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Alessa Sullivan
Não tenho do que reclamar do Mattia, ele como sempre cuida de todas as minhas necessidades e o via agora tentando entender o que mudou em literalmente quase um mês.
Respiro fundo e me sento ao seu lado na poltrona, de onde estávamos podia ver que o Ruslan estavam em um sono profundo e muito tranquilo, sei que é devido à medicação que precisamos dar por conta de tantos órgãos lesionados.
Minha mente volta novamente para tudo o que estava vendo aqui em Kiev, em como as pessoas podem ser tão malvados, que aproveitam a oportunidade de estarem com um equipamento letal para causar atrocidades contra outras pessoas.
Quantas crianças vemos entrar nas tendas sozinhas, assim que recebem alta são encaminhadas para algum abrigo e pedimos aos céus que nenhum míssil caia sobre a cabeça daquelas crianças que não tem mais ninguém.
Ruslan, deu muita sorte ou eu que dei sorte por estar ali na hora que ele passava. Na hora que ele estava tão atordoado que nem deve ter realmente notado como ele caminhou tão longe de onde ele morava.
Deixo que as emoções falem mais alto, e saiam por meus ductos lacrimais. Meu italiano começa a secar as lágrimas que escorrem, estava tão cheia de pensamentos naquele momento que mal consigo falar.
— Estou cansada, Mattia… — Digo para ele.
— O que houve mì ragazza? — A preocupação estava em sua voz.
Seus braços passam por meu corpo, sinto todo o seu carinho enquanto ele tenta me confortar e entender o que estava acontecendo comigo,
— Não imaginei que ficaríamos assim tão próximo de tudo isso! — Digo por fim.
— Podemos ir para casa assim que voltarmos da Turquia. — O ouço dizer.
— Não quero mais ficar aqui, Mattia, sinto saudades de casa, de você e Giulia. — Digo baixinho. — Quero voltar a ter uma noite de sono tranquila.
Ele me retira da minha poltrona e me puxa para o seu colo, me aconchego entre seus braços e sinto todo o carinho que ele começa a me dar, suas mãos passeiam por minhas costas e por alguns momentos todo o terror que estava na minha mente somem um pouco.
— Não consigo imaginar tudo o que passou aqui, mas agora estou ao seu lado mí amore. — Sua voz sai calma.
Mas sinto quando em sua voz revela o seu lado protetor falando mais alto e começo a relaxar ali mesmo no seu colo, aproveitando ainda as pequenas contrações que ainda sentia na minha musculatura interna.
A confusão de sentimentos que estou sentindo precisa sair de minha mente e do meu peito, não quero pôr as imagens dos meus medos na cabeça do Mattia e nem da Giulia, minha família não merece ver nem que seja através das minhas lembranças o terror de uma guerra.
— Assim que voltarmos para casa, acho que deveria procurar uma terapeuta, precisa por para fora o que está aí dentro. — Ele diz e com carinho toca em minha testa.
— Estava pensando sobre isso, agora mesmo. — Revelo.
— Consigo sentir a sua tensão Alessa, parece que está lutando com as coisas que viu e o que sentiu. — Solto uma lufada de ar.
— É difícil falar sobre, vi coisas terríveis e o medo de que o nosso dormitório fosse atingindo, me fez dormir muito pouco. — Confesso assustada.
— Não se preocupe, assim que possível, vou ligar para o Antònio e informá-lo que estou te levando para casa. — Deixo um sorriso se formar em meus lábios.
Continuamos a nossa viagem conversado, ele me atualizou sobre tudo o que está acontecendo em sua campanha, sobre o que aconteceu em Los Angeles com todos aquelas crianças, sobre o relacionamento da Giulia através de seus olhos.
— Ela ainda é minha piccola…
Ele repete sempre que pensa que a sua menina está começando a viver um relacionamento que provavelmente os levará para o altar de uma igreja bem tradicional, assim como os meus italianos são.
— Sou novo demais para casar a minha bambina…
Caio na gargalhada ouvindo a maior besteira que ele me disse durante o voo todo.
— Sua bambina que logo lhe dará um neto se não tiver tomado o seu contraceptivo! — O vejo criar um tom vermelho.
— Não me dê ideias, Alessa, Giulia ainda não terminou a faculdade. — Reviro os olhos.
— Ah, me faça o favor, cala a boca. — Digo retirando as pernas de seu colo. — Giulia é muito madura e caso aconteça, tenho certeza que será você que vai babar em cima do bebê que ela tiver.
— Claro que sim, será o nosso neto! — Paramos um pouco de falar.
E só então que percebo:
Quando a Giulia tiver seu primeiro filho, o que serei dele, avó, tia ou madrinha?
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O PAI DA MINHA AMIGA
Gente eu simplesmente amei a história autor de parabéns 💘...
continua...
amei o livro, parabéns, continua quero ler mais👏👏...