uma vozinha baixa autorizou.

Para que não ficasse tanto na água a coloquei sentada no meu colo e com as pernas separadas em cada canto da banheira, Antônia e Emilia iniciaram o processo. Fechei os olhos porque está me dando nervoso, no entanto, o que mais me incomoda é o silêncio de Alessa.

" Necessito saber de tudo para dar o devido castigo ao Vittorio... esse sofrerá muito antes de morrer... isso é uma promessa! "

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Acabei pegando no sono pelo tempo que ficamos aqui e quando senti um carinho no rosto, Alessa já estava de pé fora da banheira.

— Vem, tomaremos um banho! — Percebi que estamos sozinhos.

— Mia Bella não fique com os pés no chão. — Deu de ombro para minha preocupação.

Tranquilamente me puxou para o boxe e juntos tomamos banho, após o processo a peguei no colo, porque estou de fato, muito incomodado com à forma como ela pisa sobre os machucados.

— Amor, não dói, pode me colocar no chão! — Rejeitei seriamente.

— Não Alessa! Sei que está doendo.

— Um pouco, mas passa, já tive os pés queimados e na época fui obrigada a andar. — Sem falar nada, coloquei nossas roupas, fechei a porta e as cortinas, liguei a lareira e me juntei a ela debaixo das cobertas.

— Aqui você não é obrigada a nada, por favor, repouso! Não quero esses pés mais machucados do que já estão, escutou Alessa? — Concordou me abraçando e bem quentinho fechei os olhos e me entreguei ao sono.

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