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O Melhor de Mim romance Capítulo 24

Ponto de vista do Marco:

Os gritos da Lily soam nos meus ouvidos e ela se debate descontroladamente no lago, jogando água em todas as direções. Corro até ela, pulando antes mesmo do Eric chegar à margem. Lily envolve seus braços em volta de mim com um suspiro e crava as unhas na minha pele. Eu faço uma careta quando ela joga água em mim, mas puxo-a para fora da água.

"Lily, acalme-se. Pare com isso. Eu te peguei." Rosno para ela, e ela se mexe um pouco menos ao meu comando.

Eu a carrego para fora e a coloco suavemente no chão. O Eric rapidamente se junta à nós com uma expressão cheia de preocupação.

"Você não deveria ter feito isso." Meu irmão fala baixinho para mim. "Eu teria entrado no lago para salvá-la."

Eu sei que a Lily não é minha para eu resgatar. Ela está com o Eric agora, e é ele quem deveria correr para ajudá-la, mas sou mais rápido e mais forte, e teria feito isso por qualquer um. Mesmo que a Lily e eu não estejamos mais juntos, eu não iria ficar parado vendo ela se afogar.

"De nada." Eu rosno para ele sarcasticamente antes de acenar para a Lily. "Cuide dela."

Eric apenas olha ressentido para o meu jeito mordaz antes de se ajoelhar ao lado da sua noiva. Dou um passo para trás, dando espaço à eles.

"Lily, você está bem? O que aconteceu?" Ele pergunta.

"Foi um acidente. A Ayana jogou a bolsa dela no lago." Lily diz, com uma voz excessivamente ofegante, e tosse. "Ah, Eric, eu estava com tanto medo. Estou me sentindo tão fraca."

Reviro os olhos, não querendo me envolver em nenhum drama que a Ayana tenha provocado. Lily está segura, então eu me levanto para voltar ao salão de baile e procurar a Tanya mas, antes que eu dê um único passo, a Lily gagueja:

"Eu disse à ela para não entrar... Tentei ir atrás dela para ajudar... Sinto muito por não tê-la impedido a tempo."

Eu me viro para encarar a Lily novamente, franzindo a testa.

"Dela? Quem mais entrou no lago?" Eu pergunto, mas é mais uma exigência do que uma pergunta.

Lily respira exageradamente devagar.

"Tanya... A Tanya entrou no lago. Acho que ela estava tentando pegar a bolsa de volta. Eu…."

Suas palavras desaparecem e não registro muito do que ela diz depois do nome da minha esposa. Meus olhos se arregalam, examinando as águas escuras. Algo aperta o meu peito enquanto o pânico, que é diferente de qualquer outro que já senti, me preenche.

Eu pulo de novo.

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Ponto de vista da Tanya:

A morte acontece muito lentamente a princípio e depois de uma só vez. No começo, tudo dói, está frio, apertado e escuro ao meu redor enquanto meus pulmões gritam por ar. Então, perco de vista qual caminho é para cima e qual é para baixo. A dor se acalma e se torna um sussurro distante quando sinto que estou desaparecendo, como se estivesse adormecendo.

A força se esvai de mim, meus olhos se fecham e os meus membros ficam soltos. Por um momento, juro que posso sentir meus batimentos cardíacos diminuindo e ficando cada vez mais suaves a cada batida.

Então, um beijo me traz de volta da beira da morte.

"Sua mãe o deixou para você, e você deu para a Lily. Ele é importante." Eu digo, com simplicidade.

Um guarda do palácio se aproxima de nós, discretamente entregando uma toalha para o Marco se enxugar. Ele a pega e dispensa o guarda, olhando para baixo.

"Como você sabe que foi um presente? Como sabe que eu o dei para a Lily?"

Esfrego os olhos com as costas da mão, tirando pequenas gotas de água.

"Havia um bilhete seu na caixa: 'Para o meu amor'. Esses brincos são um símbolo de amor, primeiro da sua mãe e depois de você para a Lily." Eu murmuro, tentando explicar. "Um sinal de amor é um tesouro. Algo tão precioso vale o risco."

Ele balança a cabeça, mas não sei dizer se ainda está bravo comigo, pois sua expressão se torna quieta e ilegível. Eu nunca o tinha visto tão... protetor.

Ele olha para mim e, por um segundo, tenho a sensação de que ele está me vendo pela primeira vez. Ainda há frustração e desaprovação em seus olhos azuis, mas também alguma outra coisa que não consigo identificar. Uma emoção forte paira em seu olhar profundo, como se ele estivesse tentando reprimi-la, mas que está prestes a explodir.

"Sinto muito." Eu sussurro. "Eu não queria causar uma comoção, de verdade. Eu só..." Estendo o brinco para ele. "Ele é importante para você. Eu tinha que proteger isso."

Ele não diz nada e não tira o brinco de mim. Em vez disso, ele joga a toalha no meu rosto. Suspiro um tanto desajeitadamente sob o tecido, esfregando-o na nuca para tentar secar um pouco o cabelo. Com a toalha sobre os olhos, não o vejo se aproximar, mas a próxima coisa que sei é que os braços dele estão em volta de mim.

"O que... Marco, não estou vendo nada." Resmungo, me contorcendo um pouco, mas ele me puxa contra ele, me abraçando ainda mais apertado. Eu fico imóvel, segurando meus protestos enquanto ouço a voz abafada dele através do tecido:

"Minha esposa é mais valiosa do que qualquer objeto, sua Florzinha tola. Um sinal de amor é precioso, mas uma vida não tem preço. Você é muito mais importante para mim."

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