Entrar Via

O Melhor de Mim romance Capítulo 25

Ponto de vista da Tanya:

Estou com calor e frio ao mesmo tempo por causa da febre que está tomando conta do meu corpo. O frio da lagoa daquela noite parece ter penetrado nos meus ossos, fazendo tremer até mesmo o suor grudando na minha pele. Minha mão descansa na minha barriga enquanto a culpa corre através de mim, mais forte e nítida do que qualquer desconforto da febre.

Se eu fosse a única doente, não me importaria. Mas, naquele momento, quando pulei atrás do brinco, esqueci que não estou mais fazendo escolhas apenas para mim. Há uma criança crescendo na minha barriga que sofrerá as consequências dos meus erros. Eu me repreendo por não ter pensado nisso quando me joguei imprudentemente na água. Se esse bebê sofrer porque eu fiquei doente, nunca vou me perdoar.

Que tipo de mãe eu serei?

Algo muda ao meu lado e eu estremeço com a rigidez nas minhas articulações. Minhas pálpebras estão pesadas de cansaço e tudo parece embaçado e distante, como se eu não pudesse dizer se estou acordada ou sonhando.

De repente, alguém está deitado ao meu lado, gentilmente me ajeitando para descansar em seu abraço. Seus braços me envolvem e, apesar da febre ardente, dou as boas-vindas ao calor. Envolta nele, tudo é menos doloroso. Uma mão repousa sobre a minha, dedos delicadamente entrelaçados aos meus.

"Vai ficar tudo bem." Diz uma voz profunda, mas carinhosa.

Marco.

Afinal, devo estar sonhando, ou talvez a febre esteja me fazendo imaginar coisas. Estou tão grogue que não sei dizer o que é verdade.

"O bebê..." Murmuro. Meus pensamentos estão confusos e são incoerentes, mas sei que o bebê merece uma mãe melhor do que eu, alguém competente o suficiente para cuidar dele.

"Shiiii!" A voz me silencia gentilmente.

Dedos hesitantes acariciam a pele do meu abdômen, guiando minha mão e esfregando minha barriga com ternura.

"Não se preocupe, Florzinha. O bebê vai ficar bem. Eu prometo."

Suas palavras me embalam em um torpor confortável e eu me sinto relaxar contra ele. Depois de um tempo, a voz corta a névoa do meu cérebro mais uma vez:

"Você tem que comer alguma coisa."

Eu faço uma careta, me sentindo muito enjoada, e ouço uma risada suave em resposta à minha expressão infantil.

"Vamos, Florzinha. Você precisa comer. Qual é a sua comida favorita?"

Eu gemo um pouco, muito cansada e febril para pensar direito.

"Quando eu era pequena…." Murmuro. "Quando eu era pequena, minha tia fazia sanduíches de queijo grelhado com sopa de tomate caseira."

Eu suspiro com a memória. Faz anos desde que ela preparou essa comida para mim pela última vez. Deixei de merecer o tempo e o carinho da minha família quando perceberam que eu não era uma loba e que eu estava com defeito, quebrada. Entretanto, as lembranças daquelas tardes ensolaradas com a minha tia ainda me enchem de alegria. Ela me deixava ajudar com os sanduíches enquanto preparava a sopa do zero. Depois de tudo pronto, mergulhávamos o pão e o queijo na sopa de temperos suaves. Tudo ficava quente e aconchegante, e a casa cheiraria a ervas frescas e pão torrado.

"Tinha gosto de... Tinha gosto de conforto." Eu sussurro, antes de cochilar.

Não sei por quanto tempo estou dormindo, mas o som de algo batendo à distância me acorda. Eu me estico um pouco, tentando me concentrar. A cama está vazia, mas há uma variedade de barulhos altos vindos da cozinha. Há metal se chocando, chiando, e o som do Marco xingando baixinho. Eu franzo a testa um pouco, mas estou muito fraca para sair da cama.

Não tenho certeza de quanto tempo se passa enquanto fico ali deitada, entrando e saindo do sono. Em algum momento, o som de passos me traz de volta à consciência.

Capítulo 25 1

Verify captcha to read the content.VERIFYCAPTCHA_LABEL

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: O Melhor de Mim