Ponto de vista da Tanya:
O sol da tarde lança seus raios de luz minguantes através da vitrine da minha loja, declarando que é a hora que o Sr. Barlow costuma entrar em busca de companhia. E ele chega. Apesar da sua aparência idosa e estatura atarracada, pode-se dizer que ele era muito bonito quando mais jovem.
Ele tem uma careca lisa e ombros largos e, embora sua idade signifique a perda da força, é evidente que ele já foi muito musculoso. Se não fosse pelo terrível hábito de beber, talvez ele ainda parecesse o mesmo de antigamente e cheirasse menos a uísque, o que tende a afastar as pessoas. Se não fosse por isso, o Sr. Barlow teria mais pessoas para conversar além de mim.
Ele é muito charmoso, tem um jeito infantil, temperamental e brincalhão, sempre conta uma ou duas piadas antes de sair em longas divagações sobre histórias que considera muito interessantes. Claro que não me importo, gosto da companhia e de discutir sobre a bebida em sua mão que ele tecnicamente não tem permissão para trazer para a minha loja. Se ao menos ele comprasse um dos meus perfumes...
Nossa estranha amizade começou quando salvei a vida dele. Três anos atrás, eu o encontrei gravemente ferido na fronteira do território da Alcateia Lua Azul. Eu cuidei dele até ele se recuperar e ele não deixou de vir me vez um dia sequer desde então. Todos os dias, tento convencê-lo a levar para casa um dos meus perfumes. Pelo menos ele me dá uma chance de praticar as minhas habilidades em vendas.
"Sr. Barlow, qualquer um desses perfumes terá um efeito substancialmente positivo na sua vida."
"Ah! Está bem, certo. Me explica, criança. Como assim?"
"Bem, este vai deixar o ar da sua casa com um cheiro agradável e fresco, já que ambos sabemos que o senhor pouco se preocupa com o estado dela. O senhor não quer uma casa cheirosa?"
Ele zomba, mas há uma diversão no seu olhar. Nada é pessoal entre nós, todas as nossas conversas são em um tom de brincadeira, pois ele critica o preço dos meus perfumes de um jeito carismático, enquanto eu critico a sua predisposição de falar apenas comigo.
"Este é para ser borrifado nas costas para ajudar a reduzir a dor dos seus ferimentos antigos e das articulações. Pode até reduzir a dor da artrite." Mostro à ele uma garrafa laranja brilhante antes de colocá-la em sua mão.
"E este é para ajudá-lo a parar de beber. Sério, Sr. Barlow, o senhor não devia beber isso, é terrível para a sua saúde. E isso não trás nada de bom para o senhor."
Ele impacientemente revira os olhos: "O álcool é o meu galante velho amigo, por que você quer tentar me separar da única coisa que me importa? Além disso, eu sou um homem! Não quero cheirar como uma margarida feminina!" Reviro os olhos de brincadeira enquanto o homem continua: "Além disso, eu prefiro o cheiro de uísque do que os seus perfumes caros."
Nós dois paramos, olhando um para o outro como se estivéssemos chateados, antes de irrompermos em gargalhadas alegres: "O senhor é um velho teimoso, Sr. Barlow."
"E eu nunca vou negar isso." Diz ele, com um sorriso.
"Apenas pegue os perfumes. Não precisa pagar. Por favor."
"Nunca!"
Enquanto o Sr. Barlow tenta fugir, eu corro em volta do balcão tentando enfiar os vários frascos de perfume em suas mãos e ele empurra de volta. Nossas idas e vindas idiotas duram apenas um minuto até que o sino da loja toca, informando o fim das nossas brincadeiras enquanto outros clientes entram pela porta.
"Esta loja está forçando os clientes a comprar mercadorias independentemente de seus desejos?"
Meus olhos se voltam para a voz e veem dois pares idênticos de pupilas, ambas emitindo o mesmo brilho azul suave. Fico atordoada e, claro, o Sr. Barlow aproveita esta oportunidade para escapar do meu alcance. Ele enfia os perfumes de volta nos meus braços e sai correndo pela porta.
A razão pela qual estou atordoada, no entanto, é porque... é o Marco... e ele está segurando a minha filha, a nossa filha, em seus braços. Não posso acreditar no que estou vendo e mal consigo reconhecer o Caspian, que vem até mim.
"Mamãe!"
Minha filha sorri alegremente, muito feliz em me ver, o que me trás de volta aos meus sentidos. Rapidamente me forço a ajustar a minha expressão: "Olá, Marco, quanto tempo não te vejo."
"De novo não, Lisa..." Eu digo, rindo.
"De novo sim! Consegui outro tolo rico para alugar a minha casa." Lisa frequentemente tentava alugar sua casa decrépita há muito vazia, que estava caindo aos pedaços. É claro que ela nunca revelou isso à nenhum de seus possíveis inquilinos.
"Você disse que precisava de dinheiro para um caixão para o seu pai recentemente falecido?" Seu aceno animado me faz rir mais uma vez enquanto me viro para colocar os perfumes de volta na prateleira. "Ah, Lisa, esta é a sétima vez neste mês que o seu pai morre. Ele não vai ficar feliz quando voltar para casa." Eu provoco, antes de rir.
O nariz da Lisa enruga de um jeito adorável: "Você sabe como é difícil fazer negócios hoje em dia. Só estou sendo inteligente nos meus métodos para conquistar clientes." Afirma ela, com uma risadinha. "Mas estou aqui porque preciso da sua ajuda. A casa que estou alugando fica bem ao lado da sua e você sabe como esses inquilinos ficam com raiva quando descobrem todas as coisas quebradas. Se você pudesse… sabe, talvez aliviar um pouco da frustração e a raiva do novo inquilino quando ele começar a ver todos os problemas... Me ajude um pouco, por favor."
"Lisa…"
Eu me viro para vê-la piscando para mim inocentemente, implorando com as mãos: "Ah, por favor, Tanya, linda, por favor! Você é a pessoa mais legal que eu conheço! E a casa fica ao lado da sua! Não estou pedindo muito, por favor."
Suspiro, balançando a cabeça com um sorriso e lembrando de como a Lisa fez o mesmo comigo, então agora estou morando em uma das suas casas. No entanto, não me importo, finalmente acenando com a cabeça: "Tudo bem, tudo bem. Eu ajudo."
A garota gira de alegria, agradecendo-me antes de pular e sair pela porta. Eu rio e fecho a loja por hoje.
Eu e a minha filha vamos para casa e, quando chegamos na porta, os meus olhos piscam para a casa ao lado da nossa. As cortinas ainda não foram fechadas e, por causa da luz acesa em um dos quartos, vejo o Marco desempacotando suas coisas. Meus olhos se arregalam em compreensão. Assim que eu o noto, o Marco olha pela janela e me nota também. Ele apenas me olha antes de voltar a desempacotar suas coisas.
A Lisa não me disse que o seu novo inquilino era o Marco!

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O Melhor de Mim
Cadê o restante do livro? Só tem 8 capítulos aqui .......
Cadê o restante da história?...
Gostaria de ler o desenrolar da estória...
Aguardando ansiosa a atualização do livro 😃...
Gostaria de continuar a ler. Gosto muito de romances ❣️❣️❣️ Dão cor e sabor a vida 🌷🌸🌹🌺🌻🌼...