POV DARIUS.
Alice saiu, e Baltazar começou a me importunar para irmos atrás dela. Nosso instinto nos alertava de que nossa companheira não deveria andar sozinha por aí. Nós, lobos, somos possessivos e obcecados com nossas companheiras. Eu sentia uma certa posse sobre Alice, mas controlava esse sentimento.
Mas Baltazar… ele estava desesperado com a ausência dela, mesmo que nem cinco minutos tivessem se passado desde que saiu daqui. Esse desespero só passaria depois que a marcássemos e a tornamos nossa. Mas a possessividade seria para sempre, enquanto vivêssemos.
— Quero ficar lá fora com Alice. Quero proteger nossa companheira! — Disse Baltazar.
— Não podemos sair daqui. A mãe de Alice já nos odeia e quer nos manter longe deste lugar. Quer piorar as coisas? — respondi mentalmente.
— Desde quando aceitamos ordens de uma humana intrometida? Desde quando nos escondemos? Não estou lhe reconhecendo, Darius. Amoleceu, foi? Ficou sentimental agora? — provocou ele.
— Não me provoque, ou te bloqueio. Eu não quero tornar a situação mais difícil para Alice. Se a mãe dela nos vir perambulando por aí, será ainda mais complicado para Alice convencê-la a nos deixar ficar — expliquei.
— Não havia pensado nisso. Você tem razão — admitiu ele, contrariado.
— Claro que tenho razão. Você só não pensou nisso porque está dominado pelos efeitos do laço de companheirismo — retruquei.
— Pode até ser… mas queria ficar perto dela. Não sente essa necessidade? — ele perguntou. Eu também sentia, mas sabia me controlar devido ao efeito da maldição.
— Sinto, sim, mas não estou desesperado como você. — respondi, firme.
— O que posso fazer se sou mais intenso que você? Tenho certeza de que Alice gostará mais de mim do que de você. Ela ama animais e não é muito fã de pessoas. Aposto que vai te detestar quando te ver em nossa forma humana — disse ele, provocador.
Era verdade: Alice falava bastante enquanto cuidava de mim, e era claro o quanto ela amava os animais. Ela sempre mencionava que não gostava muito de conviver com gente; dizia que só algumas pessoas lhe causavam simpatia. Alice se descrevia como antissocial, mas eu não a via assim. Para mim, ela era encantadora e atraía as pessoas naturalmente.
— Não diga bobagem. Quando me ver em forma humana, ela ficará encantada e apaixonada. Aliás, está na hora de voltar para minha forma humana. Ninguém virá aqui até o entardecer — falei.
— Boa ideia! Precisamos de um bom banho; já não suporto esse cheiro ruim. Tem uma torneira ali no canto, podemos nos lavar — Baltazar concordou.

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