POV DARIUS.
A mãe de Alice já havia tomado sua decisão. Estava irredutível em me mandar embora, e nada parecia abalá-la. Alice até tentou dissuadi-la, mas a teimosia daquela humana era como aço, firme e inflexível. E, para piorar, ela nunca escondeu que não gostava de mim.
— Essa velha está me irritando. Que vontade de lhe dar uma lição — disse Baltazar, furioso, em minha mente.
— Eu também estou com raiva dela, Baltazar. Ela se intromete em nossa vida, se mete entre nós e nossa companheira, mas devemos ser racionais. Essa humana é a mãe de Alice, não podemos simplesmente… — pausei, exalando o que restava da minha paciência. — Não podemos matá-la. Precisamos que Alice nos aceite. Nós e à nossa alcateia precisamos dela, para quebrar essa maldição — falei.
— Às vezes, do jeito que você fala, parece que quer Alice apenas para quebrar a maldição — Baltazar falou firme em minha mente, com seu tom sério, quase acusador.
— Você sabe que minha prioridade é proteger a alcateia — rebati, inflexível.
— Ela é nossa companheira. Você realmente não sente nada por ela? — Baltazar perguntou.
Antes que eu pudesse responder, senti um toque suave e inesperado atrás da orelha. Olhei para cima e encontrei o sorriso de Alice, inocente e caloroso, despertando uma sensação perturbadora dentro de mim. Meu coração acelerou, mas eu não o deixaria me trair.
— Não se preocupe, lobinho. Encontrarei uma maneira de você ficar mais alguns dias aqui comigo. Ainda não estou pronta para te deixar partir — Alice falou baixinho, como se temesse que alguém nos escutasse. — Sei que é egoísmo meu querer manter um lobo selvagem aqui, mas preciso de você… Eu não sei explicar o que está acontecendo comigo. — Mencionou Alice, confusa. Ela desviou o olhar, perdida em suas próprias palavras.
— Até a Alice sente o vínculo de companheirismo e nos quer por perto, mas você… Você parece querer, Alice, apenas para usá-la — disse Baltazar com irritação em minha mente.
Respirei fundo, lutando contra a onda de irritação. Como explicar ao meu lobo que a maldição havia me endurecido tanto que quase não sentia o vínculo de companheirismo? Eu realmente só queria nossa companheira para quebrar essa maldição. Alice é humana, fraca… Como posso ter um ser tão frágil ao meu lado para reinar?
— Alice é humana, Baltazar, e não serve para reinar ao meu lado. Não quero que o destino dela seja o mesmo que o de Diana e... de nosso filhote — murmurei, sentindo a raiva crescer dentro de mim.
— Sei que ela é humana, mas isso não me importa. Alice é minha companheira de alma, escolhida pela deusa Lua. Eu, Baltazar, a aceito como minha companheira e prometo protegê-la. E vou amá-la sempre — Baltazar retrucou, sua declaração direta me irritando ainda mais.
— Você não pode aceitá-la sem minha permissão! Somos um, esqueceu? E você não tinha o direito de fazer isso! — minha voz ecoou firme, mas lá, no fundo, sabia que o vínculo era real e inquebrável. Ao aceitar Alice como companheira, Baltazar selou nossa ligação para sempre. A partir daquele momento, estávamos unidos a ela, fosse eu querer ou não.

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